A greve dos trabalhadores da Panrico, na segunda-feira, ficou marcada pela presença de inspectores da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) que constataram haver trabalhadores contratados pela administração para substituir os grevistas, revelou fonte sindical.
"Na segunda-feira, a ACT esteve na fábrica da Panrico em Mem Martins, Sintra, durante a greve dos trabalhadores da empresa pelo pagamento justo do trabalho prestado em dia feriado, tendo constatado que havia trabalhadores que foram contratados para substituir os grevistas", disse Rui Matias, dirigente do SINTAB - Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura e das Indústrias de Alimentação, Bebidas e Tabacos de Portugal, à Lusa.
Cerca de meia centena de trabalhadores e sindicalistas concentraram-se, na segunda-feira de manhã, junto à fábrica da Panrico para exigir a reposição do pagamento dos valores pelo trabalho aos feriados, previsto no acordo colectivo de trabalho.
Segundo Rui Matias, "a questão base é o não-pagamento dos feriados como está no Contrato Coletivo de Trabalho (CCT)".
"O CCT prevê o pagamento a 200% e eles estão a pagar a 50%", explicou o dirigente sindical, recusando a justificação da empresa de laboração em regime contínuo para não voltar a remunerar o trabalho em dia feriado como pagava anteriormente.
O SINTAB defende que a Bimbo deve "assumir as negociações e afastar a actual administração da Panrico", por não desbloquear o problema que "tem lesado a marca e a vida dos trabalhadores".
A Panrico, empresa de origem espanhola propriedade do fundo de capital de risco norte-americano Oaktree, foi adquirida pela mexicana Bimbo por 190 milhões de euros, através da sua subsidiária espanhola Bakery iberian Investments.
A empresa possui duas fábricas em Portugal, na zona industrial de São Carlos, em Mem Martins (Sintra), e em Gulpilhares (Vila Nova de Gaia) e sete em Espanha, produzindo pão e bolos das marcas Donuts e Bollycao.
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