Tempo em Algueirão Mem Martins

terça-feira, 23 de novembro de 2010

[Correio da Manhã] Três homens feridos em discussão violenta no Algueirão

Sintra: Três homens feridos em discussão violenta 
Ainda trazia a faca espetada” 
Uma discussão que estalou entre três homens dentro de um café em Algueirão, Sintra, acabou à facada, anteontem à noite. Um dos envolvidos foi mesmo golpeado no pescoço e socorrido pelos proprietários. "Ele ainda trazia a faca espetada e estava cheio de sangue", recordou ontem ao CM uma das testemunhas da agressão.


Segundo informação do INEM, dois dos feridos, de 22 e 32 anos, irmãos, foram transportados para o Hospital Amadora-Sintra. Estes foram o alvo das facadas: um foi golpeado no pescoço e o outro numa perna. O terceiro homem, de 40 anos – que necessitou de receber tratamento por escoriações na zona da cabeça – foi transportado para o Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa. Este será, alegadamente, o agressor dos outros dois e, segundo informações do INEM, estava alcoolizado.

Eram 22h30 e o café Bom Garfo, na rua de Santo António, em Algueirão, estava cheio. "Começou a haver uma discussão entre três homens por causa de umas cervejas. Mandámo-los para a rua e fechámos o gradeamento", refere uma testemunha que não quer ser identificada por receio de represálias. 

Já na rua, os dois irmãos enfrentavam o outro homem, armado com uma faca. Atacaram-se mutuamente e acabaram os três feridos. "Os irmãos acabaram por vir aqui pedir ajuda. Ao que estava golpeado no pescoço, alguém lhe retirou a faca e eu estanquei-lhe o sangue. Ao outro, fiz-lhe um garrote na perna com o cachecol que ele trazia", refere uma testemunha.

Outras testemunhas na vizinhança, ouvidas pelo CM, referem ter havido mais envolvidos na discussão, uma situação que a PSP não descarta uma vez que quando os agentes chegaram ao local ainda viram várias pessoas a dispersar rapidamente. Não houve nenhum detido e os únicos identificados foram os três feridos. No local das agressões ainda eram ontem visíveis várias marcas de sangue. 

sábado, 20 de novembro de 2010

Antigo Chevrolet do Bombeiros Voluntarios

Eu quando era uma criança, tinha a incrível atracção pelas sirenes dos carros dos bombeiros e pela sirene do quartel. Eu adorava brincar com os pequenos "carrinhos" de bombeiros que tinha, e construía autênticos quartéis, e fazia grandes operações de salvamento...
Tudo isto no tempo em que os Bombeiros de Algueirão Mem Martins construíam lentamente as actuais instalações, e tudo funcionava apenas no edifício da foto acima, situado na Rua Prof. Dr. Joaquim Fontes.

No entanto, existia um camião que me deixava vidrado, sempre que eu o via a passar nas ruas de Mem Martins. Acho que se devia ao facto de ser diferente, de ser de uma marca que eu não conhecia. Eu simplesmente adorava e vibrava com a sua passagem.
Tratava-se de um Chevrolet (desconheço o modelo) a gasolina, que só por si o ruído do seu motor era diferente. Foi através do Facebook, que voltei a manter contacto com esta incrível recordação. Regressei ao meu espírito de criança quando vi a fotografia desta "maquina". Que saudades...
Na foto acima, ao fundo, consegue-se ver a construção do actual quartel, e em primeiro plano muitos dos homens que certamente tiveram o prazer de estar dentro deste veiculo, que segundo apurei, com o seu motor V12, gastava uma fortuna de gasolina. Calculo que também fosse bastante difícil encontrar peças para a sua manutenção.

E se fiquei muito feliz com este regresso ao passado, também fiquei triste e desiludido com o triste final que este camião teve. 

Com o final dos apoios para carros de serviço dos bombeiros movidos a gasolina, criava-se uma excelente oportunidade para escrever história, e a corporação dedicar um pouco de orgulho, num "histórico veiculo" que certamente muito prestigio lhe deu.


