(Presidente da Associação de Moradores da Tapada das Mercês)
Sou do tempo, esse chavão que nos permite demonstrar alguma vivência.
Sou do tempo, em que Algueirão – Mem Martins era constituída por quintas e casas de férias.
Sou do tempo, em que não existia construção na Tapada das Mercês, somente a Escola Visconde Juromenha onde, com os meus colegas fui muitas vezes a pé.
Sou do tempo, em que nós construíamos os nossos próprios divertimentos (carros de rolamentos, balizas, cabanas) e inventava-mos brincadeiras.
Sou do tempo, em que se podia jogar à bola em qualquer rua, jogar à carica, berlinde, prego, apanhada, escondidas, etc, em suma, conviver.
Sou do tempo, em que só existia dois canais de televisão, e os desenhos animados da altura eram apresentados pelo Vasco Granja, em que a Heidi, o Marco e a Abelha Maia eram as referências.
Sou do tempo, em que ia comer as famosas tardes da Leitaria Central com os meus amigos e depois ficava-mos sentados na Gare a ver os comboios chegar e a identificar as pessoas que moravam na freguesia e aquelas que eram de fora.
Sou do tempo, de ir às matinés no Cine-Teatro Chaby.
Sou do tempo, em que as festas em Mem-Martins tinham Carrinhos de Choque, Carroceis, barracas de comida, quermesse e, de ver as tão célebres Cavalhadas.
Sou do tempo, em que não existia telemóveis nem internet.
Sou do tempo, em que havia quase tudo na freguesia de Algueirão – Mem Martins, e agora?
Esse tempo era melhor? Não sei!
Mas, sou do tempo …