Tempo em Algueirão Mem Martins

quinta-feira, 17 de março de 2016

Cerealto compra fábrica da Mondelēz International em Mem Martins

A Mondelēz International, uma das principais empresas do setor alimentar a nível mundial, chegou a um acordo com a Cerealto para manter a atividade industrial na fábrica de bolachas da localidade de Mem Martins (Sintra). O acordo contempla o compromisso de manter todos os postos de trabalho desta unidade, assim como a venda, à Cerealto, da maquinaria e das linhas de produção, de que a Mondelēz International é proprietária.

A Mondelēz já informou o Comité de Trabalhadores do acordo alcançado. Na base das negociações esteve sempre o objetivo de garantir a melhor solução para os 92 empregados desta instalação, cujo encerramento foi anunciado no passado mês de novembro. Neste sentido, a Cerealto formalizou o compromisso de manter 100% dos postos de trabalho, as condições laborais em vigor e a antiguidade dos trabalhadores.

A operação não inclui a venda de nenhuma das marcas da Mondelēz. No entanto, este contrato de ‘comanufactura’ prevê que a Cerealto fabrique alguns produtos para a Mondelēz.

Ambas as partes esperam concluir esta transação no decorrer do mês de julho deste ano, pelo que a Cerealto assumiria o controlo da fábrica, da sua produção e dos trabalhadores a partir do dia 1 de agosto. A partir desse momento, começaria a incorporar nas linhas, de forma progressiva, algumas das suas referências de bolachas.

De acordo com fontes da Cerealto, a operação representa um grande desafio para a companhia, uma vez que está a adquirir uma equipa qualificada e tecnologia de ponta a uma das empresas líder na alimentação mundial.

A compra da fábrica de Mem Martins vai ao encontro da estratégia de expansão internacional da Cerealto – que será a sua segunda fábrica em Portugal, após a aquisição, em 2013, à Danone, da instalação de alimentação infantil Nutriceal Foods, localizada em Benavente, Santarem.

A Mondelēz quer destacar a atitude de diálogo que os representantes dos trabalhadores assumiram, assim como a responsabilidade e o clima de respeito aplicados às negociações, que permitiram chegar a esta solução.

Após este processo, a Mondelēz mantém a sua estrutura comercial e logística em Portugal, onde emprega 120 colaboradores e é líder de vendas nas categorias em que opera. A nível mundial, a empresa, com mais de 110.000 trabalhadores, está presente em 165 países a comercializar marcas reconhecidas como Oreo, Milka, Trident ou Philadelphia.

A Cerealto é uma empresa de alimentação com uma história de mais de 25 anos de fabrico de produtos com base cereal em diversas categorias: bolachas, cereais de pequeno-almoço, alimentação infantil, pão, pastelaria, massa ou produtos sem glúten. Apoiada por mais de 14 fábricas em Espanha e um centro de referência de R&D na Europa, a Cerealto conta com centros de operação em Portugal, Itália, Reino Unido, México e nos Estados Unidos e tem clientes em mais 40 países.

