Tempo em Algueirão Mem Martins
domingo, 14 de maio de 2017
Ajustes nos limites da Freguesia????
A Lei n.º 11-A/2013, de 28 de janeiro procedeu à
reorganização administrativa do território das freguesias, através da
criação de freguesias por agregação ou por alteração dos limites territoriais
de acordo com os princípios, critérios e parâmetros definidos na Lei n.º
22/2012, de 30 de maio (que aprovou o regime jurídico da reorganização
administrativa territorial autárquica).
A freguesia de ‘Algueirão Mem Martins’ não sofreu qualquer
alteração na sua organização, mantendo-se a freguesia do Concelho de Sintra com
mais habitantes.
No entanto, no meu ponto de vista, a freguesia carece de ajustes,
pois face a implantação do IC19 e da A16, criaram-se barreiras físicas, que afastam algumas zonas da administração da sua freguesia.
Então questiono:
(1) - Faz sentido a Urbanização de 'Vale de Flores' não pertencer à Freguesia de Algueirão Mem Martins??
(2) - E a Zona de São Romão faz sentido ainda pertencer a Algueirão Mem Martins?
Projecto do 'Edifício Atrium Chaby'
Designação | Edifício Atrium Chaby |
Autor(es)
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Miguel Augusto Pereira do Outeiro
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Co-Autor(es)
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Fernando Gentil
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Colaborador(es)
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Fernando Gentil
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Projectos Especialidade
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Estabilidade - Eng. Vitor Gaspar
Águas e Esgotos - Eng. Luís Carvalho
Electricidade, ITED e Radiodifusão - Eng. Nuno Vieira
Gás - Eng. José Sousa
RCCTE - Arq. Miguel Outeiro
SCIE - Eng. Helder Moura
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Memória Descritiva
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Arquitectura periférica.
Trata-se de um edifício que encerra múltiplas faces do projecto em meio suburbano. A relação com o cliente, a relação com a autarquia, a relação com as confrontações, as limitações da escala 1:100. Ocupa o lugar do antigo cinema Chaby.
O programa, dentro do equilíbrio possível entre a lógica da viabilidade financeira, e a vontade de deixar uma memória de espaço lúdico à população, resultou em 40 fogos, sobre um espaço comercial (Theme: cinema!).
A volumetria resultou da confrontação com a linha de Sintra, a Norte, e a expansão volumétrica da Av. Chaby Pinheiro, a Sul. Tentou controlar-se a massa edificada, apresentando uma fachada limpa, do lado da via férrea, e recuando o plano central, do lado da Av. Chaby Pinheiro.
A meio do processo, entrou em vigor o PDM, limitações à altura, foi necessário semi-enterrar o piso 0.
Gosto de olhar para ele, e parecer-me, agora, que sempre lá esteve.
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Ano de conclusão
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2006
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Área Geográfica
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Área Metropolitana de Lisboa
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Morada
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Av. Chaby Pinheiro 40-44, Mem Martins
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sábado, 13 de maio de 2017
[Sabado] A geração hip-hop cresce ao som dos GROGNation
Estivemos com o
colectivo de Mem Martins, Sintra, no estúdio onde o grupo gravou o primeiro
álbum, Nada é por Acaso
A primeira coisa em
que reparamos quando entramos no estúdio do colectivo português de hip-hop
GROGNation, em Mem Martins, Sintra - mais tarde, talvez mais prosaicamente,
chamar-lhe-ão "quartel-general" -, é um quadro com uma lista de
músicas do primeiro álbum do grupo, Nada É Por Acaso - lançado
a 30 de Abril.
"A primeira vez
que vimos isso foi com os Orelha Negra", contam, acrescentando que eles
"tinham uma lista de músicas e depois algo como: o Francisco Rebelo já
tocou baixo neste tema".
O quadro demorou dois anos a preencher. Juntos desde 2011 - pela proximidade geográfica, amizade e um gosto pelo rap - os cinco GROGNation (Harold Rafael, de 25 anos, Tiago "Prizko" Ribeiro, de 26, André "Neck" Janeiro, de 23, António "Nasty Factor" Silva, de 24, e Rui Pereira, aka Papillon, de 26) acharam que esta era a altura para dar este passo.
