Tempo em Algueirão Mem Martins

segunda-feira, 25 de dezembro de 2023

[SIC Notícias] Catorze pessoas intoxicadas na Tapada das Mercês

Catorze pessoas foram transportadas, no domingo à noite, para diferentes hospitais da zona de Lisboa por causa de uma intoxicação por monóxido de carbono na Tapada das Merces, em Sintra.


O alerta foi dado pouco antes das 21:00.

Catorze pessoas foram retiradas de casa na Tapada das Mercês, Sintra, devido a uma intoxicação por monóxido de carbono. Foram transportadas para vários hospitais. A maioria para o Fernando da Fonseca, na Amadora.

Dois receberam tratamento na câmara hiperbárica do hospital militar.

A criança, uma das pessoas que recebeu o tratamento, está agora internada no Hospital de Santa Maria, ainda a receber oxigênio.

Os outros quatro menores, com idades entre três e 16 anos, já tiveram alta.

Ainda não há certezas quanto à causa da intoxicação, que mantém internadas duas pessoas.

terça-feira, 5 de dezembro de 2023

sintranoticias - Incêndio em restaurante em Mem Martins provoca dois feridos

Um incêndio deflagrou esta manhã de terça-feira, num restaurante “Comilão Burger”, na rua do Arneiro, em Mem Martins, provocando dois feridos.

Segundo o Correio da Manhã (CM), que avançou a informação, as vítimas, são “um bombeiro e um agente da PSP, sofreram ferimentos ligeiros e foram transportados para o hospital”.

Para o local foram mobilizados onze operacionais apoiados por quatro viaturas.



domingo, 12 de novembro de 2023

Bispo vence prémio europeu de música da MTV

Rapper português Bispo vence prémio europeu de música da MTV




A revelação feita pela MTV aconteceu na noite de 5 e a música portuguesa continua a fazer história e a nossa Freguesia também! Bispo, que cresceu na freguesia de Algueirão-Mem Martins venceu na categoria “Best Portuguese Act”.
Os MTV Europe Music Awards são uma tradição anual que reúne artistas de todo o mundo para celebrar o talento musical de cada país.
A Paramount Global decidiu cancelar a edição de 2023 dos MTV Europe Music Awards, em Paris, devido à "imprevisibilidade dos eventos mundiais". Apesar da cerimónia não se ter realizado, a MTV divulgou a lista de vencedores.

sábado, 11 de novembro de 2023

Feira do Fumeiro - Mem Martins 2023

 


Feira do Fumeiro e dos produtos regionais está de volta a Algueirão-Mem Martins!
 
De 17 a 19 de novembro, a terceira edição do evento terá lugar na Quinta de Santa Terezinha, Mem Martins.
Deixamos a todos o convite de poderem desfrutar de boa gastronomia, queijos, enchidos e muita animação, aqui será o local ideal para trazer a sua família e passar bons momentos de lazer.

1ª Gala de Ilusionismo de Mem Martins






Sábado dia 25 de novembro!
Bilhetes à venda na nossa sede!

segunda-feira, 23 de outubro de 2023

Encerramento da "Topsndolls Mem Martins"

"Topsndolls Mem Martins" vai fechar portas na av. Chaby Pinheiro, no dia 27 outubro, depois da marca já ter encerrado as suas lojas na Amadora, Oeiras, Loures e Vila Nova de Gaia.








quinta-feira, 19 de outubro de 2023

Mercadona Tapada das Mercês

A Mercadona, empresa de supermercados, abre hoje o supermercado da Tapada das Mercês, na Avenida Miguel Torga n.º10. Esta é a segunda loja da cadeia no concelho de Sintra já que a primeira abriu no passado mês de julho, em Massamá. A abertura deste supermercado reflete a aposta da Mercadona no seu plano de expansão em Portugal, onde a empresa conta com um total de 46 lojas, das quais, a partir de hoje, 4 se situam no distrito de Lisboa. O novo supermercado criou 90 novos postos de trabalho, estáveis e de qualidade, com contratos sem termo desde o primeiro dia, contribuindo para a criação de emprego local.



Dispõe de uma área de vendas de 1.900 m2 divididos entre as secções de Talho, Peixaria, Charcutaria, Pastelaria e Padaria, Perfumaria, Cuidado do Lar e Animais de Estimação, Frutas e Legumes, Garrafeira e Pronto a Comer com self-service e várias opções de pratos preparados para levar ou comer na loja, numa zona exclusiva para o efeito. Além disso, os “Chefes” (clientes) podem também contar com um mural de sushi, presunto cortado à faca e embalado no momento, uma máquina de sumo de laranja espremido na hora e carrinhos de compras leves, ergonómicos e sem moeda.


