Homem de 47 anos, que esteve na Libéria, suspeitou ter contraído vírus e foi internado, mas afinal era um enfarte. Um homem de 47 anos, que esteve a trabalhar na Libéria e regressou no dia 2 de agosto a Lisboa, dirigiu-se ontem ao Serviço de Urgência Básica (SUB) de Sintra, em Algueirão-Mem Martins, por suspeitar de que tinha contraído o vírus ébola. Mecânico de helicópteros de profissão, o homem apresentou-se com febre e sensação de mal-estar no estômago e no peito. O facto de ter estado num dos países africanos afetados pelo surto levou-o a temer que tinha contraído a doença. Foi observado pela médica de serviço no SUB, que seguiu as indicações definidas nos protocolos para despiste da doença para pessoas que estiveram nos países afetados.
Segundo afirmou ao CM fonte oficial do Hospital Prof. Dr. Fernando Fonseca (Amadora-Sintra), o despiste, que foi realizado com o auxílio de uma linha de apoio a profissionais de saúde, permitiu verificar que não se tratava de ébola mas sim de um problema de origem cardíaca. Foi então ativada uma ambulância de socorro dos Bombeiros Voluntários de Algueirão-Mem Martins (BVAMM), que transportou o doente para o Hospital Amadora-Sintra. Os exames realizados confirmaram que o homem sofreu um enfarte do miocárdio, segundo revelou ao CM a fonte do Amadora-Sintra.
Ao início da noite de ontem, estava internado na Unidade de Cuidados Intensivos Coronários em situação estável. Joaquim Leonardo, comandante dos BVAMM, conta uma versão diferente e garante que os tripulantes da ambulância estavam convencidos de que se tratava de uma suspeita de ébola. "Pelas 11h05 recebemos um pedido normal para transporte de um doente para o Hospital Amadora-Sintra. À chegada ao SUB é que foi dado conhecimento à equipa de que o transporte seria feito com assistência de um médico e que era uma suspeita de ébola. A equipa achou estranho porque esse tipo de transporte é feito pelo INEM. A equipa confiou na decisão do médico e fez o transporte, mas podia ter recusado", disse. Graça Freitas, da Direção-Geral da Saúde, confirmou ao CM que "o doente foi internado com outra patologia, que não o ébola".
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