O quadro demorou dois anos a preencher. Juntos desde 2011 - pela proximidade geográfica, amizade e um gosto pelo rap - os cinco GROGNation (Harold Rafael, de 25 anos, Tiago "Prizko" Ribeiro, de 26, André "Neck" Janeiro, de 23, António "Nasty Factor" Silva, de 24, e Rui Pereira, aka Papillon, de 26) acharam que esta era a altura para dar este passo.
"Podíamos ter
feito o álbum mais cedo, mas decidimos fazê-lo quando nos sentíssemos
preparados", explica Factor. Neck corrobora: "Para nós, isto é um
álbum. Os outros projectos foram quase só uma preparação." Essa preparação,
contudo, foi criando expectativa para aquele que Neck diz ser "o primeiro
projecto a sério" do grupo.
Pela multitude dos
temas que abordam (o amor, as dificuldades por que passaram e a masculinidade -
o novo tema, Lágrimas, por exemplo, parece evocar a recente
deambulação do rapper americano J Cole sobre o que é ser um
"real nigga" em 4 Your Eyez Only) e da sonoridade das
batidas (ora mais clássicas, ora mais electrónicas - ou "fresh", nas
palavras deles), foram recebendo elogios de alguns dos principais protagonistas
do hip-hop nacional, como NBC, Sir Scratch, Bob da Rage Sense, Valete e Sam the
Kid. Vários, aliás, já colaboraram com o grupo de Mem Martins, e Sam the Kid
volta a fazê-lo neste álbum, cedendo a parte instrumental de Circo,
uma das 17 faixas do disco.
Depois desse percurso
inicial, que os levou, por exemplo, a actuarem no festival MEO Sudoeste e a
serem encarados como promessas, os GROGNation dão mais um importante passo com
um álbum ecléctico, onde apenas dois instrumentais foram feitos em casa (por
Factor, que além de rapper é produtor).
Os restantes, tão
diferentes quanto os seus autores (o que torna a sonoridade dos temas muito
distinta, viajando do R&B ao boom-bap, soul, afro-beat e electrónica - mais
fragmentada, por exemplo em Amar para Esquecer, e mais explosiva,
como em Vou na Mesma e Barman), foram trazidos por alguns dos
produtores mais conceituados do género em Portugal, como Sam the Kid, DJ Ride,
Lhast, Holly e Cálculo.
É por cima desses
instrumentais que os cinco rimam - sobre "1001 temas", nas palavras
de Harold. E se as egotrips não dominam, também há espaço para
a afirmação: Harold canta que vieram "para ser lendas", Papillon que
"isto é o creme do creme (...) do mais real que há desde o Valete, do Xeg
e do Sam". Na nova geração hip-hop, os GROGNation lutam pelo pelotão da
frente.
domingo, 7 de maio de 2017
Actor 'Chaby Pinheiro'
Chaby Pinheiro foi um actor de teatro famoso que morou em Mem Martins. O seu nome está ligado a esta localidade e uma das suas principais ruas tem o seu nome.
Nasceu a 12 de Janeiro de 1873, em Lisboa, e faleceu no Algueirão a 6 de Dezembro de 1933. Homem culto e de grande inteligência, começou desde cedo a privar com a intelectualidade do seu tempo. Nesse grupo de amigos destacavam-se Fialho de Almeida, Marcelino Mesquita, Rafael Bordalo Pinheiro, Júlio Dantas e Manuel Penteado entre outros, nas áreas da Arte, Literatura e Jornalismo.
No campo teatral, desdobrou-se nas áreas da representação, da encenação, da declamação e do professorado (foi professor do Conservatório Nacional), tendo ainda conhecido a actividade de empresário.
Em 1933, estando a convalescer na sua casa no Algueirão, o barbeiro de lá, seu amigo pessoal e que era da direcção do Clube de Mem Martins, pede-lhe para que ele lá vá, recitar algo, a fim de aumentar o público. E na verdade, tal aconteceu.
No dia da festa, lá estava Chaby Pinheiro. Recebido pela assistência, quando se iniciava para recitar, foi acometido pelos primeiros sintomas da congestão cerebral, que o vitimou.
Três dias depois o actor faleceu.
O clube acima citado, foi, desde há muito, baptizado com o nome de Cine-Teatro Chaby em memória deste grande actor sedeado em Mem Martins. A avenida onde o Cine-Teatro se encontra situado [este cinema já não existe, funcionando no seu lugar uma estrutura comercial] liga Mem Martins a Sintra e possui também o nome do actor.
