Tempo em Algueirão Mem Martins

sexta-feira, 3 de julho de 2020

[LUSA] Covid-19: Habitantes de Algueirão-Mem Martins pedem policiamento mais rígido

Os habitantes e comerciantes de Algueirão-Mem Martins estão preocupados com o número crescente de infetados nesta freguesia de Sintra e pedem que a polícia seja mais severa com quem infringir as regras do estado de calamidade decretado pelo Governo.

Às primeiras horas da manhã, nas ruas que circundam a estação de comboios de Algueirão-Mem Martins, o movimento aumenta à medida que o dia vai nascendo. A maioria procura o comboio e os autocarros que confluem na zona histórica da freguesia de Sintra, uma das mais afetadas pela pandemia de covid-19 e entre as 19 da Área Metropolitana de Lisboa que o Governo colocou em estado de calamidade.
Do lado de Mem Martins, Maria Isabel Moniz conhece bem a azáfama das primeiras horas do dia. De frente para a paragem de autocarros, há muitos anos que a banca de jornais onde trabalha é ponto de paragem para quem quer ler as notícias do dia ou tentar a sorte numa raspadinha. Contudo, lamenta que ao dia de hoje sejam cada vez menos os que vêm ter consigo.
"Está tudo muito parado, vai correndo devagarinho, mas está muito fraco. Muitas pessoas estão em casa e muitas sem dinheiro. Uns não recebem, outros foram despedidos e outros estão em 'lay-off'", explica a comerciante.
No seu 'posto de vigia', Maria Isabel conta à Lusa que não está surpreendida com os números de infetados em Algueirão-Mem Martins. Acusa as pessoas de "não respeitarem" as regras e lembra que todos os dias vê da sua banca partirem, um atrás da outro, "autocarros cheios". Depois, acrescenta que as pessoas de mais idade são também um problema.
"Andam por aí a ver as lojas, o ambiente, para cima e para baixo, sem necessidade de andar na rua", afirma.
A conversa é interrompida para Maria Isabel vender um jornal, mas rapidamente a vendedora diz à Lusa que só acredita em números melhores se a polícia entrar em ação.
"Se começarem a multar talvez as coisas melhorem. Só acredito se as pessoas forem obrigadas a pagar as multas pelas infrações que fazem", sublinha.
Duas portas ao lado do quiosque de Maria Isabel, a sua amiga Isabel Ferreira abre a porta do pronto a vestir mal 'batem' as 10:00. Os clientes a entrar são poucos, por isso Isabel mantém-se à porta e vai cumprimentando quem passa.
"A Economia está muito mal, as pessoas ainda têm medo de vir às compras, não há poder de compra e as lojas aqui em Mem Martins estão quase todas a fechar. Está muito complicado", diz a lojista.
Sobre os números da pandemia, também ela se mostra pouco surpreendida por Algueirão-Mem Martins estar entre as freguesias mais afetadas.
"Quando abriram as escolas via muitos jovens sem as máscaras a conviverem e a beberem, e acho que começou a piorar nessa altura. Depois também temos as pessoas de idade, que não querem cumprir", revela.
Pouco confiante de que em 15 dias mude alguma coisa, Isabel Ferreira já decidiu que vai voltar para o Fundão, a sua terra natal. A pandemia acelerou a decisão de "voltar a casa", mas ainda que vá para longe considera que a polícia deve estar mais presente nas ruas.
"Se não começarem a andar na rua, a multar ou a fazer pressão para irem para casa, não vai mudar nada. A economia não pode parar, mas se não houver medidas da polícia não vão deixar de haver festas, convívios e vai continuar a haver mais infetados", vaticina.
Já mais perto da hora de almoço, crescem as filas à porta dos supermercados na avenida central de Mem Martins. Numa delas está Isabel Francisco, que garante que só saiu de casa para ir às compras e apelida de precipitado o desconfinamento que foi feito.
"Acho que não se devia ter aberto, devíamos ter ficado como estava, e só quando deixasse de haver casos de covid-19 é que deviam ter aberto as lojas", diz esta moradora de Algueirão, que é radical na hora de avançar com uma solução: "Deviam fechar tudo outra vez. Era a melhor solução para as pessoas ficarem presas em casa".
A ver tudo isto está Aires Pereira. Aos 67 anos, reformado, diz que "a reforma dá para pouco" e por isso não abdica dos seus passeios diários, mesmo que as indicações sejam para ficar em casa sempre que possível.
"Estou a viver normalmente, não penso duas vezes, se tiver que vir que venha", diz sem medo do vírus. "Tenho a máscara, não ando em molhos, desvio-me dos ajuntamentos, mas quando tiver que vir... Graças a Deus até hoje... tenho um 'pacemaker', fui operado a um pulmão, mas estou a reagir bem a isto", afirma com confiança.
Apesar de não ter um comportamento exemplar, este sexagenário é lesto a apontar o dedo aos que mais prevaricam.
"As pessoas não se pode dar um dedo que apanham logo o corpo todo. Há falta de disciplina, as pessoas não têm consciência do que se está a passar e abusam", acusa, defendendo "mais força para a polícia".
"As pessoas não têm respeito pela polícia. Gozam com eles, eles falam e é a mesma coisa que nada. Deem um pouco mais de força à polícia", termina.
A generalidade de Portugal Continental entra hoje em situação de alerta devido à pandemia de covid-19, com exceção da AML, que passará para o estado de contingência.
Dentro da AML, que é constituída por 18 municípios, 19 freguesias de cinco concelhos continuarão em estado de calamidade, já que, segundo disse o primeiro-ministro na semana passada, é onde se concentra agora "o foco de maior preocupação de novos casos [de infeção] registados".
Nestas freguesias foram impostas medidas especiais de confinamento, como o "dever cívico de recolhimento domiciliário", ou seja, as pessoas só devem sair de casa para ir trabalhar, ir às compras, praticar desporto ou prestar auxílio a familiares.
Os ajuntamentos ficam limitados a cinco pessoas e estão proibidas as feiras e mercados de levante.

