Tempo em Algueirão Mem Martins

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sábado, 17 de agosto de 2019

domingo, 21 de julho de 2019

Colecção calendários 1991 - BVAMM

Colecção de Calendários do ano de 1991, 
com fotos das viaturas dos 
Bombeiros Voluntários de Algueirão Mem Martins.








sexta-feira, 15 de março de 2019

Quiosque de Revistas na Av. Chaby Pinheiro

Antigo quiosque e sucursal do 'Millennium BCP' na Av. Chaby Pinheiro... mesmo com a escuridão da noite, quem conheceu o local, certamente se vai recordar.


sexta-feira, 8 de março de 2019

Incêndio em Lar em Mem Martins foi há 20 anos


Um incêndio num lar de idosos em Mem Martins, que provocou a morte de 8 idosos ocorreu há 20 anos.


Noticia do Jornal 'Publico' em 16 Maio de 1999

Um incêndio provocou ontem a morte a oito idosos de um lar em Mem Martins, concelho de Sintra. Outros dois utentes ficaram gravemente feridos e mais dez passaram a noite no quartel dos bombeiros. O pesadelo poderá ter tido origem numa deficiência eléctrica, mas o facto de o estabelecimento não possuir licença, ainda pendente de vistorias da câmara e dos bombeiros, também poderá ter ajudado.


O Lar Coração de Maria, em Mem Martins, onde um incêndio provocou ontem a morte a oito idosos e ferimentos graves em mais dois, estava a funcionar sem alvará, encontrando-se a decorrer o respectivo processo de licenciamento. A aprovação do pedido de licença estava dependente, segundo uma fonte da Secretaria de Estado da Inserção Social, de pareceres da Câmara de Sintra e dos bombeiros. Foi cerca das 0h43 que os bombeiros de Algueirão-Mem Martins receberam uma chamada para acudirem a um incêndio no Lar Coração de Maria. Em poucos minutos chegaram junto da vivenda que servia de habitação para as duas dezenas de idosos, mas já pouco puderam fazer. Metade dos idosos ocupava vários quartos no rés-do-chão e os restantes, entre os quais alguns acamados, repartiam-se pelos quartos do piso superior, numa espécie de águas-furtadas. As chamas deflagraram na sala de convívio, existente ao cimo das escadas para o piso de cima, e junto ao corredor que dá acesso aos vários quartos. De acordo com o comandante dos voluntários locais, Manuel Sousa, o sinistro terá tido origem "numa sobrecarga dos circuitos eléctricos junto de uma televisão", que funcionava na sala de convívio. No entanto, esta suspeita terá ainda que ser validada por investigações posteriores, a realizar pelas autoridades policiais e pela Inspecção Superior de Bombeiros.As labaredas propagaram-se rapidamente ao revestimento interior da vivenda, em madeira e esferovite, provocando um fumo intenso. 

Das 10 pessoas que ocupavam o andar de cima, apenas duas sofreram queimaduras. As restantes morreram intoxicadas pelo fumo nos próprios quartos. Os bombeiros só conseguiram chegar ao local onde se encontravam as vítimas após combaterem as chamas na sala de convívio. Isto porque o único acesso aos quartos era precisamente pelas escadas, de reduzidas dimensões, e pela sala de convívio, já que todas as janelas da vivenda se encontravam vedadas com grades."Transformaram aquilo num presídio. Estou convencido de que as grades, neste caso, não intervieram directamente com as mortes, mas o que é um facto é que os bombeiros não puderam usar as janelas para entrar e tiveram que subir por onde estava o fogo", comentou o presidente do Serviço Nacional de Protecção Civil, António Nunes. Segundo este responsável, o lar possuía dois extintores e um diagrama dos quartos devidamente afixado, mas os eventuais "canais de evacuação [as janelas] estavam tapados". Por isso, notou, "se houvesse uma fiscalização preventiva aquilo não tinha acontecido".

Uma vigilante do lar, Mariana Esteves, 50 anos, justificou a presença das grades com razões de segurança contra intrusos e para evitar que alguns dos idosos pudessem "tentar alguma coisa". A mesma funcionária garantiu que, quando trocou de turno com outra colega, pela meia noite, estava tudo bem: "Os velhotes estavam a dormir e não cheirava a queimado". As condições do lar também não lhe mereceram reparos, embora reconhecesse que, no piso de cima, havia um quarto "que não tinha luz e a campainha [de emergência] estava avariada". Quanto ao resto, assegurou, "eram todos tratados com carinho".Quem não está convencido disso é Carlos Ferreira, filho de uma sobrevivente do incêndio. Entre as suas críticas ao funcionamento da casa estão as queimaduras nos braços com água quente que a sua mãe sofreu em 28 de Fevereiro último. Carlos Ferreira acusou, através da RTP, os responsáveis do lar por terem deixado a sua mãe sem assistência médica "até ao dia 4 de Março". Em resposta às queixas que apresentou às entidades oficiais, disse, apenas recebeu uma carta informando que o Centro Regional da Segurança Social está a acompanhar o assunto.


