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domingo, 30 de abril de 2017

Grupos Dinamizadores da Unidade Popular (GDUPS)

No discurso pronunciado no comício do passado dia 20 de Agosto por Luís Moita, da Comissão Nacional Provisória de Unidade Popular, estão contidos dados políticos de importância decisiva para o avanço do movimento dos GDUPs e para a consolidação da Frente Popular.
Trata-se de um documento que traça, com bastante clareza, as condições fundamentais para que o grande objectivo dos GDUPs — a edificação da Frente Popular de massas — passe definitivamente do plano das intenções e dos projectos para o da realidade viva.
Quatro condições fundamentais é necessário observar para que os objectivos apontados por Otelo sejam levados a bom termo.
É necessário que os GDUPs estejam ligados às lutas e à vida das massas.
É necessário que os GDUPs se alarguem, chamem a si e organizem todas as camadas do povo.
É necessário que os GDUPs superem as suas fraquezas e resolvam as suas contradições internas, reforçando a democracia e a unidade na base e na acção.
E necessário dotar o movimento de uma direcção política central, lúcida e operativa, ligada à política concreta e à vida das massas populares.
São estas quatro condições fundamentais que norteiam o Congresso dos GDUPs e que fornecem a base para as tarefas imediatas a cumprir.

No seu conjunto, os pontos de orientação política agora apresentados vem romper com uma certa rotina e mesmo apa­tia que ameaçava apoderar-se dos GDUPs e que lhes reduzia as perspectivas de evolução. Desde o topo até à base, todo o movimento dos GDUPs terá, em nosso entender, de embrenhar-se a sério na luta política. Significa isto rejeitar, sem rodeios, as discussões em círculo fechado, as estéreis disputas de seitas, os entraves à acção de massas, e aprofundar vigorosamente a actividade política correcta.
Significa também, como tem dito o PCP(R), demarcar rigorosamente os objectivos e a acção da Frente Popular, que são revolucionários e de massas, da prática antipopular e contra-revolucionária do grupo burguês do dr. Cunhal, chamando à unidade os elementos revolucionários que ainda o seguem numa base de fraternidade e de firmeza política. Esta tarefa, de resto, vai a par do isolamento dos vestígios de aventureirismo e esquerdismo que ainda afectam o alargamento da frente e comprometem a sua projecção política, por incapacidade de compreensão sobre o que é o trabalho de massas, amplo e flexível, e a preparação, paciente e científica, de um povo inteiro para a revolução.
O movimento dos GDUPs está debaixo do fogo de toda a burguesia e, em especial, sofre as investidas dos revisionistas. O dr. Cunhal e o seu grupo burguês tomaram mesmo os GDUPs como seus inimigos principais, justamente por que o nascimento dos GDUPs e a constituição da Frente Popular ameaçam arrasar por completo o crédito político de que desfrutavam e põem em risco a sua própria existência como força política. É bem clara a manobra de Cunhal: enquanto clama contra o «esquerdismo», procura quebrar a unidade interna dos GDUPs lançando umas organizações contra as outras. É nítido o objectivo, fielmente expresso no seu jornal diário, de isolar a UDP no seio dos GDUPs.



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