Todas as lojas da Mercadona em Portugal são construídas respeitando o Modelo de Loja Eficiente que está gradualmente a ser implementado em toda a cadeia, com corredores amplos, poupanças energéticas de até 40% comparativamente a uma loja convencional, entrada com vidro duplo, que evita correntes de ar, sistemas de refrigeração mais sustentáveis, melhorias de isolamento nos móveis de frio, iluminação LED e gestão inteligente do consumo energético. Esta loja tem
 219 lugares de estacionamento e mais 2 lugares destinados ao carregamento de veículos elétricos, indo ao encontro do compromisso da empresa para com a mobilidade elétrica.       

segunda-feira, 16 de outubro de 2023

Colégio D.Afonso V

Nascido de uma vontade de educar a geração de líderes do futuro e já com quase meio século de tradição, iniciámos o nosso percurso em prol da educação e formação em 1962, dando resposta às carências educativas da zona de então a nível do Ensino Secundário. Nesse ano, o Colégio abriu com o Ensino Primário, o Curso dos Liceus, o Curso Geral do Comércio e com a secção preparatória para os institutos Industriais e Comerciais. À época, o liceu mais próximo era o de Oeiras, e o primeiro estabelecimento público a ser construído no Concelho foi o Liceu de Sintra, um ano após a abertura do Colégio. Actualmente, a oferta do Colégio abrange o ensino Pré-Escolar, 1º, 2º e 3º Ciclos do Ensino Básico e Ensino Secundário.


O Colégio D. Afonso V foi, desde a sua instituição, reconhecido oficialmente pelo Ministério da Educação através do respectivo Alvará, dispondo igualmente de Autonomia Pedagógica que nos permite, entre outras prerrogativas, a passagem de Certificados de Habilitação e a realização de Exames Nacionais. Desde a sua criação, tem mantido o seu principal objectivo de garantir a qualidade do ensino contribuindo para a formação de jovens conscientes das realidades e preparados para enfrentar as exigências presentes e futuras. Para alcançarmos este objectivo muito têm contribuído o trabalho, a dedicação e o empenho de todos os membros da nossa comunidade educativa, nomeadamente os professores, Pais/Encarregados de Educação e pessoal não docente.
Acreditamos que as crianças e os jovens são seres dotados de uma capacidade inata de aprender, de um espírito criativo e da capacidade para agir de forma responsável, sem esquecer o valor fundamental da Família/Pais/Encarregados de Educação, principais e primeiros educadores dos nossos alunos. Trabalhamos em prol de um elevado nível académico articulado com o desenvolvimento intelectual, emocional, afectivo, físico e social. Oferecemos aos nossos alunos uma formação completa em todas as áreas, para que venham a ser cidadãos responsáveis que interiorizem e transmitam valores e atitudes morais e sociais como o respeito pelas pessoas e pelo ambiente; adquiram a flexibilidade necessária para se ajustarem à realidade em constante mudança; e ganhem a capacidade de enfrentar e superar cada novo desafio. Comprometemo-nos a proporcionar as condições para que os nossos alunos se tornem cidadãos literatos, multilingues, multiculturais, competentes, educados, sensíveis, bem informados, multifacetados, com sentido crítico e suficientemente ágeis para gerir, resolver e enfrentar problemas e desafios transformadores de um mundo complexo, interdependente e pluralista.


Desejamos projectar uma imagem de referência local e nacional como promotores de cidadãos conscientes do seu papel na sociedade e na sua vida pessoal. Partindo deste pressuposto, consideramos que a nossa actuação se orienta para:
– Promover uma cultura humanista, artística e científica, e o desenvolvimento emocional, intelectual e motor;
– Educar tendo em conta os valores democráticos, morais, éticos, cívicos e estéticos, alertando para as grandes causas sociais e ambientes actuais;
– Ensinar os alunos a respeitar e a preservar o património natural e cultural português e universal;
– Incentivar os alunos a uma constante procura do conhecimento de forma organizada e sistemática recorrendo aos meios ao seu dispor.

domingo, 3 de setembro de 2023

90 anos da CAPELA e das FESTAS de Nossa Sra da Natividade

CAPELA e as FESTAS de Nossa Sra da Natividade em Mem Martins iniciaram-se no dia 3 Setembro de 1933

29/03/1931
A cerimónia de lançamento da 1ªpedra para a construção da capela

03/09/1933
Inauguração da capela de Nossa Senhora da Natividade

Não foi por acaso que as Festas de Mem Martins tiveram continuidade e chegaram aos nossos dias. Estava na mente dos organizadores que assim fosse pois as notícias inseridas no “DIÁRIO DE NOTICIAS” de 17 de Agosto de 1933 e no “SECULO” de 20 de Agosto de 1933 o deixavam antever.

Rezam assim:
 Esta Festa é o início duma romaria anual, que este ano deve ser muito concorrida, devido à forma como está organizada, havendo já muitos lugares marcados para barracas de negócio e divertimento”.

No verão de 1933, com o pretexto de assinalar a Inauguração da Capela, organizam-se as Festas em honra da Padroeira, dias 3 e 8 Setembro, as quais tiveram a presença de destacadas entidades civis e religiosas.

Dentre outras, o Presidente da Comissão Administrativa da Câmara Municipal de Sintra, Major Craveiro Lopes – mais tarde Presidente da Republica – e Sua Eminência o Cardeal Patriarca de Lisboa D. Manuel Gonçalves Cerejeira.
Muito público e segundo o “DIÁRIO DE NOTICIAS” de 4 de Setembro: “ … assistiram às cerimónias pessoas em evidência na colónia de verão de Mem Martins e Sintra, com os Srs. Afonso Dornelos, Dr. Tomas Gambôa, Coronel Correia dos Santos, senhoras e entidades oficiais”.