terça-feira, 16 de junho de 2020

KFC inaugura novo restaurante em Mem Martins

São cada vez mais os restaurantes KFC em Portugal. Neste momento, a marca já tem todos os seus estabelecimentos a funcionar em Portugal, pelo que é altura de retomar o plano de expansão pelo nosso país. Assim, acaba de inaiguruar um novo restaurante em Mem Martins, em plena linha de Sintra.

Muito bem localizado junto ao IC 19, perto da saída para Mem Martins, este novo restaurante KFC conta com uma ampla sala, duas esplanadas, serviços de Drive, Delivery e Playground. Esta nova unidade vem criar 25 novos postos de trabalho.
De resto, realçar que todos os restaurantes da KFC estão a aplicar um rigoroso plano de segurança. Estão agora identificados percursos de circulação e foi aplicada sinalética de apoio ao distanciamento social, sendo que muitos deles possuem excelentes esplanadas. No interior, é garantida a boa ventilação e renovação frequente de ar através da abertura de portas e janelas, tendo ainda sido reforçada a desinfeção e limpeza de todos os equipamentos.
E claro, também naqueles pedidos via Uber Eats ou Glovo, as encomendas são seladas e sem contacto, garantido a máxima segurança.

quarta-feira, 10 de junho de 2020

[dinheiro vivo] Gastos com graffitis numa década davam para CP comprar um comboio novo

Limpeza dos desenhos custou 3,4 milhões de euros entre 2008 e 2019, mas ainda é insuficiente para retirar tudo. Transportadora reclama mais verba.

Os graffitis nos comboios não impedem apenas os passageiros de apreciarem a paisagem. A limpeza destes desenhos custou à CP nada menos de 3,4 milhões entre 2008 e 2019, despesa que permitiria à empresa comprar um comboio novo. Só entre 2010 e abril deste ano registaram-se mais de 12 mil atos de vandalismo no material circulante, de norte a sul do país. A companhia de transporte ferroviário exige ao Estado mais dinheiro para garantir a limpeza de toda a frota.


“O graffiti do material circulante é um ato de vandalismo”, refere fonte oficial da CP ao Dinheiro Vivo. O impacto destas pinturas não é meramente estético: prejudica utentes, maquinistas e contribuintes. A transportadora lembra que “quando é grafitado o vidro da cabine de condução, o maquinista fica sem condições de trabalho“.

E se os desenhos ocuparem a totalidade da janela, os ocupantes não sabem onde estão. A empresa assinala também que “uma frota de comboios limpa de graffitis é um contributo valioso para a perceção da qualidade do serviço prestado e da segurança do transporte ferroviário pelos clientes”.

