A Tapada das Mercês é provável um dos piores projectos urbanísticos da área metropolitana de Lisboa dos últimos 30 anos. A empresa "Cintra - Urbanizações, Turismo e Construções, S.A", foi a responsável pela urbanização, e pela destruição de toda a macha verde que existia neste local, e que pertenceu durante muitos anos à família de Sebastião José de Carvalho e Melo (Conde de Oeiras e Marquês de Pombal)
Nos dias que correm, junto à Capela de Nossa Senhora das Mercês e da propriedade histórica, ainda existe um pequeno espaço verde, que faz recordar toda a antiga encosta. Como era prática nos anos 80, um incêndio floresta, foi o ponto de partida para a conversão do espaço.
Assim, provavelmente inspirados na ganância do betão, que toda a linha de Sintra foi alvo no pós-25 Abril, os prédios substituíram o verde, e cresceram, na minha opinião, de uma forma descontrolada e longe de boas normas urbanísticas, numa encosta com algum declive.
As primeiras Torres a ser construídas prometiam um urbanismo menos denso e mais espaço público.
A antiga estação de comboios, que diversas vezes foi premiada pela CP pelo seu aspecto cuidado, foi demolida.
O Centro Comercial das Mercês, na torre em frente à estação nunca funcionou, nascendo mais tarde num edifício próprio o Floresta Center, com uma árvore de pássaros que falavam...
Passados todos estes anos, a Câmara Municipal ainda não tem total poder sobre um espaço público pouco qualificado, degradado e com ausência de espaços verdes. O excesso de construção criou problemas nos acessos de emergência, à noite e fins de semana, para bombeiros.
E como prova do abandono, na actual revisão do PDM, a Tapada das Mercês foi totalmente esquecida e ignorada por parte das entidades municipais. Será que ninguém tem ideias para tentar corrigir os problemas existentes nesta zona da freguesia de Algueirão Mem Martins???
Aproxima-se as eleições autárquicas, devem estar a chegar mil promessas e soluções milagrosas...