"... Na manhã do primeiro domingo de Setembro, a música percorre as ruas de Mem Martins, apresenta cumprimentos ao juiz e faz a recolha dos 'cargos' que são conduzidos em procissão à capela no Rossio da Fonte..."

A vontade dos homens foi cumprida, as Festas, passado por algumas vicissitudes, chegaram aos nossos dias prosseguirão pelos tempos fora, graças à vontade de outros HOMENS.
Os despretensiosos apontamentos que aqui ficam têm como objectivo: Registar sucintamente, para a posteridade, como, quando põe quem foi erigida a Capela de Mem Martins, bem como tradição das FESTAS EM HONRA DE NOSSA SENHORA DA NATIVIDADE.

 


quarta-feira, 30 de agosto de 2023

Núvem lenticular de Agosto '23

Uma nuvem com uma forma invulgar foi avistada, ao final desta segunda-feira, na zona de Lisboa. As partilhas de imagens foram muitas, e muitas vezes acompanhadas de piadas e sugestões de que seriam óvnis. 

Apesar da sua forma pouco usual, não se tratou de demonstração de vida extraterrestre, mas sim de uma nuvem lenticular

Segundo os especialistas, o fenómeno deveu-se ao vento que se fazia sentir. Este tipo de nuvens forma-se devido à presença de fortes ventos húmidos em terrenos acidentados, como montanhas ou vales.

"De uma forma geral designam-se por altocumulus lenticularis. Estas nuvens encontram-se a uma altitude entre 3000m e 6000m e formam-se pela interação do vento com as montanhas, em certas condições de estabilidade atmosférica", revela o Notícias ao Minuto fonte do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA). 

Tal como se pôde verificar nos céus, as nuvens do género altocumulus "podem ter formas ovaladas (lenticulares), alongadas, em forma de rolo, redondas ou laminares", revela a mesma fonte. 

As nuvens lenticulares geralmente indicam a presença de turbulência severa e por isso são "potencialmente perigosas" para a aviação. 

sexta-feira, 18 de agosto de 2023

Pintura "Escola Guerra Junqueiro" ????

Neste PT, era interessa uma Pintura semelhante a outras que já existem na freguesia, refer ente á antiga escola Guerra Junqueiro que existiu neste local.

Fica a Ideia 💡💡💡




Fim dos "Grognation" com Harold e Nasty (video)

Harold e Nasty Factor a conversar sobre o Final dos Grognation....



Inicio obras nova Junta Freguesia AMM

 .... e já foi demolida a casa onde irá nascer a nova Sede da Junta de Freguesia de Algueirão Mem Martins














terça-feira, 15 de agosto de 2023

Obra antigo Mercado de Fanares

 As obras na zona do antigo Mercado de Fanares em Mem Martins continuam devagarinho.....

O espaço certamento ficará mais bem definido, mas o irá atrair a população a esta nova zona?









sexta-feira, 28 de julho de 2023

[Diário Noticias] Arde cinema em Mem Martins

09 agosto 1991


"É estranho", segundo os Bombeiros, a origem do fogo que anteontem à noite deflagou no Cinema Chaby, no Algueirão, como noticiámos e que a Policia Judiciária foi chamada a investigar.

O incêndio começou no sector esquerdo da plateia, destruindo esta zona, bom como todo o balcão, segundo disse  o segundo-comandante dos Bombeiros do Algueirão.

Francisco Rosado dos Santos considerou que a origem do fogo - cujo primeiro alarme foi dado por populares cerca das 20h35 de 4ªfeira. -  é "estranho", já que a sala estava fechada e de encontrava no lado esquerdo da plateia um "monte de cadeiras" que não pertenciam ao local.

"O fogo poderia ter atingido proporções muito mais graves - porque os assentos das cadeiras continham muita espuma - se não fosse os bombeiros terem chegado ao local rapidamente", acrescentou.

Entretanto, a Policia Judiciária deslocou-se ao local, por ter sido levantada a suspeita de fogo posto.

O Cinema Chaby, com cerca de três décadas de existencia e já desativado, situa-se no centro do Algueirãoe pertence, segundo o mesmo responsável dos Bombeiros, à Lusomundo, uma das grandes empresas portuguesas na área da distribuição cinematofráfica.

Francisco Rosado dos Santos, acompanhado de um perito da Judiciária em incêndios, voltou ao local, que esteve isolado por efetivos da GNR. Do Combate ao fogo, em que estiveram envolvidos , além dos bombeiros locais, os de Sintra, São Pedro de Sintra, Cacém, Colares e Almoçageme, totalizando cerca de 200 homens e 20 viaturas, resultaram quatro intoxicados e um ferido ligeiro, o sub-chefe Eugenio Melo, da Corporação do Algueirão.

O incêndio foi detectado pouco depois das 20h30 de 4ªfeira, e a pronta intervenção dos Bombeiros , que em poucos minutos estavam no local, deveu-se ao facto de ter sido mesmo um elemento da corporação, que se encontrava numa ambulância no centro da vila, a aperceber-se da existência de fumo no edifício.

Uma hora mais tarde, o combate às chamas foi dado por terminado, e às 22h o fogo era considerado extinto.


