Foi no final do verão de 88 que deflagrou, em São Carlos, um perigoso incêndio industrial que marcou profundamente Mem Martins.
Tudo começou nos armazéns da Printer Portuguesa e rapidamente se propagou às instalações da Duraplás. Eram edifícios construídos em chapa, repletos de produtos altamente inflamáveis, circunstância que deu origem a violentas explosões e fez com que o incêndio atingisse proporções verdadeiramente alarmantes.
A Printer Portuguesa, era uma gráfica e a Duraplás uma empresa de plásticos industriais — responsável, entre outros produtos, pelo fabrico de quiosques de venda de jornais que existiam nas ruas das cidades. Aquele local tornou-se o epicentro de uma noite que muitos ainda hoje recordam.
As explosões eram visíveis e audíveis a grande distância, iluminando o céu e fazendo tremer as casas em redor.
No combate às chamas estiveram envolvidas muitas corporações de bombeiros. Na altura, corria entre a população a ideia de que até viaturas dos bombeiros do Aeroporto de Lisboa tinham sido mobilizadas para enfrentar a dimensão do incêndio.
A Cruz Vermelha montou um hospital de campanha, tendo prestado assistência a muitas pessoas. Algumas foram encaminhadas para a SAP de Mem Martins, outras para o Hospital de Sintra e os casos mais graves para o Hospital de São José, em Lisboa.
Na manhã seguinte, o cenário era revelador da violência do fogo: chapas retorcidas, estores das vivendas em frente ao local do incêndio derretidos pelo calor intenso.
Na época, muito se falou da má abordagem inicial ao incêndio, da falta de preparação e do desconhecimento das matérias-primas armazenadas nos armazéns.
É certo que, hoje, uma ocorrência desta natureza seria encarada de forma diferente. Mas naquela noite de 88, Mem Martins esteve perigosamente perto de viver uma grande catástrofe — uma memória que permanece viva na história local e na lembrança de quem a testemunhou.
Ainda se lembra deste dia???





Sem comentários:
Enviar um comentário