Tempo em Algueirão Mem Martins

quinta-feira, 11 de dezembro de 2025

Fábrica da Messa — Memórias de Ferro

Nos anos em que Mem Martins ainda cheirava um pouco a aldeia, a fábrica da Messa erguia-se como um gigante industrial na linha de Sintra em crescimento. 

Era impossível passar por ali sem sentir o tilintar metálico das peças e o burburinho constante de quase 1700 trabalhadores, que entravam e saíam como um coração mecânico que pulsava todos os dias.

Para muitos, trabalhar na Messa não era apenas um emprego — era uma vida. Famílias inteiras tinham ali o seu sustento. Pais, irmãos, primos… todos conheciam de cor o cheiro do óleo, o peso das teclas, o orgulho de montar aquelas máquinas de escrever que iriam viajar para escritórios, escolas e repartições por todo o Mundo.


Ao final do mês, Mem Martins ganhava outra vida. Depois de receberem o salário, era comum ver grupos de trabalhadores a juntar-se nos poucos restaurantes que existiam perto da fábrica. Era ali, entre arroz de polvo, espetadas de lulas, copos de vinho tinto barato e muita conversa, que se celebrava mais um ciclo de trabalho. Havia gargalhadas, histórias repetidas, sonhos adiados e aquele sentido de camaradagem que só nasce quando se partilha o suor todos os dias.

Mesmo em frente à fábrica, numa moradia discreta mas conhecida de todos, existia a pequena casa onde os funcionários podiam comprar artigos de mercearia a preços mais simpáticos. Ali compravam-se conservas, arroz, açúcar… tudo o que ajudava a compor a mesa de casa sem apertar demasiado o cinto. Para muitos, aquela porta era quase tão importante quanto a entrada principal da própria Messa.

Mas os tempos mudam, mesmo que ninguém esteja preparado.

Quando os computadores começaram a aparecer nas secretárias — primeiro timidamente, depois com força — a Messa sentiu o impacto como um murro no estômago. As máquinas de escrever, firmes e pesadas, tornaram-se relíquias de outra era. A fábrica, que durante décadas representara modernidade e inovação, foi ficando para trás. Não conseguiu acompanhar o ritmo das novas tecnologias, e lentamente os dias de movimento constante deram lugar a corredores vazios, secções encerradas e marcas de lutas sindicais.


Até que um dia, o inevitável aconteceu: a Messa faliu. Todos ficaram em casa.


O silêncio que ficou depois do fecho parecia maior do que o ruído de todas as máquinas juntas. Mem Martins perdeu um dos seus símbolos. Muitos trabalhadores viram ali não só o fim de uma fábrica, mas o fim de uma época.

Hoje, quem passa pelo antigo lugar da Messa talvez não imagine o que ali existiu, mas secretamente ainda ouve o som da sirene a marcar o final de mais um dia de trabalho. 

Na memória dos que lá trabalharam — e na história da vila — permanece viva a lembrança da fábrica que enchia os dias, os bolsos e o coração de uma comunidade inteira.

terça-feira, 9 de dezembro de 2025

StreetArt - Nossa Sra Natividade

 Junto Capela em Mem Martins 





Ivandro

Ivandro mudou-se para Algueirão-Mem Martins com os pais quando tinha cerca de 3 anos.


Em entrevistas, ele refere que foi em Algueirão-Mem Martins onde cresceu e se ligou à comunidade local — foi lá que «conheceu os amigos a quem deve a inspiração e a motivação para se dedicar à música»

quinta-feira, 4 de dezembro de 2025

Antigo Bolo de Natal de Mem Martins

Havia um tempo em que o Natal em Mem Martins tinha um cheiro muito próprio — um aroma quente que saía das cozinhas, misturando farinha, limão e canela, e que anunciava, melhor do que qualquer calendário, que a noite mais aguardada do ano se aproximava. Era o tempo do velho Bolo de Natal de Mem Martins, um daqueles sabores que não se compravam em pastelarias nem vinham embrulhados em caixas bonitas. Não. Fazia-se em casa, com paciência, com jeito, e sobretudo com carinho.