Projeto para edificar um Centro Comercial
Fonte dos Bombeiros revelou, por outro lado, a existência de planos para construção, naquele local. O projecto - edifício com 7 pisos, cinema, garagem e armazém - não mereceu a aprovação da corporação por falta de condições de segurança, o que levou a Câmara de Sintra a reprovar igualmente a construção.


sábado, 15 de julho de 2023

[CNN] Problemas em "Mem Martins Poente"

Processos em tribunal, pessoas falidas e outras que vivem em apartamentos sem licença: uma urbanização ilegal em Sintra há mais de 20 anos.

Esta enorme urbanização no concelho de Sintra ainda não possui toda a documentação exigida. Construída nos anos 90, ainda hoje não tem todos os documentos legais necessários.

O caso arrasta-se nos tribunais e já levou mesmo à falência alguns dos promotores originais do projeto.


Clique abaixo para ver reportagem CNN
https://cnnportugal.iol.pt/videos/processos-em-tribunal-pessoas-falidas-e-outras-que-vivem-em-apartamentos-sem-licenca-uma-urbanizacao-ilegal-em-sintra-ha-mais-de-20-anos/62e24f0c0cf26256cd2f302d







quarta-feira, 31 de maio de 2023

[Correio de Sintra] Urbanização da Quinta da Marquesa com novo começo

A Câmara de Sintra assinou no passado dia 19 de maio, o contrato de urbanização da Quinta da Marquesa, localizada na Tapada das Mercês, na Freguesia de Algueirão-Mem Martins.


O documento, tem como objetivo definir o aproveitamento dos terrenos para a urbanização e edificação deste projeto, face às prescrições do Plano Diretor Municipal (PDM) de Sintra, bem como garantir um desenvolvimento urbano harmonioso, que respeite a correta dotação de espaços verdes de utilização coletiva e de equipamentos de utilidade pública.

O projeto da Quinta da Marquesa foi elaborado pela Câmara Municipal de Sintra e compreende uma área total de construção de 400.767 m² e de implantação de 147.691 m². “O desenvolvimento deste projeto tem subjacente o conceito de cidade compacta, intimamente ligado ao desenvolvimento urbano sustentável e à qualidade de vida, que apresenta vários benefícios ao nível ambiental, social e económico”, pode ler-se, em nota enviada ao CORREIO DE SINTRA.

Prevê-se também a criação de um Parque Urbano com cerca de 30 hectares, composto por equipamentos desportivos e educativos, e envolvido por espaços habitacionais, que apresentam uma relativa densidade, isto é, constituídos por blocos que variam aproximadamente entre os 3.000 m e os 7.000 m de área de construção, o que permitirá uma densidade média de 30 fogos por quarteirão (120 por unidade), considerando que 75 % seja destinado ao uso habitacional e os restantes 25% para atividades económicas. 

Dia da Criança 2023

 


sexta-feira, 19 de maio de 2023

[CM Sintra] Basílio Horta e o Ministro da Saúde visitaram as obras do novo Hospital de Sintra

O presidente da Câmara de Sintra, Basílio Horta, e o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, visitaram as obras do futuro Hospital de Sintra, na manhã desta segunda-feira.

Localizado no Bairro da Cavaleira, na freguesia de Algueirão - Mem Martins, a Câmara Municipal de Sintra tem atualmente em curso os trabalhos de construção do novo hospital, num investimento da autarquia superior a 45 milhões de euros.

Para Basílio Horta, “a construção deste novo hospital era há muito desejada e essencial para um concelho com quase 400 mil habitantes. Não era possível continuar a depender apenas do, já muito sobrecarregado, Hospital Amadora-Sintra e nós tivemos que garantir meios financeiros para assumirmos esta responsabilidade, depois de décadas sem que este anseio dos nossos munícipes obtivesse resposta. É a primeira vez que uma Câmara Municipal entrega ao Estado, ao Ministério da Saúde, um hospital construído".

Durante esta visita, Manuel Pizarro referiu a importância de ter um hospital em vias de estar quase pronto, revelando que é esperada a sua finalização “em termos de infraestruturas físicas e de equipamento no primeiro trimestre de 2024, e o começo da sua plena operação no primeiro semestre desse ano”.

O funcionamento pleno desta nova unidade envolve o recrutamento de cerca de 600 profissionais de saúde, que “com as suas condições de infraestruturas, ar moderno e completamente atualizado, também terá a capacidade de atrair jovens profissionais”, sublinha o ministro.

A construção do novo Hospital de Sintra, que teve início durante o mês de agosto de 2021, irá servir 400 mil utentes e será composto por serviço de ambulatório, consultas externas e exames, unidade de saúde mental, medicina física de reabilitação, central de colheitas e os meios complementares de diagnóstico e terapêutica, unidade de cirurgia de ambulatório com bloco de cirurgia e recobro. Terá ainda serviço de urgência básica para servir cerca 60 mil urgências, cerca de metade das realizadas no Hospital Amadora-Sintra, Unidade de Convalescença com 60 camas, farmácia, unidade de esterilização e ainda um espaço para ensino e formação.

O novo hospital terá os serviços adequados de acolhimento aos seus utentes prevendo inclusive um local para a futura construção de um heliporto e ficará preparado para ampliar as suas respostas quer quanto às novas consultas de especialidade, quer quanto à construção de dois pisos para instalação até mais 120 camas de convalescença.


