Tempo em Algueirão Mem Martins

quarta-feira, 15 de outubro de 2025

Artigo de Opinião de Valter Januário, presente da Junta de Freguesia durante 12 anos

Há experiências que nos moldam de forma irreversível. Ser presidente de uma junta de freguesia é uma delas. Durante doze anos vivi o território que me viu nascer e crescer com uma intensidade que não cabe em palavras. Aprendi a medir o tempo pela cadência das ruas, pelos rostos das pessoas, pelas urgências que não esperam e pelas pequenas vitórias que fazem a diferença na vida de alguém.

Ser presidente da junta é viver de portas abertas. É ouvir as alegrias e as angústias de quem bate à porta com esperança. É sentir a responsabilidade de representar todos, os que nos apoiam e os que nos contestam. É compreender, todos os dias, que a democracia se constrói no gesto mais simples: estar presente.

Nestes doze anos, vi crianças tornarem-se adultos, vi ruas transformadas, projetos erguerem-se e sonhos concretizarem-se. Mas vi também o que fica por fazer e talvez seja isso o que mais nos marca: a consciência de que o trabalho público nunca está terminado.

As eleições de 12 de outubro trouxeram uma nova realidade. O Partido Socialista perdeu em Algueirão-Mem Martins e perdeu em Sintra. É um facto. E, como em tudo na vida, os factos existem para serem compreendidos, não para serem negados.

Perder faz parte da democracia. Depois de doze anos de serviço, é natural que o tempo peça renovação, novas vozes, novas energias. Mas perder deve também ser o momento de uma reflexão profunda, não sobre quem falhou, mas sobre o que nos afastou. Sobre a distância que, por vezes sem dar conta, se cria entre quem governa e quem é governado.

Nesta campanha, Sintra teve uma candidata que dignificou o Partido Socialista e a política. Ana Mendes Godinho trouxe energia, entrega e autenticidade. Falou com as pessoas de frente, com verdade e com entusiasmo, sem nunca desistir de acreditar que o diálogo e a proximidade são o caminho certo. Representou o que de melhor o PS tem. A vontade de construir, de unir e de servir. Mesmo num tempo difícil, manteve a esperança viva e isso, por si só, é uma forma de vitória.

A política local é, talvez, a mais humana de todas as formas de política. Porque é ali que as pessoas esperam encontrar respostas, proximidade, empatia. E quando a perceção dessa ligação se esbate, é preciso parar e escutar. Escutar com a humildade de quem sabe que o poder é transitório, mas o compromisso é permanente.

Há uma tendência natural em todos nós, nas pessoas e nas organizações, para nos refugiarmos na zona de conforto, para acreditarmos que o que foi suficiente ontem continuará a ser amanhã. Mas o tempo muda, as comunidades transformam-se, e a política deve ter a coragem de mudar também.

Chegou, por isso, o momento de o PS em Sintra olhar para dentro, repensar a sua relação com o território e com as pessoas. Não se trata de negar o passado, trata-se de aprender com ele. O que construímos permanece, mas o que queremos construir a seguir exige um novo impulso, uma nova escuta, uma nova abertura.

Servir é, em última análise, um exercício de humildade. E é talvez por isso que, mesmo depois de deixar o cargo, quem serviu nunca deixa verdadeiramente de o fazer. Porque o compromisso com a terra e com as pessoas não se apaga com o fim de um mandato, continua na forma como olhamos o futuro, com a serenidade de quem sabe que só há verdadeira vitória quando se continua a acreditar, mesmo depois de perder.

Artigo de opinião de Valter Januário Presidente da junta de freguesia de Algueirão-Mem Martins

terça-feira, 7 de outubro de 2025

PAPILLON // i+1 (vídeo)

Papillon está a preparar-se para voltar a descolar, que é como quem diz que o rapper de Mem Martins está a lançar música nova e a preparar o caminho para a chegada de um novo álbum. O ex-GROGNaton refere que “¡ +1 !” é “um hino que pretende representar os sonhos daqueles que lutam por um mundo melhor, um lembrete de que os sacrifícios das gerações anteriores não foram em vão e da responsabilidade de manter esse sonho vivo.” GOIAS, Ariel, Migz e Púrpura assinam a produção do mais recente avanço do sucessor de Jony Driver, cuja apresentação ao vivo já está marcada para o Coliseu dos Recreios, em Lisboa, no dia 20 de Março de 2026.