Não, como quase tudo nesta terra, o passado é para esquecer, é para destruir, para rasgar...
E incrivelmente, este excelente exemplar da frota automóvel dos Bombeiros de Algueirão Mem Martins morreu abandonado, esquecido, perdido... 

Será que este "monte de chapa ferrugenta" não merecia outra respeito por tudo o que se viveu lá dentro, todos os medos, todos os receios ou todos os momentos heróicos que transportou?

Enfim... foi apenas um desabafo de tristeza...
(acredito que tudo tenha uma justificação....)



domingo, 14 de novembro de 2010

Planeamento... ou ausência dele!!! [video]

A transformação que se viveu nos últimos 40 anos, de uma vida rural para uma vida mais citadina, deu origem às más cidades que hoje existem, onde Alguirão Mem Martins se reflete perfeitamente.

Com o final lento e silencioso dos campos de cultivo e da criação de gado, deu-se inicio ao grande "booom" da construção civil. Tornava-se mais rentável e mais rápido acabar com o cultivo, e nesse terreno construir um ou dois prédios. Isto teve consequências graves no mau urbanismo que hoje vivemos.




Tudo isto deu origem a uma redução da qualidade de vida, também originada pela dificuldade de se comprar uma casa em Lisboa, e que devido ao facto de as casas nesta região terem um custo mais baixo, trouxe muita gente a viver aqui, tornando a freguesia de Algueirão Mem Martins a mais populosa de Portugal.


Este excesso de população, não só em Algueirão Mem Martins, mas em toda a linha de Sintra, e área Metropolitana de Lisboa, cria graves problemas sociais e financeiros. 

Como é possivel um pais pobre como Portugal, deixar o centro da cidade ficar vazio, despovoado, fechando assim Escolas, Centros de Saúde, obrigando à construção de novas escolas, novos hospitais, novas estradas.
Mas como tudo é feito sem planeamento, o Hospital é construído sem a devida previsão do crescimento nos próximos anos e rapidamente se tornou caótico, sem condições e sem resposta para uma imensa população. O IC19 é construído, mas poucos anos depois tem de ser alargado... A linha de comboio tem de ser quadruplicada.
As novas urbanizações são construídas cada vez mais longe da linha do comboio e a falta de estacionamento junto das Estações da CP, torna mais confortável o uso do automóvel. O transito torna-se difícil. Os autocarros são poucos, caros e não servem todas as zonas. Não existe transporte escolar. Não existe incentivo à utilização de transportes públicos.
O Estado e a Câmara Municipal gastam recursos e dinheiro a corrigir a falta de planeamento, dinheiro que poderia ser aplicado de uma forma mais eficaz e correcta...
- Quanto dinheiro seria necessário para corrigir o mau urbanismo da Tapada das Mercês? 
- A Falta de estacionamento na zona de Fanares em Mem Martins? 
- Na criação de espaços verdes na Cavaleiras?
Este mau planeamento, ou mesmo ausência dele, tira anos de vida às pessoas, faz-nos gastar mais tempo em deslocações para o trabalho, para a escola, para as compras... Tudo é construído à escala do carro... é quase impossível viver sem um carro... As crianças sofrem com esta falta de qualidade.

E se a construção ganhar um novo impulso, e começarem a nascer novos prédios e novas urbanizações? Um simples prédio de 6 andares implica aproximadamente 30 carros (estimativa), 70 pessoas (estimativa)...

E se forem construídos 10 prédios de 6 andares por ano? E se multiplicarmos isto por Rio de Mouro, pelo Cacém, por Massamá, por Queluz... 

Onde fica a qualidade de vida? Fico preocupado quando oiço noticias de novas urbanizações em Massamá, na Serra da Carregueira, em Meleças... Será que a Câmara de Sintra irá resistir às receita s provenientes das licenças de construção, em detrimento da qualidade de vida dos seus munícipes?

