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sábado, 20 de janeiro de 2018

[Rimas e Batidas] NastyFactor: “Senti a necessidade de provar a mim próprio que conseguia fazer uma cena sozinho”

[TEXTO] Alexandre Ribeiro [FOTO] Filipe Feio

Escáfia” é o primeiro single de Adrenalina, o EP de estreia de NastyFactor. O rapper e produtor dos GROGNation aventura-se a solo num beat produzido por si — algo que se estende ao resto do projecto, excepção para uma música com instrumental de The Kid Beats .
Os companheiros de banda, Harold, Papillon, Prizko e Neck, não quiseram ficar de fora desta nova fase: os 4 MCs são parte do elenco do vídeo filmado e editado por Nicandro Fernandes.
O trabalho está previsto para sair no dia 9 de Fevereiro, uma semana antes de António Silva viajar até ao Porto e actuar na primeira parte do concerto de apresentação do novo álbum de Cálculo. Estivemos à conversa com o artista e tentámos saber um pouco mais sobre Adrenalina.
O teu EP de estreia sai em Fevereiro. Há quanto tempo andavas a prepará-lo? Comecei a gravar as primeiras ideias no princípio de 2015, mas as coisas só começaram a ganhar formas mais concretas no final de 2016/início de 2017. Foi um projecto que fui fazendo sem grandes pressas, até porque gosto de levar o meu tempo a escrever e tive por 2 vezes que parar de pensar só em mim e focar-me a 100% nos discos dos GROGNation.
Habituado a trabalhar em grupo com os GROGNation, como é que foi o processo criativo a solo? Foi natural?  O processo criativo a solo é, sem dúvida, diferente, mas foi natural. Quando trabalhas em grupo acabas por sentir inevitavelmente a necessidade de fazer algo por ti próprio. Para além de ter ideias que me faziam mais sentido a solo, senti a necessidade de provar a mim próprio que conseguia fazer uma cena sozinho. A lógica de fazer música é a mesma, a única coisa que difere é que tive de fazer tudo sozinho e assumir a responsabilidade toda. Todas as ideias e decisões tiveram obviamente de partir única e exclusivamente de mim. Foram muitas horas sozinho no estúdio, mas felizmente tive o apoio dos rapazes que me deram opiniões nas vezes em que me senti mais inseguro.
És rapper e produtor. O EP é todo produzido por ti? Tens participações? O EP tem sete músicas em que seis delas são completamente produzidas por mim. A única que tem produção de fora é a faixa cinco, que ficou a cargo do meu mano The Kid Beats. No que toca a participações, tenho o Bispo e o Truekey a rimar e ainda tenho o DJ X-Acto a riscar num som.
O que é que podemos esperar em termos de sonoridade? Em geral, acho que não posso categorizar as coisas com muita certeza. Algumas músicas puxam para sonoridades convencionais, outras puxam para vibes e paranóias diferentes. Limitei-me a fazer aquilo que me soava bem sem ter preocupações de seguir modas ou tendências. Deixei fluir.
Escáfia” é o primeiro single do EP e dizes que não é “family friendly“. O que é podes revelar sobre a temática da canção? O tema está dividido em duas partes e a parte que não é family friendly até é mais a segunda. Posso dizer que na primeira parte me inspirei em dois ou três episódios que aconteceram com os GROGNation na estrada. Em relação ao beat samplei cucos a cantar.

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