As trabalhadoras não docentes da Escola Básica 1 e Jardim de Infância de Ouressa, concelho de Sintra, concentraram-se hoje de manhã em frente ao estabelecimento para reivindicar mais pessoal e melhores condições de trabalho, informou fonte sindical.
A escola
esteve encerrada até às 11:00 e não houve aulas", explicou à Lusa João
Santos, do Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Sul e
Regiões Autónomas, após a greve iniciada às 07:00, com concentração de oito
auxiliares em frente ao estabelecimento.
O
sindicato enviou um ofício à autarquia e ao Agrupamento de Escolas Ferreira de
Castro, onde está integrada a EB1/JI de Ouressa, a "denunciar várias
situações que se têm vindo a degradar na escola".
"Um
dos casos é a entrada da escola, que não tem fechadura e é feita com uma
corrente que fecha e abre, não há campainha, no caso de uma emergência a escola
não tem telefone", descreveu João Santos.
O
sindicalista acrescentou que "há um pavilhão do Jardim de Infância que a
porta tem de ter um cordel para não fechar, porque depois não se consegue
abrir, há ratos, há uma sala para os professores, mas as auxiliares estão
proibidas de usar a sala para fazer as refeições".
A
situação da escola tem vindo a degradar-se "e as auxiliares já estão
cansadas com a falta de resposta da câmara, do agrupamento e da coordenadora do
estabelecimento", apontou João Santos.
"Os
recreios têm poucas assistentes operacionais, porque saíram duas e não foram
substituídas, é preciso pelo menos repor as duas que faltam, e o Jardim de
Infância tem uma sala em que falta uma auxiliar, o que é mais grave",
salientou.
O
representante do Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas admitiu que
será preciso "intensificar a luta", perante a degradação da situação,
estando prevista, a 26 de outubro, em frente à câmara, "uma concentração
do pessoal não docente do concelho".
A
situação em Algueirão-Mem Martins "é um cenário usual em muitas escolas do
concelho de Sintra", que "já tem cerca de 200 escolas sob sua gestão
(desde 2009) e vai agora receber mais serviços públicos, nomeadamente as
escolas secundárias", no âmbito da descentralização de competências para
as autarquias, notou o sindicato.
"Estamos
neste momento com um processo muito significativo de requalificação e
reabilitação de escolas. Ouressa é uma das que está para entrar nesse processo,
mas para além disso a escola tem um processo de manutenção regular, quer
preventiva, quer corretiva", salientou Frederico Eça, do departamento de
Educação da Câmara de Sintra.
O
dirigente municipal esclareceu que a câmara possui um protocolo com a Junta de
Freguesia de Algueirão-Mem Martins, para a manutenção dos estabelecimentos
escolares, do qual faz "um balanço positivo", admitindo que
"todos os dias existem questões para ser resolvidas", a reportar à
junta.
No
âmbito do "plano de requalificação aprovado e em concurso", para o
lançamento em breve das obras, a escola verá beneficiada a cozinha e o espaço
exterior, adiantou Frederico Eça.
O técnico
advogou que a escola possui uma sala de refeições, "onde é desejável que
toda a comunidade educativa" faça as suas refeições, mas que a gestão das
instalações é feita através da direção do agrupamento.
Em
relação à denúncia de falta de pessoal, Frederico Eça disse que o agrupamento
Ferreira de Castro possui em termos de rácio 62 auxiliares, mas que para
prevenir problemas de absentismo "estão colocados 64 trabalhadores",
geridos pela direção educativa, de forma adequada até ao momento para a autarquia.
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