Além dos oito mortos, os bombeiros transportaram para o Hospital Fernando Fonseca (Amadora-Sintra) mais três feridos. Um deles teve alta pouco depois, mas os outros dois tiveram de ser transferidos para o Hospital de São José, em Lisboa. Ao final da tarde, o estado de ambos era "crítico", segundo um dos responsáveis pela Unidade de Queimados, António Gomes Silva. Os dois homens, um de 54 anos e outro de 76, apresentavam queimaduras na faringe, na traqueia e nos brônquios e suspeitava-se que também tivessem os pulmões afectados."Estiveram demasiado tempo encerrados num ambiente fechado, com muito calor", explicou o médico. "Encontram-se ligados a ventiladores e estão muito mal", acrescentou o clínico. Mesmo que sobrevivam aos próximos quatro ou cinco dias, não é certo que se salvem, devido à gravidade das lesões provocadas pelas queimaduras. Um factor que pode ter pesado negativamente na evolução do estado dos dois homens foi a falta de informações, no hospital, sobre o seu passado clínico. Suspeitava-se ontem de que um deles poderia ser diabético.Os sobreviventes passaram a noite no quartel dos bombeiros de Algueirão-Mem Martins. Ali foram visitados pelo ministro da Solidariedade Social, Ferro Rodrigues, pelo secretário de Estado-adjunto do ministro da Administração Interna , Armando Vara, e pela presidente da Câmara de Sintra, Edite Estrela (ver reacções nestas páginas). Perto das 6h45, os 10 idosos seriam transferidos para o Lar da Quinta do Oitão, em São Pedro de Penaferrim, propriedade do Centro Regional da Segurança Social e gerido pela Fundação António Leal Silva."Eles queixavam-se principalmente de muito fumo, muito fumo", contou a directora da Quinta do Oitão, Susana Branco, que se escusou a facilitar o contacto do PÚBLICO com qualquer dos sobreviventes, por estes estarem "a descansar". Todavia a estação de televisão SIC teve acesso a um dos sobreviventes acolhido no lar da Segurança Social, que contou ter-se apercebido das luzes a apagarem-se, ter ouvido um estrondo e ter ouvido os bombeiros a gritar.

O Lar Coração de Maria, acusou, tinha "más condições".As famílias de dois dos sobreviventes já ontem tinham assegurado a sua transferência, na segunda-feira, para outras instituições. Os restantes ficarão entregues aos cuidados do lar de São Pedro, que ontem viveu um corropio excepcional, também por parte das famílias dos idosos que já ali se encontravam. "Ela está bem disposta", descreveu Laurinda Alves, após visitar a mãe, Maria dos Prazeres, 75 anos, que viveu os últimos cinco anos no Coração de Maria. A filha mostrou-se convencida de que a mãe e o pai, este falecido há duas semanas, eram bem tratados no lar de Mem Martins, e negou ter conhecimento de falta de limpeza ou maus tratos.Entretanto, segundo uma fonte da Secretaria de Estado da Inserção Social, o lar apresentou em Dezembro de 1998 um pedido de licenciamento ao abrigo das novas normas de funcionamento deste tipo de estabelecimentos. Embora haja no processo alguns elementos fornecidos pelos bombeiros, o mesmo informador acrescentou que a autorização ainda não foi dada "porque faltam pareceres de vistorias dos bombeiros e da câmara municipal". Por seu lado, a associação que representa os proprietários de lares de idosos comunicou que o Coração de Maria funciona como lar desde 1976, e que à semelhança de 90 por cento dos lares do país, aguarda o licenciamento, funcionando com um "certificado de segurança dos bombeiros".Questionado acerca do processo existente na Segurança Social, o segundo comandante dos voluntários de Algueirão-Mem Martins, César António, admitiu que possa ter existido "uma consulta" à sua corporação, mas salientou que " em circunstância alguma pode haver um parecer positivo dos bombeiros" ao Coração de Maria. E concluiu: "Formalmente não deu entrada qualquer pedido de vistoria". O proprietário, Salim Talik Ibrahimo Ossam, que o PÚBLICO não conseguiu contactar, possui um outro lar em Loures. Segundo uma empregada encontrava-se ausente.






