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sexta-feira, 10 de agosto de 2018

[Blitz] As rimas sóbrias de Papillon, o rapper que não quer ser igual aos outros, no MEO Sudoeste

Rapper de Mem Martins subiu esta noite ao palco
na Zambujeira do Mar e foi recebido
por uma pequena multidão entusiasta

Com o álbum de estreia a solo, “Deepak Looper”, ainda fresco, Papillon, que o público ficou a conhecer enquanto membro dos GROGnation, subiu esta noite ao palco LG do MEO Sudoeste com a certeza de que tem conseguido atrair uma pequena legião de fãs nos últimos meses. O rapper de Mem Martins não terá ficado desiludido com o que encontrou à sua frente: uma plateia bem composta puxou por ele e apoiou-o ao longo de todo o concerto.

As rimas rápidas e afiadas de ‘Impulso’, a abordagem jazzy de ´1:AM’ e ‘Impasse’, os ambientes ácidos do hino ‘Imbecis / Íman’, a guitarra rasgada e as batidas corridinhas de ‘Impressões’ e a inventividade instrumental de ‘I’m the Money’ (com produção de Lhast) foram argumentos suficientes para que o rapper conseguisse passar a mensagem mais importante que carrega: “eu não sou como toda a gente”. E tem razão, não é. Seguindo um caminho que, neste momento, encontrará maior paralelo com Slow J (responsável por grande parte da produção de “Deepak Looper”), Papillon é um rapper sóbrio, com um discurso coerente e afastado dos lugares-comuns que se vão colando ao hip-hop português.


É um prazer estar aqui a realizar um dos meus sonhos de menino, com vocês”, atirou pouco depois de iniciar a atuação, mantendo-se depois em estreito diálogo com um público que não hesitou na hora de puxar por ele, gritando “Papi” com intenção. “Vocês não sabem o que eu sinto ao sentir esse carinho”, agradece, “sou a prova viva de que podem realizar os vossos sonhos. Achava que não ia chegar a lado nenhum na vida e hoje estou aqui a tocar para vocês”. E algo nos diz que é só o início.

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