Tinha a forma humilde de um pão saloio, mas em ponto pequeno, como se fosse uma lembrança em miniatura das tradições antigas que as famílias teimavam em preservar. A massa simples — farinha de trigo, açúcar, limão, canela e leite — era trabalhada à mão, sem segredos, mas com aquela sabedoria que passava de geração em geração. Antes de ir ao forno, levava uma camada ligeira de gema de ovo, que lhe daria, mais tarde, o brilho discreto dos bolos de antigamente.

E quando finalmente saía do forno, ainda quente, era pincelado com manteiga derretida. Essa última carícia dava-lhe o sabor aconchegante que muitos ainda procuram na memória: o sabor de um Natal vivido devagar, entre vizinhos que se conheciam pelo nome e famílias reunidas à volta da mesa.

O Bolo de Natal de Mem Martins não tinha marca, nem fabricante. Tinha origem. Tinha história. Tinha lugar. Era um símbolo discreto, quase secreto, de uma terra onde as tradições se cozinhavam em lume brando e onde cada casa acrescentava ao bolo um pouco de si.

Hoje, recordar esse bolo é lembrar também o espírito de um Natal mais simples, mais perto das pessoas, mais perto de casa. Um Natal que talvez já não exista como antes — mas que continua guardado no coração de quem cresceu com o cheiro desse bolo a perfumar a cozinha.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2025

terça-feira, 2 de dezembro de 2025

Reveillon na Esquadra



 

Futebol Veteranos - Benfica vs Arsenal 72


CONVITE ABERTO A TODOS! ⚽

No próximo dia 06 de dezembro, pelas 19h, junta-te a nós para o grande jogo de celebração pelos 72 anos do nosso sócio n°1 - João Moras!

Um encontro especial cheio de paixão, respeito e memória, frente aos Veteranos do Benfica! 🔴⚪

Vem vibrar connosco, trazer a tua energia e encher as bancadas num verdadeiro ambiente de futebol!

MARCA NA AGENDA, traz amigos e família, e ajuda-nos a viver este momento!! 🙌🔥

sábado, 29 de novembro de 2025

Rafael Quintas

O capitão da Seleção Sub-17, Rafael Quintas, campeão do mundo em 2025e  natural de Mem Martins.

Rafael José Mestre Quintas (Rafael Quintas) é médio defensivo, mede 1,75m e o seu melhor pé é o direito. Joga de cabeça levantada e é inteligente na abordagem ao jogo. Boa qualidade de passe curto e longo. Capacidade para impor o ritmo de jogo e bom timing de desarme. Forte com bola em progressão e combina bem com os colegas.

O capitão da equipa Rafael Quintas, 17 anos, tem o seu passado futebolístico ligado a Mem Martins já que foi formado na Escola Futebol Benfica de Algueirão-Mem Martins.

Entretanto o presidente da Câmara Municipal de Sintra felicitou o jogador ,"orgulho sintrense" referindo-se ao jovem "que leva sempre consigo o espírito dos Sintrenses e continua a honrar as nossas cores




quarta-feira, 26 de novembro de 2025

Ideia para melhorar a Estação da CP

Uma intervenção assim mais simples e mais barata, já seria uma pequena ajuda para os utentes da estação da CP de Algueirão Mem Martins...

...mas a população desta freguesia merece mesmo uma nova estação da CP.

sexta-feira, 21 de novembro de 2025

Mau estacionamento

Há situações na freguesia, que um carro estacionado indevidamente pode prejudicar a vida de centenas de pessoas...


Os autocarros não passavam na Rua da Estação, e a fila de automóveis fazia-se sentir por todas estradas na zona de Fanares, em Mem Martins.



Nesta situação, a carrinha dos CTT estacionada em cima do passeio, impedia a passagem do autocarro, e provocou longa fila de automóvel na Av. Chaby Pinheiro.

Estacionamento é difícil no centro da vila, mas é bom pensar no sítio onde pára o seu carro