terça-feira, 5 de março de 2019

Uma Festa em Mem Martins

Noticia de Jornal de 09 de Outubro de 1929
Uma festa em Mem Martins

Realizou-se, como noticiamos, uma interessante festa de confraternização da colónia veraneante para despedida da época, tendo-se reunido num animadissimo baile, as principais famílias que aqui se encontram a passar o verão. A festa, que teve um cunho acentuadamente elegante, e à qual vieram assistir alguns rapazes de Lisboa, para esse fim convidados, efectuou-se num vasto recinto cedido pelo proprietário pelo Pinhal dos Fanares, sr.coronel Namorado de Aguiar, tendo-se dançado com alegria e entusiasmo, durante toda a tarde e grande parte da noite.

Com a entrada de Outubro começaram a retirar algumas famílias, sendo certo que muitas outras se conservam ainda durante o corrente mês, dada a amenidade do clima que nesta localidade se desfruta, mesmo de inverno.

Teem vindo a Mem Martins vários capitalistas escolher terrenos para construção, o que prevê que dentro de poucos anos, esta terra experimentará um grande desenvolvimento, perfeitamente justificável, porquanto ela se presta, admiravelmente, para uma estância de repouso e cura.



segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

Proprietário da 'Quinta de Fanares' em Mem Martins

Victor Carlos Sassetti nasceu em Sintra, no dia 20 de Outubro de 1851. Ao longo da sua vida, “foi proprietário e capitalista homem de grande atividade e muito inteligente, trabalhador prestimoso e de afabilidade que encantava, Victor Sassetti foi um caráter extremamente bondoso e de tal pureza, que a todos inspirava respeito e simpatias” (in Diário de Notícias, 07 de Dezembro de 1915, p. 2).
Nascido e criado em Sintra, foi também aí que explorou o Hotel Victor que herdou dos seus pais, Carlos (1815-1858) e Henriqueta Frederica Sassetti, recebendo ainda como herança a propriedade da Quinta de Fanares, situada em Mem Martins e famosa pela produção de manteiga, que aliás, abastecia os hotéis da família.
Contudo, foi a exploração do Braganza Hotel, em Lisboa, que fez dele um destacado empresário junto dos seus congéneres. A escritura para exploração do Braganza Hotel aconteceu no dia 10 de Novembro de 1876 e esteve sobre a sua gestão até final de Dezembro de 1911. Foi um dos hotéis mais procurados da capital, e para isso contribuiu uma decoração que lhe deu uma nova alma. As pessoas que frequentaram esta unidade hoteleira foram as mais ilustres, desde aristocratas, políticos, diplomatas a artistas de ópera, etc.… Rapidamente Victor Carlos Sassetti criou fama e, sobretudo, uma considerável fortuna. Carlos Sassetti, pai de Victor Sassetti, fundou o hotel Victor em Sintra no ano de 1850. Até cerca de 1890, a vila de Sintra era um dos locais de eleição da aristocracia para passar o período de verão. Até essa data foram muitas as personalidades, sobretudo ligadas às artes e letras, que passaram pelo famoso hotel Victor, tais como, Ramalho Ortigão ou o escritor Alberto Pimentel que ali escreveu a obra Noites de Sintra. O hotel foi eternizado na obra literária de Eça de Queirós como um notável lugar.
O sonho de Victor Sassetti, de construir um chalé em plena serra de Sintra, começou a tomar forma a partir de 1885. O ponto de partida foi a aquisição de alguns terrenos em plena serra, entre o Castelo dos Mouros e a vila de Sintra. Como homem discreto que era, Sassetti encomendou uma obra igualmente discreta, dissimulada por entre os penhascos, ou seja, que não desse nas vistas, por um lado, mas que simultaneamente aproveitasse todas as vistas possíveis de tão privilegiado lugar. 1890 foi o ano da encomenda. O arquiteto escolhido foi Luigi Manini (1848-1936) que estava agora a dar os primeiros passos na sua nova profissão executando o projeto arquitetónico exterior do Hotel do Buçaco e os frescos para o vizinho chalé Biester. Contudo, Manini, já tinha dado grandes provas da sua competência como cenógrafo no Teatro Nacional de São Carlos e no Teatro Nacional de D. Maria II, para além de ter, entre 1887 e 1888, trabalhado no projeto de decoração do Braganza Hotel, em Lisboa. A grande amizade entre o arquiteto e Victor Sassetti teve aqui o seu início e prolongar-se-ia pelo resto da vida.
A nova morada de Sassetti, inserida de uma forma quase perfeita na paisagem da serra de Sintra, iniciou a sua construção em 1890 e ficou terminada quatro anos mais tarde. A escritura data de 16 de Abril de 1894. Poucos anos mais tarde, Manini alterou o projeto na sequência de um pedido do proprietário para ampliar o espaço habitável. Inspirado no estilo florentino quatrocentista, destaca-se pela originalidade da estrutura decorativa e pela analogia ao estilo rústico. A partir de um torreão central, com três registos, estendem-se diferentes volumetrias desniveladas e construídas em pedra. Das fachadas, rasgam-se janelas de sabor arabizante, em certos casos maineladas, emolduradas por arcos de tijolos, aproximando-se assim das míticas origens árabes da vila de Sintra e harmonizando o complexo conjunto de volumetrias. Os balcões permitem ao observador desfrutar de alargados panoramas sobre a planície saloia, o mar e vários palácios, para além da vista da própria serra de Sintra, por si só, de excecional beleza. O trabalho de Manini não incidiu apenas no projeto e realização da estrutura edificada, mas também na planificação e realização do jardim envolvente, que o obrigou a sintetizar devido ao espaço exíguo disponível. Ainda assim conseguiu criar diversos ambientes como regatos, cascatas, fios de água e pequenos lagos que se articulam num terreno desnivelado e propõem um ambiente magnífico ao observador que se vê envolvido numa componente vegetal estrategicamente elaborada para criar um cenário privilegiado.
Manini preocupou-se em criar um espaço intimista, onde a família que o habitaria se sentisse confortável. Ao contrário dos restantes palácios que encontramos na serra, este fica longe da estrada, tornando-o mais isolado e privado. Victor Carlos Sassetti morreu em Lisboa, no dia 6 de Dezembro de 1915, na sequência da epidemia de gripe que assolou a Europa durante a 1.ª Grande Guerra Mundial.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

