Noticia do 'Jornal de Sintra' de 8 de Maio de 2015
"A Cintra-Urbanizações
faliu e nós vamos ter que fazer as obras, porque não podemos deixar a Tapada
como está”, afirmou o autarca. Para tal, a câmara deverá vender o terreno da
Quinta da Marquesa que a empresa deu como garantia ou, em alternativa, tentará
outra solução. “A arquitecta Ana Queirós do Vale teve ideia de que em vez de
nos dar como garantia o terreno, a Cintra nos desse o terreno do parque urbano,
o que significava que podíamos imediatamente começar essas obras. Vamos tentar
que isso seja possível”, avançou. A “intervenção de fundo” inclui a
requalificação dos espaços degradados, incluindo pavimentos, passeios e
mobiliário urbano, numa empreitada de cerca de 470 mil euros. Somam-se 47 mil
euros para a área da segurança rodoviária, 59 mil para a recuperação de dois
parques infantis, e outros 12 mil a cargo dos Serviços Municipalizados de Água
e Saneamento (SMAS), que intervirão nos cais destinados à recolha de resíduos e
repararão uma anomalia num colector de águas pluviais. “Contamos ter o processo
terminado em Maio, para logo de seguida lançar o concurso”, avançou o director
de obras municipais. Paralelamente, deverá ser adjudicada este mês a manutenção
de espaços verdes, que incluirá a “poda de 130 a 150 árvores, bem como 80 a 90
abates, com a remoção e substituição de árvores em zonas que já entraram
claramente em conflito com os prédios, e onde há muitas reclamações”, num
investimento de mais 30 mil euros. “Não pensem que vai ser feito tudo, espero
que quem até agora viveu no abandono, não reivindique tudo de uma vez, porque
não é possível. É um primeiro passo, uma intervenção modesta, mas que já
permite dar a ideia de que a câmara não está alheada do problema”, considerou o
presidente da câmara. Por resolver continua o investimento da Fundimo na zona
do Floresta Center, ainda dependente de uma alteração de alvará. Já a segunda
fase da urbanização, na Quinta da Marquesa, só avançará depois de resolvidos
estes problemas, reiterou o autarca. “Vai ser outro problema porque há ali
interesses muito poderosos dos bancos, mas não olharemos para lá enquanto não
resolvermos a Tapada. Na altura própria veremos o que fazemos dali, em conjunto
das populações”.
A
presidência aberta incluiu a visita ao empreendimento da Auchan junto ao IC19,
onde a empresa planeia ter concluído até Novembro um hipermercado Jumbo.
“Queremos ter a obra concluída por forma a abrirmos ao público em Novembro, mas
para isso precisamos da ajuda de todos”, afirmou o director de desenvolvimento
da empresa, José Moura. O hipermercado de 10 mil m2, que chegou a ser
contestado em tribunal pela Câmara de Sintra, consiste num investimento de
cerca de 26 milhões de euros, que irá criar 300 postos de trabalho. “Foi o
tribunal que decidiu [ainda no anterior mandato], é verdade, mas agora não é
elegante, depois das pessoas estarem aqui a trabalhar, dizer que foi imposto”,
comentou o presidente da câmara, satisfeito com a criação de emprego. Antes,
com início nas próximas semanas, começarão as obras na rede viária,
nomeadamente com a transformação da EN249 numa “avenida urbana” e com a
beneficiação da Estrada de Mem Martins até ao Cruzeiro, num investimento de 2,5
milhões de euros assumido pela Auchan. No primeiro caso, falta ainda resolver a
cedência de terreno em três locais, mas a Câmara de Sintra mostrou-se
disponível para avançar com expropriações, caso falhem as negociações com os
proprietários. Freguesia em obras nos próximos três anos A visita serviu também
para visitar alguns projectos já anunciados há um ano, bem como para anunciar
novos investimentos na freguesia. Uma das novidades será a requalificação da
zona comercial da Av. Chaby Pinheiro, onde a autarquia prevê gastar cerca de
550 mil euros em obras que incluem a renovação da rede de saneamento.
O
projecto deverá ser elaborado nos próximos meses, por forma a lançar o concurso
até ao final do ano, devendo as obras arrancar em Maio de 2016, mas a conclusão
da empreitada, que poderá incluir uma intervenção no Largo da Estação, apenas
está prevista para o primeiro semestre de 2017. Nesta zona, a câmara vai também
tentar articular com a Refer algumas obras de melhoria da estação. “Era
importante lavar a cara ao espaço e dar-lhe mais segurança”, apelou o
presidente da junta, Valter Januário. Na zona de Fanares, a autarquia irá
requalificar um troço da Ribeira da Laje, com a colocação de uma vedação de
madeira e o enrocamento das margens, num investimento de cerca de 25 mil euros.
Já a cedência do antigo mercado de Fanares à junta de freguesia ficará
dependente do projecto a apresentar para o local. “Depende do objectivo da
junta e dos meios que temos, mas não pode é ficar assim abandonado”, disse
Basílio Horta.
No Algueirão, os SMAS contam avançar finalmente com as obras de
substituição da rede de distribuição de água. O arranque do investimento de 3,6
milhões de euros arrasta-se desde 2011, na sequência da falência de dois
empreiteiros. Agora, após novo concurso, a nova previsão é que as obras se
iniciem em Agosto ou Setembro, prolongando-se de forma faseada nos próximos
três anos. Piscinas de Ouressa reabrem brevemente Quanto aos projectos
anunciados na anterior presidência aberta, o presidente da câmara explicou que
o equipamento da zona de lazer da Bacia de Retenção, entre a Cavaleira e
Ouressa, ainda não foi adjudicado devido a um atraso no concurso. Já a ciclovia
de 2,8 quilómetros entre a Portela de Sintra e Ouressa, num investimento de
cerca de 230 mil euros, terá o concurso lançado em Maio e deverá começar a ser
construída em Setembro ou Outubro. Nesta zona, a câmara anunciou também que
estão quase concluídas as obras nas Piscinas de Ouressa. “Foi preciso
substituir todo o piso dos balneários, porque estava vazado e tinha ruído,
estamos à espera que o piso atinja uma determinada humidade, para poder ser
posto o revestimento. Os serviços da câmara estão também a reparar o tanque,
que estava a perder água, mas mais um mês ou mês e meio e a obra estará
concluída”, informou o vicepresidente, Rui Pereira. Já o projecto da “Cidade da
Saúde”, também avançado há um ano, “terá de esperar pela próxima presidência
aberta”, admitiu Basílio Horta. “Queremos muito que a antiga fábrica da Messa
seja o coração da ‘Cidade da Saúde’.