Aqui deixo uns excerto que escolhi de um excelente trabalho que a RTP divulgou em 2007, da autoria do sociólogo António Barreto intitulado "Portugal, um Retrato Social". 

Escolhi alguns excertos, onde a população de Algueirão Mem Martins, na sua grande maioria, se sente enquadrada, certamente, nesta "bola de neve" de problemas

sábado, 13 de novembro de 2010

Campo Visconde da Asseca [video]

Este campo foi utilizado pelo Mem Martins Sport Clube (MMSC), aproximadamente durante 30 anos.
Situava-se num terreno, entre a Rua do Coudel e a Estrada de Mem Martins. 

O Visconde da Asseca, era o presidente da Câmara Municipal de Sintra na altura.
Assisti a muitos jogos do MMSC neste campo, e recordo-me da festa nele vivida, quando o clube conseguiu uma subida de divisão. Relativamente a esse dia, ainda tenho guardada, uma camisola que me foi oferecida por um jogador.

Na foto abaixo, temos o campo horas antes de ser inaugurado em 1963


A benção do campo antes do jogo de inauguração, em que se defrontaram o "Mem Martins Sport Clube" e o "Sport Lisboa e Saudade".


No inicio dos anos 90, a Câmara Municipal de Sintra, construiu o Complexo Municipal da Quinta do Recanto, e o antigo "Campo Visconde da Asseca", tal como a Escola Primária Guerra Junqueiro, foram destruídos, e deram origem a mais um conjunto de prédios...

A demolição desta escola foi um crime para o passado de Mem Martins, pela memória e esforço de uma população, que se reuniu em torno da construção de uma escola.

O grande impulsionador desta escola foi Artur Soares Ribeiro, um grande dinamizador da Mem Martins. Foi inaugurada na década de 20 e demolida em 1989.

A primeira professora que ali lecionou chamava-se Maria de Jesus Simões.

Esta escola foi construída pelo dinheiro e vontade da população.

Na "Era do Betão", esqueceu-se o passado e não se respeitou a história, construindo-se prédios desenquadrados com toda a envolvente, longe das boas regras de urbanismo, e demolindo-se este edifício, que não se tratando de um grande símbolo arquitetónico, era sem duvida um marco importante na vida de muita gente...


Em baixo, encontra-se uma pequena animação, onde tento reconstruir a zona, em meados da década de 80, fazendo uma viagem pela Rua do Coudel, virando à esquerda até à antiga Escola Primária.




quarta-feira, 10 de novembro de 2010

[Jornal de Noticias] Escola provisória há 35 anos

A escola EB2,3 Visconde de Juromenha, localizada na Tapada das Mercês, vai cumprir, no próximo dia 17 de Novembro, 35 anos e, pese esse facto, continua a ser "provisória".

Esta escola não tem condições para receber os cerca de 1300 alunos que a frequentam. Somente a grande dedicação de toda a comunidade educativa, torna possível ultrapassar obstáculos e proporcionar as condições mínimas, para que a escola esteja a funcionar.

No entanto, sempre que chove com um pouco mais de intensidade, nada há a fazer e é o caos: salas de aula, refeitório e ginásio com inundações, espaços exteriores onde a água chega a atingir os 20 cm, impossibilitando a circulação, e os quadros eléctricos, que ao conviverem com as abundantes infiltrações, representam um perigo para todos.
Esta é a situação que se vem agravando e que tem como consequência imediata o desconforto e a forte possibilidade dos alunos ficarem doentes, para além de uma aprendizagem interrompida, pois a escola acaba por encerrar mais cedo. Tem sido assim, nas últimas semanas.

Será que estão à espera que um tecto caia em cima dos nossos filhos?

Senhores governantes, sejam eles quais forem, Ministério da Educação, Direcção Regional de Educação de Lisboa e Câmara Municipal de Sintra, deixem-se do "jogo do empurra", tão conveniente para não fazerem nada, e não envergonhem mais a classe política.

Deixem de deitar areia para os nossos olhos e proporcionem aos nossos filhos, o que é de direito reconhecido; uma escola nova!