[Jornal de Sintra] A inauguração do Cine-Teatro Chaby


Excertos de noticia do 'Jornal de Sintra' 
de 7 de Setembro de 1947

A CONSAGRAÇÃO DE UMA GRANDE OBRA
O que foi a inauguração em Mem Martins do Cine-Teatro 'Chaby'
a melhor sala de espectáculos do concelho


A criação do Cine-Teatro «Chaby» vale duplamente, pelo que representa de esforço construtivo, de amor bairrista, e como perene consagração dum dos maiores - senão o maior - vultos da cena portuguesa: o grande actor Chaby Pinheiro, que se finou em Algueirão, pouco tempo depois de emprestar o seu desinteressado concurso a uma humilíssima festa de beneficência, que ali se realizou num tosco barracão.

Chaby Pinheiro
Já passava das 22 horas, com a sala completamente cheia, quando foi dado inicio à sessão cinematográfica. Muitas senhoras emprestavam brilho à festa. No balcão inúmeros convidados, artistas, críticos de cinema, técnicos da Lisboa Filmes, jornalistas. Na plateia Algueirão e Mem Martins em peso, muitas pessoas de Lisboa e bastantes de Sintra.

prof. dr. Joaquim Fontes
Entre os presentes lembra-nos ter visto os srs.: prof. dr. Joaquim Fontes, Lúcio Mendes, sub-director do Conservatório Nacional, o actor Villaret, os técnicos da Lisboa Filmes srs. Francisco Quintela, Henrique Domiguez, António Redondo e Fernando Cruz, o critico de cinema sr. Faria da Fonseca, etc.

Nos camarotes do primeiro balcão tomaram lugar os srs. dr Mário Madeira, governador civil de Lisboa, engº Carlos Santos, presidente da Câmara de Sintra, cap. Américo dos Santos, vice-presidente, e alguns vereadores.

O espectáculo abriu com documentário «O dia do luzito», consagrado à Mocidade Portuguesa. Seguiu-se «Sinfonia de Cristal», magnifico filme das grandes actividades videiras da Marinha Grande, de grande beleza fotográfica, cheio de luz e de interesse documental, esplêndida produção da Lisboa Filmes que já trabalha com acerto e segurança este género difícil de películas. Depois, «70 anos de Mutualismo» mostrou-nos com claresa toda a obra maravilhosa da prestimosa «Associação de Socorros Mútuos dos Empregados do Comercio». E o publico repousou a vista, agradado desta primeira parte do espectáculo, onde teve o prazer de admirar lindas imagens reproduzidas fielmente pela magnifica aparelhagem Western Electric.