Fonte: https://cm-sintra.pt/atualidade/noticias-institucional/basilio-horta-e-o-ministro-da-saude-visitaram-as-obras-do-novo-hospital-de-sintra?fbclid=IwAR1ZcT8QNmFveasAU0blqEioC56tPRmEqNmQh0_y5526dQPTS3KC6XYb-y4

Feira da Doçaria 2023, na Cavaleira

No Parque Urbano da Cavaleira, no Algueirão,
receberá a primeira edição da Feira da Doçaria.



Rua Cidade de Évora, no Algueirão
                                    (38.8078; -9.3474)

Nova Imagem Gráfica da "Junta Freguesia" [video]

“A nossa marca remete para este ponto de identidade territorial que tanto caracteriza o nosso quotidiano, a nossa arte urbana ou a própria vivência naquela que é chamada, a linha de Sintra”.

“Algueirão-Mem Martins projeta-se no seu próprio território, entre o rural e o urbano, entre a diversidade e multiculturalidade, unindo-se por si só”, argumenta Valter Januário que se mostra agradado com a nova identidade gráfica. “A Junta de Freguesia de Algueirão – Mem Martins está mais dinâmica. Mais moderna. Mais leve!”.

domingo, 7 de maio de 2023

[aMensagem] Tristany, a arte de expor como se vive em Algueirão-Mem Martins

 Tristan, a arte de expor como se vive em Algueirão-Mem Martins: “É um sítio bom para sonhar que as coisas possam melhorar


O artista multidisciplinar de 27 anos, que se tem debruçado sobre a cultura da periferia de Lisboa, vai atuar — de forma bastante simbólica — esta sexta-feira na estação de comboios do Rossio, a convite do festival Lisboa 5L.



Para quem vem da Linha de Sintra, o Rossio parece que é um portal mágico, de repente estás num sítio novo”, diz Tristany, cantor, artista multifacetado de 27 anos, nascido e criado em Algueirão-Mem Martins, sobre a experiência, repetida vezes sem conta, de sair na estação de comboios e dar de caras com a Baixa de Lisboa.

Para as milhares e milhares de pessoas que vivem no concelho de Sintra, o comboio é o meio de transporte mais comum. É “a” forma de chegar ao centro. Mas a relação de Tristany com esta estação em particular vem desde muito cedo. “Desde bebé. Era onde me iam buscar para ir para a creche. Deixavam-me no Rossio e havia uma camioneta que me levava.”

Mais tarde, foi também o “portal” para explorar “a curiosidade de ir a Lisboa pelas primeiras vezes”, com os seus amigos de Mem Martins. E, claro, o início do “sair à noite”. “Tenho um carinho especial por este lugar. É uma estação onde já vivi muitas emoções.”

Esta sexta-feira, 5 de maio, pelas 19 horas, soma mais uma memória na Estação do Rossio: no Festival Lisboa 5L, Tristany vai apresentar uma performance numa das pontes da parte superior do edifício – precisamente onde as pessoas desembarcam dos comboios da Linha de Sintra e prosseguem as suas vidas.

“Àquela hora, os turistas devem estar a voltar [de Sintra], as pessoas devem estar a ir para casa… Estou bué grato pela experiência. É muito especial, fiquei muito contente, é um grande desafio.”

Tristany vai interpretar versões mais experimentais das canções do seu álbum lançado em 2020, “Meia Riba Kalxa”, mas a atuação também terá uma componente expositiva, com algumas peças criadas no ano passado para a mostra “Interferências”, do coletivo Unidigrazz (do qual faz parte), apresentada no MAAT. Acaba por representar uma transição entre “Meia Riba Kalxa” e o seu segundo álbum, que tem estado a preparar. “É um apeadeiro…”

Esta só pode ser uma atuação na estação do Rossio simbólica, sendo Tristany de um subúrbio e alguém que tem reclamado essa identidade e enaltecido a falta de visibilidade a que muitas vezes as pessoas da periferia estão sujeitas, com a ocupação de um espaço central, o último destino em tantas viagens começadas na Linha de Sintra.

“Ya, sem dúvida. Tenho de reconhecer que se calhar tem um sabor diferente para uma pessoa com as características que eu tenho. Tem um sabor de vitória. Mas, no fundo, se eu pensasse assim, na minha cabeça isso era continuar a limitar-me. Quero normalizar a cena e se calhar ainda vou ficar mais feliz quando der um concerto na minha zona.”

Do Rossio a Mem Martins
A viagem começa precisamente na estação do Rossio. Até Algueirão-Mem Martins, a última paragem da Linha de Sintra antes da dita vila, são 33 minutos de percurso. Ou seriam, caso não existissem atrasos na CP.

Em Algueirão-Mem Martins, embora estejamos naquela que foi durante vários anos a freguesia mais populosa da Europa, a estação não foi transformada numa estrutura maior (ao contrário de outras paragens da Linha de Sintra) e continua a estar bastante imersa na vila. Do lado de cima da linha é Algueirão, do lado de baixo é Mem Martins.

