Texto Nuno Maior
Muito
se tem falado aqui no passado, nas recordações de infância que Algueirão Mem
Martins (AMM) desperta em quem por cá passou ou, foi ficando… e que sorrisos
isso me trouxe a recordar a minha própria infância. (Obrigado!)
No
entanto, gostaria de partilhar um outro olhar, um olhar de presente para que
possamos refletir no futuro, no nosso, e de AMM.
O
que “é” AMM?
AMM
é uma “cidade” dormitório. A maior parte dos seus moradores trabalham fora da
zona, saem cedo de casa para defrontar o IC19, ou usarem os transportes
públicos até ao seu destino.
Isto
implica uma população que chega também tarde a casa, que não tem tempo para se
dedicar a outras atividades, sejam tarefas domésticas, ou lazer, como ir ao
ginásio, ou simplesmente disfrutar da família, descansar, ler, ou participar
ativamente na sociedade, através de associações de moradores, fazendo
voluntariado por exemplo…
Com
este “corre-corre” de um lado para o outro quem tem tempo….para… ir passear? E…
ir passear onde?
Quem
tem tempo para ir à mercearia do bairro fazer as suas compras, ou beber aquela
cerveja (prometida há quanto tempo?) com o seu vizinho (que até o desenrascou
daquela vez…)
Quem
tem tempo para ir a oficina do Sr. “Joaquim” para dar “um jeito” no carro?
Quem
tem tempo para participar ativamente na “Sociedade”?
Isto
remete-me inequivocamente para o nosso presente, para uma vida levada a correr,
citadina e que quem mora nos “subúrbios” entende “bem”.
Uma
vida “desligada” do resto da comunidade envolvente, uma vida sem convívio com
o(s) seu(s) vizinho(s). Matou-se o conceito de Bairro!
Com
o narrado acima pretendo fazer uma relação. E essa relação é a proliferação das
ditas grandes superfícies, das grandes cadeias de oficinas, e de outro tipo de
serviços que estando deslocalizada fora das localidades (Porquê?) e com outro
tipo de horários mais abrangentes que (co)respondem a este estilo de vida do
“corre-corre”… Mas.. A que preço?