Na segunda parte da sessão foi apresentado o filme «Três Espelhos» última produção da Lisboa Filmes, executada nos seus estúdios e laboratórios e realizada por Ladislau Vajda, com João Villaret no protagonismo.


***
Novo intervalo e o espectáculo continua agora com um acto de consagração à memória de Chaby Pinheiro. Abre-o o actor Vasco Santana, que fala em nome do Grémio dos Compositores Teatrais...

No acto de variedade que se segue Vasco Santana recita um conhecido monólogo da comédia o «Conde Barão», imitando Chaby Pinheiro com graça e verdade; Ribeirinho recita «Rataplam», monólogo do reportório do grande actor; Costinha diz «Cantor maluco» e faz um dialogo cheio de humor com Luisa Durão.

***

Num dos corredores deparou-se-nos o sr. eng. Carlos Santos, Presidente da Câmara Municipal. Amavelmente diz-nos, acerca do
Cine Teatro «Chaby», numa resposta pronta: "Incontestavelmente uma boa obra, mesmo uma grande obra que muito veio valorizar o concelho e muito especialmente Mem Martins e Algueirão. Esforço digno de registo, aliado a uma grande coragem e espírito de iniciativa. A construção desta casa veio dar uma grande lição a Sintra, onde se debate ainda uma velha questão sobre a possibilidade de poderem ou não existir dois cinemas na vila... "

***

"Creio até que de Sintra virá também muita gente, especialmente quando estiver concluída a avenida da Portela a Mem-Martins que passa à porta do cinema. Depois será um passeio de Sintra até cá."

- E as obras da Avenida continuam? - atalhamos
- Certamente. O sr. ministro das Obras Publicas já aprovou a verba necessária para os trabalhos.

***

- Quer dizer-nos alguma coisa sobre o Cine Teatro «Chaby»?
- É uma magnifica sala de espectáculos, tem boas condições acústicas, moderníssima aparelhagem sonora e de projecção, mas o som não está ainda devidamente regulado, pois é susceptíveis de melhorar bastante. Compreende, é uma aparelhagem muito aperfeiçoada e complexa e é preciso estudá-la melhor para se tirar dela o rendimento máximo.

***
 Alfredo Pimenta Araújo , presidente do «Progresso Clube», cavaqueava numa roda de amigos:
- Como presidente do nosso clube, como encaras tu, velho amigo, a criação do Cine-Teatro?
- Como um útil e grande empreendimento para Algueirão e Mem Martins. Digna de todos os louvores, esta iniciativa merece ser encarada com o máximo apreço e oxalá que o público a compreenda e corra a prestar o concurso da sua presença sem a qual não haverá empresa que possa manter-se.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

Vale de Porcas

"A Ti Matilde, mulher do Cipriano, morava em Vale Flores, terreola situada à meia encosta entre S.Pedro e Mem Martins, também conhecido por Vale de Porcas.

Até aos anos quarenta pouquíssimas pessoas aí residiam. Além do casal já referido, talvez mais meia~dúzia de famílias, se tanto.

Comércio não havia. E para se comprar qualquer coisa, só nas localidades circunvizinhas: S.Pedro, Mem Martins ou Ranholas.


Pendia para Mem Martins a Ti 'Matilde de Vale de Porcas', como por todos era conhecida.

Mais por habituação que por necessidade, quase diariamente fazia o trajecto "Vale de Porcas - Mem Martins" e apesar da sua avançada idade, fazia-o "com uma pernas às costas".

Para baixo, sempre a descer, era um saltinho:"Carvalheira", "Mato das Carreiras", "Eiras"... não custava nada..."
Excerto de Texto retirado do livro " Mem Martins - Retratos", de Zé de Fanares


quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

antiga poesia de Mem Martins

no antigo Mem Martins, pequeno aglomerado saloio, existia a sua poesia oral, que se foi perdendo ao longo dos anos...