Biografia retirada de 'Para uma história do teatro no concelho de Sintra' (2001), de Luciano Reis:
GROGNation // Nada É Por Acaso [video]
O provérbio diz-nos que não devemos julgar um livro pela sua capa; é que a densidade do que vemos esconde-se por trás de camadas infinitas de significados que podem não ser óbvios. Na sua estreia em formato longa-duração, os GROGNation deixam bem claro que Nada é Por Acaso e entregam ao mundo um disco que tem tudo aquilo que as expectativas à sua volta prometiam. Mas o alto valor da oferta pode não ser imediato para os mais desatentos.
Errado estás, se pensas que te trago certezas,Quando a única certeza que trago é que nada é garantido…Ficam, então, por saber as questões em questão O porquê, que é só teu, e só tu sabes a sua razãoPor detrás desse porquê, encontrarás a tua missão.Não te perguntes “porquê eu?”Pergunta antes “Por que não?”
As palavras chegam aos nossos ouvidos pela voz de Cláudia Cadima, experiente actriz de quem muitos reconhecerão a voz de longíquos desenhos animados. Podíamos começar pelo início da jornada, que também chega pelo mesmo tom delicado e leitura cuidada, mas estes versos pareceram mais acertados. Afinal, é sobre esta relatividade da existência humana que assenta grande parte da narrativa do registo. Como já explicou Papillon ao ReB, neste mundo “cada um tem a sua verdade” e era isso que o quinteto se propunha a retratar. Será que conseguiram estar à altura do desafio?
A capa serve de bilhete. De frente, em jeito descontraído, os cinco grogs enchem o carro e deixam adivinhar uma viagem longa. Depois de um início que incita à reflexão, ajudado pela doçura familiar de Cláudia Cadima, o verdadeiro arranque é um choque frontal com um dos temas mais bem conseguidos. “Corta essa merda e deixa ir ao fundo” – são as “Ankuras” que se cortam para que o barco possa ir a algum lado. De fundo, um instrumental relativamente simples, produzido por NastyFactor, marca a cadência entre os estibordos e os bombordos desta vida. O carro arrancou, o barco arrancou, e os grogs dirigem-nos pelo seu caminho confiantes.
Do amor à corrupção, a maior parte do que cantam e rimam cresce à volta da ideia de que são os infortúnios e as coincidências das estradas que cada um percorre que nos tornam quem somos. O passo segue num ritmo constante, entrecortado por refrões suficientemente orelhudos para agarrarem ouvidos menos diligentes. Ainda assim, é de notar que, por cima de uma produção tão refinada, os versos se desenhem quase sempre com palavras cruas, mas isso é parte da magia. Não há muitos artistas que consigam dobrar barras pesadas com linhas melódicas de toque subtil, mas os GROGNation conseguem. “Lágrimas” é, provavelmente, o melhor exemplo deste engenho.
Numa espécie de golpe estratégico do colectivo, é difícil destacar uns temas em detrimento de outros. Nada foi, efectivamente, deixado ao acaso e consistência parece ser a característica mais óbvia do álbum. Nem o instrumental de Sam The Kid, em “Circo”, desequilibra o ramalhete. Cada peça aparece no sítio certo (“$em Avi$ar”) cada estalo da realidade chega na medida exacta (“Voltaren//Nada Sei”), e parece que tudo se alinha para abrir espaço para novos hinos (“Vou na Mema”).
Os GROGnation são especiais. A maneira como atacam instrumentais e articulam barras a dez mãos exige um equilíbrio que só está ao alcance de alguns. Apesar de poderem afinar algumas métricas aqui e ali, estão oleados como poucos e preparados para assinar o futuro do hip hop nacional a tinta permanente. A produção polida e os esquemas rimáticos bem afinados põem o grupo num campeonato reservado a talentos maiores. Não fossem os palavrões constantes e seriam, certamente, a maior promessa do movimento a apontar ao mainstream – capazes de movimentar multidões a cantar bem alto.
Nada é Por Acaso pode não ser um álbum perfeito, mas é um registo obrigatório para perceber a força do hip hop nacional em 2017. E fica desde já o aviso: não se estranha e, além disso, entranha-se. E bem.
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