Quem são os writers? 
Os autores dos graffitis nos comboios são conhecidos como writers e desenham uma assinatura com letras que correspondem ao seu pseudónimo e que se repetem em todos os locais que são pintados. ”A sua origem social, étnica ou política é plural: existem ricos e pobres, comunistas e capitalistas a pintar comboios”, explica Pedro Soares Neves, da Urban Creativity, em declarações ao Dinheiro Vivo. A “grande maioria destes autores é jovem e do sexo masculino”, acrescenta o também investigador Ricardo Campos.

O hábito de pintar comboios nasceu em Nova Iorque, na década de 1970. “A base desta cultura é a aquisição de visibilidade e prestígio entre os pares. Para adquirir reputação é necessário pintar muito e bem. Também entra na equação o risco associado às ações, pelo que pintar uma carruagem do metro ou do comboio é geralmente mais valorizado”, contextualiza Ricardo Campos. Considerando que “é muito difícil conter estas manifestações” e que os writers “desenvolvem táticas de contorno à vigilância e repressão”, os dois investigadores sugerem o envolvimento das empresas de transporte. Embora já tenha trabalhado com associações e artistas de arte urbana, a CP diz que, “no momento atual, não está prevista a realização de iniciativas neste âmbito” para limpar a imagem dos comboios e dos gastos.

https://www.dinheirovivo.pt/empresas/gastos-com-graffitis-numa-decada-davam-para-cp-comprar-um-comboio-novo/

[JFAMM] Demolição Mercado Fanares

Prosseguem a bom ritmo as obras que irão requalificar a zona onde estava localizado o antigo Mercado de Fanares, em Mem Martins. Este que, disse o presidente Válter Januário, será o ponto de partida para um projeto de requalificação urbana onde será criada uma nova centralidade e novos percursos pedonais.


A requalificação do espaço está inserida num projeto da Área de Reabilitação Urbana (ARU). Aqui haverá um espaço completamente diferente do que estavamos habituados a ver. Uma praça pública que une a Praceta de Damão à Praceta de Goa por pavimento único, com uso misto na Rua de Panjim, onde serão criadas zonas de lazer e de cultura.

“Será um espaço de lazer e de fruição para a população, com uma praça central, zonas de estadia onde as pessoas possam estar. Uma nova centralidade à freguesia. Vamos ter mais um espaço para atividades lúdicas, culturais, desportivas e recreativas que nos faz falta na freguesia”, referiu o presidente ao visitar o espaço antes da sua demolição.

Um espaço com história para muitos, mas que devido à extrema degradação, ao longo do tempo, impediu a sua reabilitação. Agora, o antigo Mercado de Fanares dará lugar a uma nova vida para Mem Martins, numa centralidade que irá incluir percursos pedonais entre o novo estacionamento da Praceta Nau de São Rafael e a estação de comboio da CP de Algueirão-Mem Martins, com cerca de 450 metros de extensão e, ainda, a ligação ao Parque Linear da Ribeira da Laje, aberto ao público em 2019, e que permitiu a ligação entre Mem Martins e Rio de Mouro, numa área total de intervenção de 13,5 hectares.

quinta-feira, 4 de junho de 2020

[sintranoticias] “O dinheiro é escasso, mas tem de ser gerido da melhor forma”

Valter Januário, presidente da Junta de Freguesia de Algueirão-Mem Martins, em entrevista ao Sintra Notícias e ao Jornal Correio de Sintra, faz um ponto de situação do estado da freguesia mais populosa do país. “Uma responsabilidade assumida, com empenho e dedicação, todos os dias”.


