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quarta-feira, 16 de março de 2011

Privatização da Linha de Sintra

"O PEC – Programa de Estabilidade e Crescimento – apresentado pelo Governo português em Bruxelas prevê a privatização de diversos sectores e empresas públicas, nomeadamente a CP Carga e algumas linhas da CP em zonas suburbanas onde a linha de Sintra se insere. Contra esta medida está a Comissão dos Utentes da Linha de Sintra, que há cerca de vinte anos se assume como defensora dos passageiros que, diariamente, utilizam os comboios como meio de transporte para se deslocarem para os seus trabalhos e outros destinos. Actualmente, o número de viagens na Linha de Sintra ronda as quatrocentas por dia, com partidas de Sintra, Meleças/Mira Sintra e Monte Abraão e destinos Rossio, e Azambuja servindo as estações de Alcântara Terra, Roma/Areeiro, Oriente e Alverca. O número de viagens na Linha de Sintra está estimado, segundo a CP, em 47 milhões por ano" Texto do Jornal de Sintra
Este é certamente um tema que levanta algumas opiniões, e a Câmara Municipal de Sintra e outras forças politicas, já demonstraram o seu total desacordo com esta medida do governo. 
No entanto, a privatização punha um ponto final nas eternas e constantes greves, que lesam gravemente os utentes. Neste momento, está em vigor uma "greve surpresa", até dia 31 de Março, em que nunca se sabe se o próximo comboio será realizado ou não. 
Para além disso, perdeu-se o total respeito para com os utentes, quando se deixou de garantir os serviços mínimos, durante alguns períodos de greve. Soluções? Viajar de carro ou esperar eternamente por um comboio.

Então eu deixo para pensar: será que o possível aumento de preços, causado com a privatização, não será compensado pelo dinheiro perdido, nos dias em que não temos serviços disponíveis? 
Basta comparar com os serviços da Fertagus, que se realizam sempre, independentemente das greves da CP.
E o custo da Linha de Sintra deve ser suportado pelo Orçamento de Estado, ou é um custo que deverá ser eliminado através da privatização?

Qual a tua opinião? Privatização? Sim ou não? Porquê?

9 comentários:

  1. Não consigo ter uma opinião definitiva sobre isso, precisava que me dessem mais informação sobre o assunto. É verdade que a fertagus nunca faz greves e quanto tem interrupções na circulação é por culpa da Refer. Mas quem me garante que depois de privatizada, nunca mais farão greve na linha de SIntra? Com um aumento de 20€ ou 30€ no passe é bom que não pensem em fazê-las. Não sei porque a Câmara está a favor ou contra. Sinceramente parece-me ridículo que sequer tenham uma opinião sobre a privatização da Linha, mas assistam impávidos e serenos ao último semestre em que a CP faz uma greve por mês. Esta greve surpresa com comboios retirados estrategicamente em horas de ponta, criando confusão para horas nas estações, como é que isto é legal sequer? Há muito que deixei de tentar perceber do que se queixam os funcionários da CP e há muito que eles deixaram de respeitar os utentes.

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  2. Sim, sem dúvida. Sou estudante na margem sul e estou farto das greves constantes da CP. A Fertagus vale cada cêntimo que pago pelo passe!

    E porque é que se diz que os preços vão ficar mais caros? É isso que não entendo. Mais caros como? Um euro? Dois? 10? A Fertagus é mais cara, mas as zonas parecem-me maiores, além de que se passa a ponte.

    Há greves surpresa agora mas já antes era uma vergonha, inclusive já vi os maquinistas gozarem com os utentes que apinham um comboio nestas alturas.
    Chega de nos faltarem ao respeito. Ou protestam sem prejudicar as outras pessoas ou mais vale privatizar o quanto antes.

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  3. Eu não concordo com a privatização, acho ridiculo os preços que a fertagus tem. Se agora se paga de uma estação para a outra 1,30 como será com a fertagus.

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  4. Sou utente da CP(na linha de Sintra) com passe social vai para 12 anos, e posso dizer que durante esse período vi bastantes mudanças na CP. Algumas para melhor, outras para pior.