segunda-feira, 14 de março de 2016

Ricardo Adolfo, um escritor "em pânico" de "exotificar" o Japão

Depois de fazer dos subúrbios de Lisboa e da imigração o foco dos seus romances, Ricardo Adolfo escreveu "Tóquio Vive Longe da Terra" (publicado pela Companhia das Letras), inspirado no seu encontro com a cidade onde mora há três anos, um espaço que lhe é estranho, que descreve como estranho, mas que não quis ridicularizar.
A caracterização anedótica, alimentada pela ignorância ou preconceito, "é um problema enorme" para um escritor ocidental na Ásia, disse à Lusa.
"É um pânico que tenho. Acho que Tóquio, o Japão ou até mesmo a Ásia, para quem vem do Ocidente, é perfeito para cometeres esse erro, para teres essa pretensão. 'Exotificas' tudo, começas a avaliar como se fosse um postal, com um ponto de vista superior europeu ocidental", afirmou, à margem da 5.ª edição Festival Literário de Macau.
Numa cidade onde o seu protagonista se vê em situações como ser alugado para ser marido de alguém, "é difícil de evitar o ponto de vista exterior, se não impossível".
"Agora, tens de ter a calma e a serenidade de gerir aquilo que é exótico, passar o postal e tentar chegar um bocadinho mais além", comenta.
Para a capa do livro escolheu uma imagem de uma fotógrafa japonesa a levitar. "Acho que é um bocadinho a metáfora de como se vive em Tóquio. Não porque seja uma cidade muito poética mas porque são 18 milhões de pessoas. Constantemente estás a ser tão pressionado que quase não tocas com os pés no chão", explica.
Tóquio ofereceu-se como "o ponto máximo" de um desconforto que aprecia: "A experiência de emigração dá-te muito isso, estás bem quando estás perdido, quando percebes 'Eu não conheço esta cidade, não faço ideia como é que vou ao sítio A, ao sítio B, como é que vou fazer X ou Y'. Só esse desafio é que te dá conforto, é um desafio muito angustiante, que é aquela necessidade de estares constantemente perdido, estares constantemente a reinventar-te".
Ainda assim, encontra na vida de Tóquio pontos de contacto com Mem Martins.
"A imigração é um palco de desnorte constante", aponta, lembrando que "Depois de Morrer Aconteceram-me Muitas Coisas" (Alfaguara) conta a história de um casal de imigrantes ilegais em Portugal e que "Tóquio Vive Longe da Terra" fala de um personagem "que está todos os dias perdido".
A estas personagens e às de "Os Chouriços São Todos Para Assar" (Alfaguara) une-as o facto de serem "personagens suburbanas".
"Tóquio, até chegar ao Monte Fuji, é um gigantesco subúrbio. Há uma vida de dormir fora da cidade e trabalhar na cidade que é constante. Os problemas básicos são muito parecidos: chegas a casa sempre tarde, os miúdos estão a dormir, tens pouco dinheiro, quando tens trabalho estás a fazer algo de que não gostas", explica.
A sua predileção por "personagens mais frágeis, mais marginais" prende-se com "o potencial trágico que trazem dentro delas", mas também por refletirem uma realidade que, como escritor, considera importante retratar, particularmente em Portugal.
"Há uma desigualdade que se não é discutida, se não é escrita, se não é falada, parece que estamos a gozar", comenta. A crise que o país atravessa fez-se particularmente sentir no seu local de inspiração, os subúrbios. "Os subúrbios de Lisboa cresceram de uma forma fora do normal, havendo um potencial de conflito maior. A maior parte das pessoas não percebeu o que se estava a passar [com a crise financeira]. Um dia tinham mais, noutro dia não tinham dinheiro", lamenta.
Este tipo de realidade deve ser refletida nos livros, acredita: "Não o fazer também é um comentário político, ignorares aquilo que se está a passar é uma forma de criticar. Mas prefiro absorver essas tragédias, esses dramas que estão acontecer, e utilizá-los para a escrita, acho que é primordial não passar ao lado"

sábado, 12 de março de 2016

[CMS] Avançam obras na Tapada das Mercês

A Câmara Municipal de Sintra iniciou obras de requalificação na Tapada das Mercês, na freguesia de Algueirão-Mem Martins, começando pelas situações de maior degradação e urgência de intervenção.
Na visita realizada, ontem, à Urbanização, numa zona onde está a ser construído um parque de estacionamento, o presidente da Câmara referiu que “este valor de 319 mil euros é um investimento nas pessoas. Vamos começar por fazer as obras mais importantes e tendo em conta os pedidos das pessoas daqui”, notou.  
As obras decorrerão por toda a Tapada das Mercês, durante aproximadamente 9 meses, nas quais estão previstas intervenções nos pavimentos, calçadas, criação e ordenamento do estacionamento, lancis, muros de suporte, espaços de jogos e recreio e, também, melhorias ao nível dos resíduos orgânicos e de drenagem. 
Fonte: Site CMS