Algueirão Mem Martins, tem em marcha um conjunto de obras, “há muito reclamadas e desejadas” pela população daquela que é a mais populosa freguesia do país, com mais de 66.250 habitantes, de acordo com os dados do censos de 2011.
“Uma responsabilidade assumida, com empenho e dedicação permanente, todos os dias”, refere Valter Januário presidente da Junta de Freguesia de Algueirão Mem Martins, que aceitou o desafio do Sintra Notícias e do Jornal Correio de Sintra, para uma visita guiada por algumas das obras, que considera “importantes pela qualidade de vida que vai proporcionar à população” e que estão a decorrer na freguesia.
A construção do novo Centro de Saúde na Messa em Mem Martins a demolição do velho e degradado Mercado de Fanares, ou mesmo as obras de requalificação, já em fase de conclusão, do Largo das Mercês, espaço que integra o corredor verde pela Ribeira da Lage, são obras que considera “importantes” para a freguesia.
“O dinheiro é sempre escasso, mas tem de ser gerido da melhor forma”, sublinha Valter Januário, eleito pelo PS, destacando o “bom relacionamento institucional” com a Câmara de Sintra, “que nos tem ajudado a concretizar estas obras”, fazendo também referência à “equipa empenhada” que dispõe no executivo que preside.
“Há repavimentações em muitas das ruas na freguesia”, prossegue o presidente da Junta de Freguesia, dando como exemplo a renovada Rua Dr. João Barros, que vai ter novos e mais espaços de estacionamento bem como melhorias de circulação ao longo de toda a via que liga Mem Martins às Mercês.
Na Rua do Coudel também estão a terminar as obras para a colocação de novas condutas de águas pluviais, “mais largas para travar inundações”.
Na calha está ainda a requalificação da zona de Mem Martins Poente, já com um projeto para a zona, que passa pela instalação de vários equipamentos de lazer.
De momento a maior preocupação de Valter Januário “passa pelo estado em que se encontram muitos dos espaços verdes” na freguesia por “falta de cumprimento da empresa responsável pela sua manutenção”, lamenta o autarca, mostrando-se também “sensível com questões sociais”, que surgiram recentemente, durante o período de confinamento no contexto da pandemia Cocid-19: “uma situação nova que ninguém esperava. Tivemos que canalizar toda a nossa atenção para esta questão”.
Preocupações e anseios do autarca, em destaque na edição desta semana do Jornal Correio de Sintra, nas bancas nas próximas horas, com desenvolvimento também no SINTRA NOTÍCIAS.

quarta-feira, 3 de junho de 2020

[Jornal I] Pré-escolar. Um regresso cheio de ‘abraços apertadinhos’

As regras da DGS cumprem-se à risca, mas os afetos não podem ser afastados. A felicidade de um abraço marcou o regresso à escola das crianças entre os três e os seis anos. Ainda assim, nem todos fizeram os testes de despiste, ao contrário do que aconteceu no regresso às creches.


Há gestos que não mudam e afetos que não desapareceram em pouco mais de dois meses de confinamento. A pandemia pede afastamento, mas as crianças querem abraços. E ontem foram mesmo os mais novos a ganhar a luta do distanciamento – o regresso do ensino pré-escolar ficou marcado pelo abraço à educadora, à auxiliar e ao amigo que não viam desde março. “Isso foi inevitável, claro que deram logo um abraço a cada uma”, confessou Sofia Pires, educadora de infância na Casa Sarah Beirão, no concelho de Oliveira do Hospital.
O cenário multiplicou-se pelo resto do país e ninguém negou colo ou abraço às crianças. “Nós percebemos e respeitamos todas as orientações da DGS, mas temos de respeitar também as crianças, não podemos dizer que não pode abraçar o colega, não podemos limitar a criança”, reforçou Carla Pinto Silva, da creche Sempre em Flor, em Mem Martins. Nem todos regressaram à escola, alguns ainda ficaram em casa com os pais e a maioria dos estabelecimentos de ensino pré-escolar tiveram uma taxa de ocupação que não foi além dos 50%. Na Casa do Cuco, no Porto, o “abraço apertadinho” também marcou o regresso das atividades letivas. “Aconteceu e tem de acontecer”, admitiu ao i Sandra Guimarães, diretora pedagógica do colégio.
E desengane-se quem pensa que os mais novos não percebem que é preciso seguir regras e que a saúde está em risco se essas mesmas regras não forem cumpridas. “A Leonor estava a contar há pouco que tinha de ralhar com a mãe, porque a mãe tocou numa campainha que não era para tocar”, disse Sofia Pires, acrescentando que as crianças do pré-escolar “adaptam-se muito bem e aceitam as novas regras com normalidade”.
Enquanto a educadora contava a história, Sara, antes de arrumar um puzzle com o qual tinha brincado, pediu que fosse desinfetado para o poder colocar no armário. É só o primeiro dia, mas aquela não era a primeira vez que Sara pedia para alguém desinfetar um objeto que tivesse utilizado. E, durante a manhã, não foi preciso repetir mais do que duas vezes as regras para que todos entendessem. “Andámos lá fora e explicámos quais eram os percursos limpos – o sítio por onde os pais passam são higienizados e os miúdos só podem passar depois, porque só podem passar em percursos limpos. E eles perceberam logo. A realidade já os preparou – sobretudo aos mais velhos, os mais novos vão por arrasto –, porque eles são bombardeados com muita informação”, acrescentou Sofia Pires.