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sexta-feira, 12 de outubro de 2018

[Diário de Notícias] Trabalhadoras não docentes fizeram greve parcial na escola básica de Ouressa em Sintra


As trabalhadoras não docentes da Escola Básica 1 e Jardim de Infância de Ouressa, concelho de Sintra, concentraram-se hoje de manhã em frente ao estabelecimento para reivindicar mais pessoal e melhores condições de trabalho, informou fonte sindical.

A escola esteve encerrada até às 11:00 e não houve aulas", explicou à Lusa João Santos, do Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Sul e Regiões Autónomas, após a greve iniciada às 07:00, com concentração de oito auxiliares em frente ao estabelecimento.

O sindicato enviou um ofício à autarquia e ao Agrupamento de Escolas Ferreira de Castro, onde está integrada a EB1/JI de Ouressa, a "denunciar várias situações que se têm vindo a degradar na escola".

"Um dos casos é a entrada da escola, que não tem fechadura e é feita com uma corrente que fecha e abre, não há campainha, no caso de uma emergência a escola não tem telefone", descreveu João Santos.

O sindicalista acrescentou que "há um pavilhão do Jardim de Infância que a porta tem de ter um cordel para não fechar, porque depois não se consegue abrir, há ratos, há uma sala para os professores, mas as auxiliares estão proibidas de usar a sala para fazer as refeições".

A situação da escola tem vindo a degradar-se "e as auxiliares já estão cansadas com a falta de resposta da câmara, do agrupamento e da coordenadora do estabelecimento", apontou João Santos.

"Os recreios têm poucas assistentes operacionais, porque saíram duas e não foram substituídas, é preciso pelo menos repor as duas que faltam, e o Jardim de Infância tem uma sala em que falta uma auxiliar, o que é mais grave", salientou.

O representante do Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas admitiu que será preciso "intensificar a luta", perante a degradação da situação, estando prevista, a 26 de outubro, em frente à câmara, "uma concentração do pessoal não docente do concelho".

A situação em Algueirão-Mem Martins "é um cenário usual em muitas escolas do concelho de Sintra", que "já tem cerca de 200 escolas sob sua gestão (desde 2009) e vai agora receber mais serviços públicos, nomeadamente as escolas secundárias", no âmbito da descentralização de competências para as autarquias, notou o sindicato.

"Estamos neste momento com um processo muito significativo de requalificação e reabilitação de escolas. Ouressa é uma das que está para entrar nesse processo, mas para além disso a escola tem um processo de manutenção regular, quer preventiva, quer corretiva", salientou Frederico Eça, do departamento de Educação da Câmara de Sintra.

O dirigente municipal esclareceu que a câmara possui um protocolo com a Junta de Freguesia de Algueirão-Mem Martins, para a manutenção dos estabelecimentos escolares, do qual faz "um balanço positivo", admitindo que "todos os dias existem questões para ser resolvidas", a reportar à junta.

No âmbito do "plano de requalificação aprovado e em concurso", para o lançamento em breve das obras, a escola verá beneficiada a cozinha e o espaço exterior, adiantou Frederico Eça.

O técnico advogou que a escola possui uma sala de refeições, "onde é desejável que toda a comunidade educativa" faça as suas refeições, mas que a gestão das instalações é feita através da direção do agrupamento.

Em relação à denúncia de falta de pessoal, Frederico Eça disse que o agrupamento Ferreira de Castro possui em termos de rácio 62 auxiliares, mas que para prevenir problemas de absentismo "estão colocados 64 trabalhadores", geridos pela direção educativa, de forma adequada até ao momento para a autarquia.

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