Texto Bruno de Jesus
(residente na vila)
Crescemos
na rua, sem as defesas de casa e assim nos tornámos cidadãos sem medo de
enfrentar a vida.
Trago
à lembrança, a memória de ir para a rua desde os meus 5 anos, jogar à bola com
os mais velhos e aí crescer com tudo o que a rua tem de bom e de mau, no fundo
como a vida.
Jogávamos
horas e horas sem fim, atrás da Alameda D. Afonso de Albuquerque, num largo
onde fazia a feira.
Os
jogos entre ruas, era uma final da Champions League ali ao vivo.
Esses
ensinamentos, entre outros o de chegar a casa com os joelhos esfolados, fazia
de nós pequenos homens, que nos tínhamos que safar sozinhos, neste sonho de
podermos jogar à bola com os mais velhos.
Esta
prática, que parecia insignificante para a nossa vida, era de todo importante.
Agora
falta muito isto, e infelizmente temos muitas crianças que são já robots de
tanto jogarem computador e de tão pouco conviverem e crescerem com pessoas.
Não
nos deixemos vencer pela cultura instalada.
É
possível as crianças crescerem e serem livres na rua.
1-
Temos que ter filhos
2 -
Educá-los com princípios e não "Maria vai com as outras"
3 -
Dar liberdade
4 -
Deixá-los brincar
Muita
da nossa felicidade futura, depende do grau de felicidade da nossa juventude.
Muitos
pais, estão a criar autênticas flores de estufa, onde os meninos não podem dar
um passo sozinhos, pois tudo é perigoso.
Não
nos iludamos a vida que temos para viver é esta, se a vivemos com medo, não foi
vivida a 100%.
Assim,
aconselho todos os pais que deixem os seus filhos crescerem a brincarem na rua.
É
preciso encher as ruas de crianças.
Que
façam mais espaços abertos onde se possa jogar à bola, sem vedações... Na rua.