Fonte: Jornal Publico
A
Associação Sindical dos Profissionais de Policia (ASPP) alertou hoje que metade
das viaturas da PSP do distrito de Lisboa estão inoperacionais por falta de
reparação, mas o comando metropolitano negou estes dados.O
presidente da distrital de Lisboa da ASPP/PSP, José Mendes, disse que das
“cerca de 1400 viaturas do distrito, 700 encontram-se inoperacionais e
encostadas” por falta de reparação.
“É
evidente que se nós temos uma frota de 1400 viaturas para dar resposta aos
problemas da criminalidade nesta área, se reduzimos esse número para metade
isso vai restringir o combate à criminalidade. Isto põe em causa a
operacionalidade das polícias”, afirmou o dirigente.
Em
resposta à agência Lusa, o Comando Metropolitano de Lisboa da PSP negou que 50
por cento dos veículos esteja inoperacional, adiantando apenas que “algumas
viaturas aguardam o desfecho de um procedimento administrativo para se proceder
à reparação”.
Segundo
o sindicalista, as divisões com maiores dificuldades são Loures, Amadora,
Cascais, Oeiras e Sintra, onde existem “esquadras sem qualquer viatura
operacional”, e onde é “difícil dar resposta aos problemas que vão surgindo” no
dia-a-dia.
Confrontado
com a acusação, o Cometlis respondeu que “todas as esquadras possuem viaturas
adstritas que garantem o patrulhamento das áreas territorialmente competentes”.
No
entanto, segundo relatou à Lusa o presidente da distrital da ASPP, “na
quinta-feira de manhã houve um ‘carjacking’ e um roubo por esticão em
Carnaxide, onde a esquadra já não tem uma única viatura há três dias. Os
elementos policiais tiveram que se deslocar a pé e, obviamente, atrasaram-se”.Devido
a estas dificuldades, algumas esquadras de fiscalização rodoviária “acabam por
actuar só nas áreas à volta das esquadras”, uma vez que “não têm meios para
transportar os polícias a outras freguesias”, indicou à Lusa uma fonte
policial.
“E
temos casos de áreas onde moram muitas pessoas, como Algueirão-Mem Martins ou
Cacém, onde apenas há uma viatura. Se um desses veículos estiver ocupado num
serviço, não pode ir a outro, e isto em nada contribui para a segurança das
populações”, disse a mesma fonte.Na
Divisão de Vila Franca de Xira é habitual os elementos policiais deslocarem-se
apeados a serviços, uma vez que as viaturas se encontram avariadas, acrescentou
outra fonte consultada pela Lusa.
Em
Março, a ASPP/PSP alertou para a existência de 300 viaturas “encostadas por
falta de reparação”. Nessa ocasião, fonte oficial da PSP disse à agência Lusa
que o Comando Nacional da polícia iria assinar “em breve” um contrato por
ajuste directo com uma empresa para viabilizar a manutenção e reparação de
viaturas.
A
agência Lusa solicitou esclarecimentos ao Comando Metropolitano de Lisboa, não
tendo obtido resposta em tempo útil.