Encontrei este post no Blog "Fogo & História" (Espaço de informação/formação, independente, de carácter especializado,
dedicado à temática da história dos bombeiros em Portugal), onde é feito referência ao antigo Chevrolet CE6 1702 Viking, de 1972, do Bombeiros de Algueirão Mem Martins.
Abaixo, clica, e vê três exemplos desta maquina em Portugal
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Assim acabou, depois de abatido ao efectivo, um
dos famosos pronto-socorros de nevoeiro, também conhecidos pela
nomenclatura APSN (Auto Pronto-Socorro de Nevoeiro), que nos anos 60 e
70 introduziram consideráveis melhorias na operacionalidade dos
bombeiros portugueses.
Além de disporem de depósito com a capacidade de cerca de dois mil
litros e de bomba acoplada de alta e baixa pressão, continham avançado
equipamento para a época, tal como agulhetas com comando de abertura e
fecho, accionado através de manípulo que compreendia a rotação de três
posições (fecho, jacto e nevoeiro).
Informava, em meados do ano de 1967, o
Boletim da Liga dos Bombeiros Portugueses: "(…) os prontos-socorros de nevoeiro firmam a sua existência e capacidade de viaturas a satisfazerem muitas necessidades."
Tecnicamente indicados para o combate a incêndios urbanos, ficaram
célebres por possuírem sistema de nevoeiro de água, encerrando este um
conjunto de reconhecidas vantagens no processo de extinção. Recorde-se,
como sua principal característica, o poder de arrefecimento, susceptível
de baixar a temperatura do combustível.
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O APSN dos BV Algueirão-Mem Martins
integrado num desfile motorizado realizado em Sintra
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Atribuídos pelo Conselho Nacional dos Serviços de
Incêndios (CNSI), com base em necessidades identificadas pelas
inspecções de incêndios das zonas Norte e Sul, consubstanciaram então o
primeiro grande investimento do Estado português nos corpos de
bombeiros.
A título de curiosidade, importa referir, por exemplo, que do
valor global em escudos de 176 943 091$70, correspondente a subsídios
concedidos pelo CNSI até 31 de Outubro de 1967, 26 314 100$00 foram
aplicados na dotação de 78 pronto-socorros de nevoeiro.
Voltando
ao pronto-socorro em presença, quando apto, chegou a ser a única
viatura dos Bombeiros Voluntários de Algueirão-Mem Martins (BVAMM). E
foi, tanto quanto sabemos, o primeiro ao serviço daquele corpo de
bombeiros, carroçado de origem para o fim em vista.
Porque esse não é o nosso propósito, abstemo-nos de fazer quaisquer
juízos de valor sobre as causas que possam ter estado na origem da
degradação do velho Chevrolet, modelo CE6 1702 Viking, de 1970, com
motor de oito cilindros, alimentado a gasolina, fornecido pela empresa
ROMAR.
Recorremos, porém, à sua imagem em jeito de alerta, na tentativa de que
veículos semelhantes e ainda existentes, mormente das marcas Chevrolet,
GMC e International, alguns dos quais pioneiros no uso de espuma, não
venham a terminar num parque de sucata, porquanto já são património de
interesse histórico. De resto, o mesmo se aplica às ambulâncias Peugeot,
modelos 404 e 504, retiradas da circulação há alguns anos e que, no
domínio do serviço de saúde, marcaram uma nova era.
Em matéria de preservação automóvel, permitimo-nos apontar como exemplo a
seguir o trabalho de restauro levado a efeito pelos Bombeiros
Voluntários de Odivelas (BVO), que devolveu ao seu antigo pronto-socorro
Chevrolet o aspecto original de fábrica. Contemporâneo daquele que
pertenceu aos BVAMM, tem a particularidade de pertencer à mesma série de
matrícula: LF-45-70 (Odivelas) e LF-45-71 (Algueirão-Mem Martins). Eis,
pois, outra boa razão que justifica o nosso destaque. Parabéns, BVO!
No link abaixo, clica para ver após o restauro, o veiculo dos Bombeiros de Odivelas, irmão gémeo do devoluto veiculo de Algueirão Mem Martins ,