Já vivi em Mem Martins, agora vivo no Algueirão, mas é indiferente. O código postal é o mesmo [risos]. A única coisa que separa é a linha do comboio”, explica Tristany. Usa um cap e óculos de sol, uma T-shirt branca, calças de fato treino e sapatos de vela. Não é a combinação mais comum, mas nada em Tristany é assim.

A linha do comboio também divide Massamá e Barcarena, sendo que esta última já fica no concelho de Oeiras. “Por acaso só soube disso de Barcarena no ano passado”, diz Tristany. “E é muito raro veres pessoas [a saírem do comboio] a irem para o lado de Barcarena.

Algueirão-Mem Martins é o habitat natural de Tristany, o sítio onde sempre viveu — a mãe, a cantora portuguesa Ritta Tristany, já ali morava. O pai, o músico luso-angolano Firmino Pascoal, vivera antes no Barreiro. O irmão de Tristany, que assina simplesmente como Trista, também é músico. Faz parte do popular coletivo de hip hop Instinto 26, ao lado de Julinho KSD, Yuran e Kibow.

Está uma tarde soalheira e de céu limpo, e Tristany aponta o facto de aqui ser raro não haver estacionamento. Há poucos prédios de grande dimensão, pelo que os mais de 68 mil habitantes (de acordo com os censos de 2021) se dividem sobretudo entre pequenos edifícios e vivendas.

Na rua não falta movimento: pessoas que passeiam cães, reformados que fazem compras ou dão os seus passeios diários, carros que circulam e só param quando atravessamos a passadeira.

“Tenho orgulho, mas não tenho a coisa de ‘só aqui é que é a cena’. Mas tenho orgulho de ter nascido e crescido aqui e tudo o que isso me proporcionou até hoje. Gosto da Linha de Sintra em geral, gosto de viver aqui, gosto de Portugal em geral. O espaço em si é incrível. Este sol, estar perto do mar… Sei lá, é um sítio bom para se sonhar com que as coisas possam melhorar”, diz Tristany, enquanto se aproxima de uma mercearia de produtos africanos.

“A minha dica era virmos aqui, mas se estiver… Olá, tia, já vou aí!”, comenta para a senhora atrás do balcão, que o cumprimenta efusivamente. Tristany vive a 10 minutos dali e desce umas escadas rumo a uma praceta. “Sinto que em Mem Martins estamos habituados a andar bué. Porque temos a vantagem de ser um sítio plano. O único sítio onde tens de subir é a Tapada das Mercês. Quando é miúdo o pessoal está habituado a andar.

Chega a um largo onde está a ser feita uma vasta obra: “Isto antigamente era um mercado, aqui também se fazia a feira. Agora é feita na Tapada.” Ele tem memórias disso. “Sim, tenho memórias vagas de vir aqui com a minha avó, mas também havia noutros sítios e também ia. Ainda vou às Mercês e também tens a feira do Monte Abraão”.

Passa rap a um volume considerável. “Não costumam passar carros nenhuns aqui, mas agora estão bués.”

Será que as pessoas de Mem Martins têm mais ligação a Sintra do que as pessoas de outras zonas da Linha de Sintra? Tristany anui com a cabeça. “Sim, sinto isso. Acho que Rio de Mouro, Mercês e Mem Martins têm essa proximidade. Esse corte é um bocado feito a partir do Cacém. Também existe aquele pequeno ego de quem está mais próximo de Lisboa [risos].”

Tristany vira-se para os encantos de viver perto de Sintra. “Exploramos bué a Serra. Sintra é um sítio fixe, a vila e a natureza que ela tem. Às vezes é um bom escape. É um sítio incrível”, diz. Ou seja, também ele sente necessidade de escapar da cena urbana? “Às vezes sinto. Agora também não estou tanto tempo na rua como há uns anos. Mas sinto que é fixe: só a cena de não ter carros, poder andar mais tranquilamente e ver o mar, ter um contacto comigo próprio e com a natureza… Ultimamente tenho tirado proveito disso”, surpreende

Arte a full-time?
E ele, já consegue viver da sua arte? Desde que lançou o (aclamado) álbum “Meia Riba Kalxa” que se tem dedicado apenas ao seu trabalho artístico. Mas admite estar numa fase de mudança.

Sinto que tenho a opção de continuar a full-time na arte. Mas, por opção, ultimamente tenho experimentado vários trabalhos. Obras, restauração… Pequenas experiências, não chegam a um ou dois meses. Para ganhar… É como se fosse uma universidade da vida real. Uma cena que sinto é a cena da maturidade, é aquilo que pretendo mais ganhar além de fazer aquilo de que gosto, que continuo a fazer. Estou a preparar um novo álbum.

Tristany relembra que o facto de ter os projetos da Unidigrazz também lhe garante mais independência financeira. O coletivo formado com amigos de Algueirão-Mem Martins (como Diogo “Gazella” Carvalho, Onun Trigueiros, Sepher e Rappepa Bedju Tempu) tem vindo a fazer inúmeros trabalhos artísticos — cruzando artes visuais com cinema, fotografia ou teatro — e têm sido bem acolhidos por entidades importantes da cena artística lisboeta. Além de terem tido uma exposição no MAAT, estiveram na última edição do Festival Iminente e agora estão a preparar uma exposição em conjunto com a galeria Underdogs, 
de Vhils, que será inaugurada entre “o final do verão e o início de outubro”.

