Tempo em Algueirão Mem Martins

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Nova loja - PTN Store - Mem Martins

Esta informação merece destaque, pois é algo que vai sendo raro nos dias de hoje em Algueirão Mem Martins (e talvez em Portugal)...

ABERTURA DE NOVA LOJA
PTN Store
Rua Domingos Saraiva, junto à Junta de Freguesia


Vale a pena espreitar...

domingo, 4 de novembro de 2012

História - Lugar de São Carlos, Mem Martins

Qual a origem do "Lugar de São Carlos" em Mem Martins? 

As pessoas mais antigas de Mem Martins sempre denominaram esta zona da vila pelo "Os Carlos"...  
   - "preciso de ir ali aos Carlos"
   - "eu tenho um terreno nos Carlos"

Com o passar do tempo generalizou-se o nome do Bairro de São Carlos. A designação desta zona teve origem num projecto do Grupo Onomástico "Os Carlos", no inicio dos anos 40.


Foi noticia na "Gazeta dos Caminhos de Ferro" em 1 Junho de 1944, a aquisição dos terrenos para um grande projecto deste grupo.



titulo da noticia na publicação da" Gazeta dos Caminhos de Ferro" em 01 Junho 1944
"Graças ao esforço da comissão Pró-Casa de "Os Carlos", forma adquiridos em Mem Martins (Sintra) quatorze mil metros quadrados de terreno, que se destinam a pavilhões para Casa de Repouso de Carlos Doentes e Casa de Agasalho para Carlos Inválidos e ainda Colónia de Verão para Carlos Miúdos.

A direcção do Grupo fez distribuir pelos 5.000 sócios efectivos umas cadernetas com 10 senhas de $50, que se destinam aos "tejolos" para a construção da Casa de "Os Carlos", senhas estas que serão passadas a todas as pessoas que humanamente estão dispostas a colaborar em obras de assistência com resultados benéficos e de interesse para os que deles necessitem.

Brevemente iniciar-se-ao as obras de construção de mais esta 
casa de amparo aos Carlos necessitados"


Foi na mesma publicação, na edição do dia 01 de Novembro de 1946, que vem descrito o Programa das Festas comemorativas do 17º aniversário do Grupo Onomástico "Os Carlos", que já reunia nesta altura 10 mil sócios por todo o pais.

As festas iniciavam-se no dia 4 de Novembro (dia de São Carlos), e terminavam no dia 10 de Novembro. 

Vou apenas destacar os acontecimentos do dia 10 de Novembro de 1946, que decorriam em Mem Martins  

excerto da noticia, com o programa para dia 10 de Novembro de 1946

A zona de São Carlos em Mem Martins foi loteada e preparada para a realização deste sonho que nunca se realizou. 

Algumas vivendas ainda nasceram propriedade de "Carlos", onde se podia destacar a vivenda de "Carlos Eugénio Dias Ferreira", pai da economista Manuela Ferreira Leite e do advogado e comentador desportivo, José Dias Ferreira, que chegou a ser presidente da direcção e da mesa da assembleia geral do 'Mem Martins Sport Clube'.

Muitos dos rapazes nascidos em Mem Martins nos anos 40 chamam-se Carlos...
local onde num passado recente foi destruída a moradia da família Dias Ferreira

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Nova loja JOM - Sintra

Está prevista a abertura em Dezembro, da Loja JOM, na Abrunheira
Projecto da Loja de Sintra

Será uma loja com tudo para o seu lar...
 espreita toda a informação, com promoções e catalogos no site: http://www.jom.pt/

Projecto da Loja de Sintra


Noticia na edição nº94 do Jornal Cidade Viva
(25Outubro2012)

O rústico e o pitoresco de Coutinho Afonso


quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Loiças da Feira das Mercês

Uma das atracções da Feira das Mercês eram as peças de barro... 
Foto: Jorge Salvado
... que gira a recordação de peças com menções às Mercês...

sábado, 20 de outubro de 2012

Opinião - Feira das Mercês

Aqui deixo um texto que encontrei sobre a Feira das Mercês e decidi compartilhar.


