Tempo em Algueirão Mem Martins

domingo, 1 de fevereiro de 2015

OpiniãoAMM: O Chiado do concelho de Sintra

Texto Paulo Marques
(comerciante)



A Estação de Algueirão ­Mem Martins, originalmente denominada de Algueirão, entrou ao serviço no dia 2 de Abril de 1887, o edifício de passageiros que ainda hoje funciona, procurou-­se usar um design que aliasse os estilos clássicos e modernos da época.

Em 1934, o apeadeiro de Algueirão ficou em 4º lugar num concurso de jardins da Linha de Sintra. 


Após uma pequena introdução sobre a estação de comboios da nossa freguesia, irei abordar neste pequeno texto, a centralidade da estação para o lado do Algueirão e Mem Martins. Irei escrever sobre um lugar que no passado fora o centro da localidade cheio de vida, alegria e juventude, hoje é um sitio feio, despido de alma, descaracterizado e velho.


Nos anos 80 com o fecho da passagem de nível, começou o declínio do Centro de Algueirão, o seu 
fim. Hoje não há vida, não há juventude, é um centro a quem foi roubado a vida, todos os edifícios contíguos à estação estão muito mal tratados, em ruínas, à venda, com a maior parte das lojas encerradas à vários anos. Mem Martins, por seu lado, o seu centro só entra em declínio mais tarde, nos finais dos anos 90 e princípios da 1ª década do sec XXI, para isso contribuiu a deslocalização do Mercado de Fanares, de todos os Serviços Públicos e fecho de algumas lojas ancoras.


Nos anos 80 e 90, o centro e sua zona comercial de Mem Martins era considerada o Chiado do 
concelho de Sintra, era onde estavam as melhores lojas da Periferia de Lisboa, as melhores Lojas de Roupa, Calçado, Decoração, as melhores Pastelarias, os melhores Restaurantes, vinham pessoas de Mafra, Cascais, Amadora, Loures e mesmo de Lisboa às compras.


Aos fins de semana era um mar de gente a passear pelas ruas da nossa Vila, no Natal as ruas 
estavam todas iluminadas e cheias de de famílias. Hoje o centro da nossa freguesia e o Largo da Estação são edifícios velhos a precisar de serem restaurados, um centro feio, onde as pessoas não circulam, mal iluminado, um centro sem atracções para as pessoas desfrutem os seus tempos livres.


O centro da nossa vila está doente, está a morrer lentamente, sem que ninguém se importe e o 
trate. 


Eu quero ser do tempo, num futuro próximo, muito próximo, que o Largo da Estação (centro da nossa freguesia), tenha Cor, Magia, Alegria, Vida, Pessoas, Edifícios Restaurados, que os seus Habitantes tenham orgulho em viver em Algueirão – Mem Martins....

3 comentários:

  1. Infelizmente é verdade,aliado ao facto da estação ter sido invadida por drogados nos anos 90 toda a gente evita a estação,lojas chinesas a mais sem qualidade e pequeno comercio que ainda vive nos anos 80 sem se modernizar...vivi a minha juventude nos anos 90 na estaçao e o famoso salão de maquinas arcade do "Estrela do Minho".. fui feliz e dá-me pena...

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  2. Desde os anos 70 que vivo em Mem Martins e que sempre aqui trabalhei. Pois os tempos eram outros, bem mais saudáveis e em que dava gosto aqui morar. As pessoas eram outras, o comércio era outro, enfim. nada é igual, a não ser, toda esta construção velha e decadente que tende a arrastar-se, contrastando com alguns bairros que por aqui se foram edificando, trazendo gente completamente apátrida, sem eira nem beira, que hoje em dia vive e se abastece nas lojas chinesas, no pouco comércio tradicional que ainda por aqui existe, e que frequenta assiduamente o centro médico, levando-o ao caos. Em cada recanto, nasce um WC a céu aberto; as paredes grafitadas, lembram os bairros degrados, donde muita desta gente veio, e que aqui pela nossa freguesia tomaram de «assalto», não respeitando nem os bens nem as pessoas que sempre aqui viveram. Ora enquanto tudo se mantiver assim, não há comércio de qualidade que resista. Foram feitos acordos para trazer para aqui, gente vinda dos chamados bairros da lata assim como emigrantes de fracos recursos, o que fez com que a qualidade de vida baixasse e de que maneira, além do encerramento de fábricas que empregavam milhares de operários, e que sempre iam «alimentando» o comércio local. Hoje, o que vemos, é o largo da estação transformado num centro de dia, pessoas deambulando pelas ruas sem nada por fazer e aquele saudosismo muito próprio de pessoas como eu, que ainda se recorda muito bem dos tempos áureos desta freguesia!

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  3. Eu gostaria de chamar a atenção para o lapso na história da estação. Quando foi inaugurada a linha férrea, via única, não existia nenhum edifício para passageiros, mas apenas um telheiro contínuo à casa da guarda da passagem de nível, edificado do lado do Algueirão, por isso, apeadeiro do Algueirão. Muito mais tarde, não posso precisar a data, mas talvez anos 50, foi então construída a estação de M.M. praticamente em simultâneo com a estação de Rio do mouro. Estas estações foram feitas por ter nascido a via dupla.

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