domingo, 5 de outubro de 2025

Recordação virtual do antigo Cine teatro Chaby

 


StreetArt - Escola Guerra Junqueiro e Campo Visconde da Asseca

Pintura 'Stephan Art' na Praceta Laura Alves, em São Carlos, relembrando o passado daquele local, onde se localizava o Campo Visconde da Asseca, onde Mem Martins Sport Clube efectuava os seus jogos em casa,  e a Escola Guerra Junqueiro, a Escola Primaria de muitos jovens de Mem Martins. 







quinta-feira, 2 de outubro de 2025

[NIT] Como a realidade virtual ajudou a dar uma nova vida a um campo em Mem Martins

Antes de ser conhecido por Sepher, já era um artista de coração. Bruno Teixeira, de 28 anos, cresceu a ver a mãe no mundo da pintura e da arte. “Ela desenha muito bem”, conta à NiT. Desde cedo que soube que queria ser artista. Atualmente, tem mesmo a “possibilidade de viver um sonho de miúdo”.


Natural de Mem Martins, no concelho de Sintra, em pequeno ainda pensou ser jogador de futebol. É por isso que a obra que agora fez no piso do campo de futsal do Bairro Nova Imagem, na mesma localidade, também conta um pouco a sua história.
É sobre o sonho de ter um talento valorizado. Se calhar começa no campo, com o sonho de ser jogador, mas vai mais além. O sonho de ser artista, de ser artesão, médico. É um campo onde todos esses sonhos existem”, diz.


Para esta obra, Bruno, que se dedica à arte urbana desde os 14 anos, experimentou pela primeira vez uma nova ferramenta: uns óculos de realidade virtual que ajudam a acelerar o processo. “Dois dias de trabalho tornam-se em apenas uma manhã”, conta o artista urbano à NiT.

Esta tecnologia permite saltar passos demorados. O desenho, como sempre, continua a ser feito no iPad, mas depois “é só colocar as imagens nos óculos”, chegar ao local, começar a fazer os esboços e depois pintar.  Sem isso, o artista tinha de “tirar as fotografias com as marcações, colocar o desenho no iPad, depois levar as marcações, o desenho e fazer abstratos no local”.
O artista urbano em ação. Créditos: Hugo Barros
A pintura do campo começou a 23 de setembro e, sete dias depois, o trabalho ficou pronto. O azul é a cor predominante, tem várias estrelas desenhadas e dois atletas que parecem estar a querer alcançar algo. A bola representa os tais sonhos de que o artista falou. O feedback tem sido “muito positivo e fiquei contente com o resultado”, diz.
Mais do que a pintura em si, Sepher quer acrescentar valor a um lugar que diz “estar um pouco esquecido e onde as condições não são as melhores”. Por lá, o nível social, conta à NiT, “limita um pouco”.
“É uma constante sobrevivência, as oportunidades são escassas e eu quero dar visibilidade às ambições que também existem aqui”, sublinha. Bruno Teixeira não cresceu dentro bairro a que hoje dá cor, no limite da freguesia mais populosa do País, mas chegou a passar por lá “nas voltas em miúdo”.

Durante sete dias esteve no campo de futsal a criar este projeto que surgiu a convite da Câmara Municipal de Sintra e da Junta de Freguesia de Mem Martins, como parte integrante da requalificação do campo, assim como da vontade de torná-lo num espaço comunitário no concelho.
artista está envolvido noutros projetos, como o “Ponto Kultural” que é um espaço em Mem Martins dedicado à cultura e aos jovens. Mais recentemente, além de ter ido ao Brasil, teve trabalhos de grande destaque no nosso País.
Na Penha de França, em Lisboa, fez aquele que foi considerado o melhor mural de dezembro de 2024. A Street Art Cities, plataforma de arte, destacou a “Porta do Vale”, feita num “espaço que está no coração da cidade, mas é tratado como invisível”.


terça-feira, 30 de setembro de 2025