Para nós é sempre um trabalho para aqui, para a região. É trabalhar o que está aqui e trazer visibilidade. O maior objetivo é, com as obras que estão a ser criadas, expor aquilo que se vive e aquilo que se vivenciou aqui. A proposta da Unidigrazz é trazer soluções, o mindset é esse. Porque, se não, não se consegue avançar. As soluções têm de ser fixes — e vão e estão a ser. Isso é o mais gratificante de tudo. E não é um trabalho que é só nosso. Está a ser super bem representado, por exemplo, pelo [rapper e produtor] T-Rex [de Monte Abraão]. E isso é o que dá mais prazer: perceber que as pessoas com quem crescemos, que existe perspetiva, projeção e há uma cena de querer romper e participar. Sinto que todos fazemos esse papel e que toda a gente está a contribuir. Veres que as pessoas com quem cresceste fazem aquilo que sonharam é a cena mais fixe e inspiradora. Aqueles que são jogadores de futebol são jogadores de futebol, os médicos, os arquitetos…”, diz.

Consigo traz duas peças que fizeram parte da instalação inicial de “Interferências”, a tal exposição que apresentaram no MAAT. Ao todo, transformaram cinco fotografias tiradas por ele e por Diogo “Gazella” Carvalho em bandeiras.

A banda sonora era “Hinu Digra”, uma espécie de remake de “A Portuguesa”, o hino português, com que Tristany abriu o seu álbum “Meia Riba Kalxa”.

Tristany partiu da cultura hip hop mais convencional, tão entranhada na Linha de Sintra e em particular em Algueirão-Mem Martins, mas desde cedo cedeu à experimentação e construiu uma identidade artística singular, que se tem materializado cada vez mais pelo facto de a sua obra ser tão multidisciplinar.

“Inconscientemente talvez já tivesse essa ideia de fazer trabalhos multidisciplinares e questionava isso, mas se calhar só ganhei a confiança… Se calhar só a estou ganhar agora. Posso ter pessoas à volta que estão em múltiplas formas artísticas. Acho que agora é mesmo esse o statement, é esse o meu principal objetivo.”

E Lisboa? Tudo é Lisboa?
Será que o facto de ter crescido na periferia, e a visibilidade que Tristany reclama com os seus projetos para as enormes comunidades que pouca projeção têm em certos circuitos, muda alguma coisa na relação com Lisboa? – questionámos.

“Nós às vezes esquecemo-nos de que temos pés. Ou, sei lá… cotovelos. As partes que achamos mais insignificantes do nosso corpo, mas que são fundamentais para conseguirmos andar. Temos que tentar entender, por mais difícil que seja, a importância de cada parte. É a ideia de haver um sentimento global. A minha música vai abordar mais coisas. Mas ela parte de um sítio onde existem essas inquietudes, muitas questões que não estão a ser resolvidas. Espero que a música, e o meu trabalho, seja uma possível solução.”

Tristany sublinha, porém, que o espaço não é limitativo.
“Podes ser daqui e não teres de te preocupar com isso. Ou até podes ser uma pessoa que vive no centro e está super preocupada com estas questões. O que interessa é que haja um equilíbrio. E é muito importante que haja uma comunicação, que as pessoas se consigam verdadeiramente entender. Se desse para apelar a alguma cena, seria essa.”

Acaba por descrever, de forma intrigante, a sua relação com a cidade de Lisboa como “interesseira”.

“De eu para ela, ela para mim… Eu também nasci e cresci em Lisboa, não é? É um espaço. E esse espaço tem de ser meu. Esse espaço é meu. Se um dia quiser e tiver possibilidade, quero viver em Lisboa. Estou só a dar um exemplo, não me interessa onde vivo… Mas quero poder permitir-me isso. Poder pertencer. E eu posso pertencer. Não me posso limitar com isso. Lisboa é minha também. Não é também: Lisboa é minha”, diz, antes de esboçar um sorriso. “Mas Sintra é um amor diferente, é um carinho especial [risos]. Especificamente a Linha de Sintra.”

Numa entrevista, uma das primeiras que fez, Tristany explicava que uma temporada que tinha passado em Londres, tinha representado um ponto de viragem. Tinha encontrado outra Linha de Sintra, no sentido em que muitos amigos com quem cresceu tinham emigrado para lá, e que isso o fez valorizar mais a sua cultura suburbana. Na altura, já fazia rap de forma mais tradicional, de padrões mais norte-americanos, mas foi a partir daí que começou a desenvolver uma maior identidade relacionada com os seus códigos locais.

“Isso aconteceu-me especificamente em Londres mas também já me aconteceu noutros sítios, onde estão amigos vindos daqui. Vais a casa das pessoas e parece que há um microcosmos. É uma porta para estar aqui, mas é um ‘aqui’ que já não existe. Porque aqui continua a mudar, está em constante transformação. E quando estou lá fora parece, neste caso, uma Linha de Sintra ou uma Lisboa que já não existe.

É bom crescer, aprender e constatar que podemos ser de algum sítio, se quisermos. Porque tu podes ter ou não documentos, ter ou não casa, mas não é só isso que define tu pertenceres a algum lado. Vai muito além disso, é um sentimento de pertença.”