 
A Feira das Mercês: 
um anacronismo que perdura!
Carlos Gomes * Jornalista, Licenciado em Históriao
A feira das Mercês, no concelho de Sintra, constitui desde há muito uma das mais genuínas feiras da região saloia. Desde o século XVIII que, na segunda metade do mês de Outubro, os agricultores ali acorrem para vender os seus produtos e divertir-se. Por esta altura já se bebe a água-pé. E, a juntar às novidades da época, aparece o famoso leitão de Negrais, o típico queijo saloio e, como não podia deixar de ser, a suculenta carne de porco às Mercês guisada na banha dentro de um pratinho de barro.

A venda de loiça de barro sempre foi uma das características da Feira das Mercês que ainda se preserva.
Esta foi uma das mais concorridas feiras que se realizam nos arredores de Lisboa. As tendas, montadas no recinto junto à quinta que desde há várias gerações pertence ao marquês de Pombal, dão vida à parte profana de uma festa que, como não podia deixar de acontecer, também possui uma vertente religiosa em torno da humilde capelinha de Nossa Senhora das Mercês.


Em tempos recuados, esta foi uma festa saloia a sério, predominantemente rural, com muitas tabernas e zaragatas à mistura. E nem sequer faltava a feira do gado onde também se vendiam bois. Actualmente, nem galinhas já ali se vendem, tal é a mudança dos tempos. Os forasteiros vinham de longe e principalmente de Lisboa. A viagem de comboio era demorada mas valia a pena. As decorações estendiam-se pela encosta até ao centro da povoação onde se encontrava um pequeno apeadeiro do ramal de Sintra pois então esta ainda não passava de uma extensão a partir da linha do Oeste. Só a partir dos anos sessenta, com o crescimento dos bairros dormitórios, esta região tornou-se densamente povoada e o pitoresco ramal virou uma linha de comboio de via quádrupla intensamente utilizada. Sintra passou a ser o segundo concelho mais populoso do país.

As típicas barraquinhas de feiras onde se realizavam os sorteios já desapareceram.
Ao longo da linha férrea, os prédios apinham-se à procura de espaço para receberem sempre novos moradores. A própria tapada das Mercês ficou reduzida a um pequeno pinhal cuja sobrevivência não está garantida. A maioria das gentes que agora habita a região provém dos sítios mais díspares, tanto de Portugal como de outros países, com uma especial incidência nos países africanos de Língua oficial portuguesa. As novas “saloias” já não usam bioco e saias compridas – são garotas mais desenvoltas e atrevidas na sua forma de estar. E a feira de tão típica que foi, vai a cada ano cedendo o espaço a novos feirantes que trazem mercadorias novas e bizarras. O vinho tinto foi trocado pela caipirinha, o artesanato é vendido por índios sul-americanos e as tradicionais ferramentas agrícolas deram origem a outras alfaias, mais modernas e muito procuradas, geralmente vendidas por indianos – os telemóveis.
Em tempos idos, também se vendiam bois na Feira das Mercês
Apesar de tudo, ainda persistem alguns vestígios do passado, das características que lhe estiveram na origem, embora tendam a desaparecer a curto prazo. É que, os esforçados componentes do Grupo de Bombos das Mercês bem rufam os seus instrumentos pelas ruas das urbanizações em redor mas, quem assome à janela, é em regra alguém que desconhece o que se trata realmente aquela festa. E vai à feira mas para comprar o que precisa – e não precisa! – e para se divertir à sua maneira. O costume saloio nada lhe diz nem de tal possui a mínima curiosidade.

À outrora típica feira das Mercês, no concelho de Sintra, pouco mais lhe resta do que aguardar pelo último suspiro e ir definhando. E, lamentavelmente, acabará por desaparecer, a não ser que se transforme num mero “outlet” à semelhança de muitos que surgiram por este país fora, com “boutiques de alcofa” onde se vende toda a sorte de produtos contrafeitos. Aquela feira, constitui já um anacronismo e, simultaneamente, algo que já não corresponde ao que a mesma possuía de mais genuíno e que tinha a ver com as tradições das gentes da região saloia.

Carlos Gomes * Jornalista, Licenciado em Históriao