    Repare-se por exemplo que quando comecei a usar a linha de Sintra os comboios eram sempre de 20 em 20 minutos. (havia apenas uma excepção de dois comboios que passavam com intervalo de 5 minutos um às 7.52 outro às 7.57). Hoje em dia, no horário de ponta já se vêem comboios de 10 em 10 minutos.
    No entanto, naquela altura, podia ler-se nos primeiros placares digitais da estação do Rossio que a CP(linha de Sintra) tinha uma pontualidade de 99.7%. Hoje em dia é raro o dia em que consigo apanhar o comboio de Entrecampos para Meleças no horário correcto (chega quase sempre atrasado).

    Então a privatização da linha não nos vem compensar apenas pelas greves que nos atiram para a IC19 completamente lotada, vem também garantir que podemos apanhar o comboio à hora marcada no horário e assim chegar a horas ao emprego, à escola... Lembro que tempo é dinheiro, e aquele tempo que perdemos todos os dias à espera dos comboios atrasados já nos podia encher o bolso com os euros a mais que nos irá custar o aumento do preço do passe.
    Já nem sei se é bom falar, que sempre que estes atrasos ocorrem os comboios enchem-se de gente e o ar dentro do comboio fica pesado, isto somado ao odores corporais faz cada um dos utentes desejar que a próxima estação chegue só para que as portas abram e possamos respirar um pouco.

    Faço no entanto uma observação que venho a dizer à anos. O que é preciso não é uma privatização, é concorrência. Se as pessoas de Mem-Martins tivessem outro transporte publico (exemplo: metro) para substituir a utilização da linha da CP de Sintra, já há muito tempo que a CP tinha começado a apostar num serviço melhor para não perder clientes. Infelizmente, o metro ainda vai demorar a chegar cá e a privatização parece-me uma solução de recurso óptima.

    Resumindo: Prefiro pagar mais 10 ou 15 euros do que pagar menos e ser mal servido. Sim à privatização da linha de Sintra.

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  5. MaC, concordo plenamente. Se houvesse concorrência à CP na Linha de SIntra, andariam certinhos de certeza. Não sei como é o equivalente em outras cidades europeias, mas parece-me demasiado pouco que a esta distância da cidade e com tanta ou mais população deste lado do que a que vive no centro, só se tenha uma opção de transporte. É que quando o metro faz greve, as pessoas podem considerar a hipótese de ir de bus ou a pé, agora aqui... é uma negociação mensal chata com a entidade patronal:" amanhã é greve, não sei quando chego, se chego"...

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  6. Sou utente e gostaria de ter o contacto com a comissão de utentes para poder juntar a minha voz à sua.
    Será que me podem ajudar?
    Esta situação é inadmissível, não somos menos que um cliente da TAP!
    ximiusa@hotmail.com

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  7. Privatizar!!!!
    Hmmmm, não parece uma boa solução.
    Vejamos o caso da Fertagus. O que é que eles compraram? Nada. Alugaram.
    As estações não são da Fertagus, mas sim da Refer como a via onde o material circula. Material esse que é alugado a quem? CP!!! Sim o material circulante é da CP.

    Porque é que a Linha de Sintra está a começar a ter problemas de falta de material circulante. A oferta já foi maior não foi?! Visitem a Linha do Sado para rever os nosso comboios a circularem por lá. Chega de hipocrisia, privatizem os deputados, tirem os altos quadros da CP e contratem dois gestores Suíços para a CP, eles sabem o valor dos comboios.

    Eu sei que é chato a Greve, mas é um direito. Eu como cidadão tenho que respeitar esse direito.
    Eu nunca vi uma greve de administradores ou deputados :) mas gostava de ver.

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  8. A greve é um direito sim. À primeira, segunda, terceira... Mas quando começa a ser 3 greves por mês, é só estúpido, principalmente quando o principal prejudicado é o que efectivamente sustenta a CP (o utente que compra passe).

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  9. A Privatização é um erro.
    A demonstrá-lo está o facto de, para duas distâncias similares, geridas por um operador público (CP na linha de Sintra) e um privado (FERTAGUS no eixo Lisboa/Fogueteiro), o preço a pagar pelos utentes ser quase o dobro no serviço explorado pelo privado, que, por sua vez, recebe mais indemnizações compensatórias do Estado.

    Quanto à questão das greves...
    Sou utilizador diário da linha e, apesar dos incómodos, sei bem que os trabalhadores lutam pelos seus direitos mas também pelos nossos, pela qualidade do serviço público, pela segurança do material circulante.
    defender privatização para acabar com o direito à greve dos outros é acabar com a nossa própria liberdade.

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