E esse sentimento de pertença?

“É uma constante soma. Já tive fases em que via as coisas de maneira diferente, sentia-me mais condicionado. Noutras sinto que posso transformar isto. São várias emoções que se vão acrescentando. No fundo é crescer.”

Muitas vezes, também existe a ideia pré-concebida de que “lá fora é melhor”? 

“Também é uma coisa que estamos constantemente a ouvir. E, fora tudo aquilo que sabemos que é mau ou que uns vivem mais do que outros, isto é um sítio com muito potencial. Abrangendo tudo, não só a Linha de Sintra. O meu maior desejo é poder continuar a estar num sítio e a construir memórias e a acrescentar sentimentos. Isso é uma bênção. Poder sair e voltar, ou poder ficar aqui e ‘uau, agora ainda gosto mais deste sítio’.”

Assume-se como um otimista?
Onde há pessoas há esperança. Há uma possibilidade de aprendizagem.” Quando era adolescente, o facto de dois dos seus amigos mais próximos — com quem hoje colabora no coletivo Unidigrazz — terem ido estudar para a Escola Artística António Arroio, no centro de Lisboa, foi determinante. 

Eles deram-nos esse acesso, começámos a conhecer pessoas de Lisboa, de outros sítios e contextos. Permitiu-me falar com pessoas com que se calhar não consigo falar aqui. Que têm um tempo diferente. O facto de viverem em Lisboa pode permitir que tenham mais tempo para certas coisas. Então foi fixe para haver um diálogo, um crescimento mútuo. Felizmente eles foram esses nossos peregrinos e a partir daí começámos a navegar e a conhecer pessoas fixes, daqui e dacolá.

Centro e periferia: as diferenças?

Começamos a refletir sobre as diferenças entre os subúrbios — neste caso, a Linha de Sintra — e o centro da cidade. “Sinto que os espaços não foram pensados para que as pessoas possam interagir entre elas. Por exemplo, aqui temos um espaço imenso bué fixe”, diz, enquanto aponta para a zona desafogada junto da ribeira.

“Se calhar poderia haver grelhadores públicos para o pessoal fazer uma assada. Isso não é estimulado. Se há sítios com essa possibilidade é possível que as pessoas fiquem aqui até às tantas a fazer barulho. E as pessoas querem dormir, etc., é uma bola de neve. Se calhar os sítios não foram desenhados para as pessoas, mas lá está o meu lado otimista: o Dubai também era um deserto. Se calhar de forma não tão inimiga do ambiente e megalómana [risos], mas acredito que podemos redefinir e redesenhar o nosso espaço, porque temos essa possibilidade.”

E a falta de oferta cultural? Nesta zona são raros os concertos — nem existem espaços para atuações de grande dimensão. Algueirão-Mem Martins, em particular, tem-se revelado uma freguesia repleta de talentos na área da música (mas não só, claro). Desde Julinho KSD aos GROGNation, passando por Bispo ou Landim, foram muitos os que construíram carreiras de sucesso ao longo dos últimos anos.

“Há muito potencial. Não é só aquela coisa genérica de dizer que no bairro há talento. Sinto que as proporções que se estão a alcançar são proporções que podem levar a outras maneiras de se poder viver nestes espaços…”

E, atenção, nem todos os casos estão relacionados com a cultura hip hop, como aponta Tristany.

“Por exemplo, Mem Martins também tem bué pessoas do rock. Os Rádio Macau vieram daqui. Havia os V12, uma banda de heavy metal.” E os Excesso. “Os Excesso, a sério?! Ah, não sabia. Mas fico contente. Até a música mainstream… Quer dizer, hoje em dia também já há”, diz, entre sorrisos, orgulhoso dos feitos de vários dos seus amigos e referências locais.

Landim talvez tenha sido a sua primeira referência da zona. “Eu chegava e olhava para o Landim e ficava wow… Para mim ele era igual a um rapper americano. Grande cena. E ficava a pensar como é que faziam os videoclips. 

E o o estigma de ser do subúrbio e da Linha de Sintra? E o tom de pele, o sotaque, os códigos de rua… 

“Sim, claro que sentes. Mas às vezes não é explícito. Quando estás aqui, se não saíres muito, não sentes isso. Só começas a sentir quando começas a perceber outras questões. Porque é que eu vou sair à noite em Lisboa? Porque é que os bares só estão abertos até à noite em Lisboa? Mas se uma pessoa quiser viver cega consegue. E não tem mal nenhum”, acredita.

Apesar de todas as adversidades, Tristany sente um profundo orgulho e felicidade por aquilo a que ele e os amigos chamam “sintranagem”. “É um termo inventado pelo Mani [com quem teve o grupo de rap Monte Real]. É isto aqui. É o que não se explica, mas se sente, quando estás aqui.”

Tristany aponta que o “bairrismo” nalguns locais da capital apresenta dinâmicas distintas. “Aqui é mais tranquilo, passas mais despercebido. E é diferente, porque as pessoas não estão cá [durante o dia], estão constantemente a chegar ao longo da tarde.”


FONTE: https://amensagem.pt/2023/05/05/tristany-algueirao-mem-martins-arte-rossio/