'O lugar de Mem Martins
de pequenino tem graça;
Tem uma fonte no meio,
dá de beber a quem passa'

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

Feras à solta

Noticia de 31 janeiro de 1926

Na pacata povoação de Mem Martins, no domingo p. p., quando os habitantes estavam reunidos num baile no edifício da escola, que por iniciativa dos mesmos habitantes estão construindo, foram alarmados cêrca das 23 horas, por um grupo superior a vinte indivíduos que com um instincto feroz, assaltaram o referido edifício, armados de pistolas, armas caçadeiras, armas brancas, paus, etc., e sem respeitarem mulheres nem crianças, despejaram à doida tiros, sôbre a numerosa assistência, que por milagre não temos a registar mortes, devido à escola à escola não ter o soálho e por este motivo as janela ficarem a altura superior às pessoas que ali se encontravam, ficando a parede em frente das mesmas cravejada de balas, não escapando porém as pessoas que apesar de desarmadas tiveram a coragem de sair ao encontro dos malfeitores que se encontravam em grupo em frente do referido edificio que os agrediram de todas as formas que lhes foram possíveis, sendo 12, o numero de feridos, incluindo crianças, apesar da ferocidade dos assaltantes, fugiram em debandada ao serem perseguidos pelos homens que pacatamente assistiam ao baile em regosijo pelo adiantamento dos trabalhos que a escola ultimamente tinha tido.
Oxalá que as autoridades deste concelho saiba castigar todos os culpados deste tão lamentável caso, que felizmente entre nós não é vulgar.

terça-feira, 25 de dezembro de 2018

[Diário de Noticias] Feira das Mercês: tempo de tirar uma foto para mais tarde recordar


A imagem está no arquivo do DN datada de 24 de outubro de 1966.

Um apontamento de reportagem na Feira das Mercês, em Sintra, na zona onde se tocam as freguesias de Algueirão-Mem Martins e Rio de Mouro, próximo da Tapada das Mercês. Com a sua máquina de tripé, o fotógrafo ambulante bate a chapa ao cliente sentado num cavalinho de madeira. Ainda alguns olham com atenção a figura do cavaleiro, camponeses à volta da cidade. Mas já outros , à direita, revelam meio caminho andado para serem jovens ié-iés... A feira saloia vinha do tempo do marquês de Pombal e caminhava para hoje.

quinta-feira, 1 de novembro de 2018

[RTP arquivo] Concurso e desfile de vestidos de Chita em 1973 [video]

Concurso e desfile de vestidos de Chita, realizado no Grupo Desportivo das Mercês em Rio de Mouro em 1973.



[RTP arquivo] Ambicionada maquina electrónica da Messa [video]

Programa na RTP em 1985 com referências à antiga fabrica da Messa, e um dos principais problemas que decretou o fim daquela fabrica, que era maior empregadora do concelho de Sintra.



» 38m09: Eduardo Sá, engenheiro responsável pelo projecto desta máquina electrotécnica, confessa não compreender porque é que a máquina não está a ser comercializada quando havia um comprador interessado e uma empresa portuguesa disposta a produzi-la

» 40m03: responsável pelo Departamento de Engenharia Informática afirma que foram as complexidades político-económicas portuguesas que goraram a possibilidade de comercialização da máquina de escrever electrónica; edifícios da Messa, empresa que iria produzir a máquina de escrever; dactilógrafa escreve à máquina

» 42m39: Responsável da Messa que coordenou com a Universidade de Coimbra a produção da máquina de escrever resume todo o processo que levaria à comercialização do equipamento e explica que o negócio não se concretizou porque a empresa tinha dificuldades financeiras que não foram resolvidas a tempo

» 46m56: Cartaz de protesto contra o encerramento da Messa

» 47m35: Veiga Simão, Ministro da Indústria no Governo do Bloco Central que acompanhou o processo de produção da máquina de escrever electrónica, diz lamentar o fim deste projecto mas lembra que 50 outros estão bem encaminhados e dentro em breve aparecerão no mercado



quarta-feira, 17 de outubro de 2018

Apeadeiro de Algueirão Mem Martins em 1957

O Apeadeiro de Algueirão Mem Martins, em Abril de 1957, no dia da inauguração do comboio elétrico pelo Presidente da República, Craveiro Lopes...





[RTP arquivo] Inauguração do Centro de Assistência do Algueirão em 1963 [video]

Inauguração do Centro de Assistência dos Recreios Desportivos do Algueirão, no Algueirão Velho em 1963

terça-feira, 16 de outubro de 2018

[RTP arquivo] Comboio da Linha de Sintra nos anos 90 [video]

Reportagem da RTP em 1991, quando a Linha Férrea de Sintra era considerada como uma das mais perigosas da Europa.... Porque seria???
[clica abaixo para aceder à reportagem]

segunda-feira, 15 de outubro de 2018