Se a Freguesia de Algueirão Mem Martins já é bastante pobre em cultura, vai caminhando para a nulidade com o encerramento dos poucos espaços existentes. Desta vez a "Byfurcação Associação Cultural" perde o seu espaço no Floresta Center, onde nos últimos anos foram apresentados 86 espectáculos apresentados, a média é de cerca de três espectáculos por mês!
Tudo isto, porque o actual Centro Comercial vai entrar em obras a partir de Janeiro com a construção de um Supermercado Pingo Doce no Piso 0, e ocupação dos actuais espaços culturais por novas lojas.
Sinceramente fico curioso para saber qual será a resposta que a Câmara e a Junta de Freguesia darão a este problema. Algueirão Mem Martins não tem cultura. Não tem espaço digno de representação. Não há dinheiro? Certo, mas não se pode deixar terminar o pouco que existe.
Será que para ter acesso a uma cultura activa, tenho de esperar pelos espectáculos avulsos no "Olga Cadaval" ou sou mesmo obrigado a ir a Lisboa?
A Freguesia com mais habitantes de Portugal não tem um espaço digno para os grupos culturais, e o pouco que existe é trocado por comercio, por lojas, por templos de consumo. No Chaby aconteceu exactamente a mesma coisa. E agora? Será construído um barracão igual ao espaço onde são celebradas missas? Em Portugal troca-se Cultura por Comercio...
Aqui fica o meu grito de revolta, um grito surdo certamente...
Deixo excerto do comunicado da "Byfurcação Associação Cultural" sobre este problema
"A partir de Janeiro próximo, a Byfurcação Associação Cultural (companhia de teatro profissional do concelho de Sintra, co-financiada pela Câmara Municipal e pela Junta de Freguesia de Algueirão-Mem Martins), ficará sem tecto.
A decisão foi-nos transmitida no final do passado mês, em reunião marcada por Carlos Pereira, Ex-Administrador do Centro Comercial Floresta Center, que apontou como fulcro da decisão do colectivo que representa, a realização de obras de expansão neste espaço comercial, nomeadamente, a ocupação, a partir de Janeiro, das antigas salas de cinema. Esta decisão foi tomada pela nova direcção do referido Shopping, devido à construção de um Pingo Doce no piso 0, o que fará com que as lojas que ocupam o referido piso se tenham de "mudar" para o piso 2, nomeadamente para o nosso espaço.
Recorde-se que, de há dois anos a esta parte, a Byfurcação vem desenvolvendo, nestas salas- com a inestimável e gratuita caução da ex-administração um trabalho persistente e continuado de acolhimento, programação e produção de espectáculos teatrais, constituindo-se, também, através da concessão de apoio humano e logístico diverso, um parceiro importante na realização de iniciativas dirigidas à comunidade local de evidente valor sócio-cultural.
A decisão foi-nos transmitida no final do passado mês, em reunião marcada por Carlos Pereira, Ex-Administrador do Centro Comercial Floresta Center, que apontou como fulcro da decisão do colectivo que representa, a realização de obras de expansão neste espaço comercial, nomeadamente, a ocupação, a partir de Janeiro, das antigas salas de cinema. Esta decisão foi tomada pela nova direcção do referido Shopping, devido à construção de um Pingo Doce no piso 0, o que fará com que as lojas que ocupam o referido piso se tenham de "mudar" para o piso 2, nomeadamente para o nosso espaço.
Recorde-se que, de há dois anos a esta parte, a Byfurcação vem desenvolvendo, nestas salas- com a inestimável e gratuita caução da ex-administração um trabalho persistente e continuado de acolhimento, programação e produção de espectáculos teatrais, constituindo-se, também, através da concessão de apoio humano e logístico diverso, um parceiro importante na realização de iniciativas dirigidas à comunidade local de evidente valor sócio-cultural.
No espaço de dois anos, passaram, pelas antigas salas de cinema do Floresta Center, grupos de teatro, bandas de música e associações de Sintra (Utopia Teatro, teatromosca, Byfurcação, Teatro TapaFuros, Absurdo Teatro, Espalhafato Produções, O Grito, Os Valdevinos, Dínamo, P’las Fêmeas) Lisboa (Grupo 373, Artistas Unidos, Teatro Bocage, Edipoética, Carapaus, Azeite & Alho) Torres Vedras (Companhia Marimbondo), Almada (Teatro Extremo), Seixal (AnimaTeatro) e Cabo Verde (Adriano Reis - Figura Tchyn), num total de 37 produções distintas para o público em geral e infanto-juvenil.
Estes espectáculos foram vistos por cerca de 3100 espectadores, de nacionalidades, faixas etárias e extractos sócio-económicos diversos.
Para um total de 86 espectáculos apresentados, a média é de cerca de três espectáculos por mês!
Em associação com o projecto K-Cidade (nomeadamente com a Turma de Português para Todos, da Escola Visconde Juromenha, e com o Clube das Mulheres) a Byfurcação participou activamente em iniciativas de integração social de minorías étnicas (nomeadamente a iniciativa «Tapada em Festa» e a peça de teatro «Arranja-me um Emprego», integrando actores cabo-verdianos, ucranianos, moldavos e brasileiros) que vêm elegendo a Tapada das Mercês como seu lugar de residência.
O percurso da Byfurcação, nestes últimos dois anos, tem conhecido um visível desenvolvimento mercê da colaboração que convosco desenvolvemos e, justamente, da possibilidade de usufruir de instalações próprias, fundamentais para a concentração e apuramento do trabalho, bem como, para fidelizar e criar novos públicos para o teatro, para a cultura, para a «contracena» intercultural. Desígnios que queremos continuar a cumprir e sofisticar.
Esta decisão do conselho de administração - do nosso ponto de vista, irreversível - vem por em causa a realização de diversos eventos sócio-culturais de carácter lúdico-pedagógico numa comunidade carente deste tipo de actividades, pois nenhuma das estruturas que connosco partilhava o espaço o vai poder usar.
Estes espectáculos foram vistos por cerca de 3100 espectadores, de nacionalidades, faixas etárias e extractos sócio-económicos diversos.
Para um total de 86 espectáculos apresentados, a média é de cerca de três espectáculos por mês!
Em associação com o projecto K-Cidade (nomeadamente com a Turma de Português para Todos, da Escola Visconde Juromenha, e com o Clube das Mulheres) a Byfurcação participou activamente em iniciativas de integração social de minorías étnicas (nomeadamente a iniciativa «Tapada em Festa» e a peça de teatro «Arranja-me um Emprego», integrando actores cabo-verdianos, ucranianos, moldavos e brasileiros) que vêm elegendo a Tapada das Mercês como seu lugar de residência.
O percurso da Byfurcação, nestes últimos dois anos, tem conhecido um visível desenvolvimento mercê da colaboração que convosco desenvolvemos e, justamente, da possibilidade de usufruir de instalações próprias, fundamentais para a concentração e apuramento do trabalho, bem como, para fidelizar e criar novos públicos para o teatro, para a cultura, para a «contracena» intercultural. Desígnios que queremos continuar a cumprir e sofisticar.
Esta decisão do conselho de administração - do nosso ponto de vista, irreversível - vem por em causa a realização de diversos eventos sócio-culturais de carácter lúdico-pedagógico numa comunidade carente deste tipo de actividades, pois nenhuma das estruturas que connosco partilhava o espaço o vai poder usar.
A Câmara Municpal de Sintra está já ocorrente da situação e promete fazer o que tiver ao seu alcance para nos ajudar. Aguardamos."