A
Topsndolls é a “segunda cadeia organizada” de revenda de produtos para criança
a instalar-se no País, mas o primeiro conceito “100% português”. A rede de
‘franchising’ nasceu no Porto e tem como um dos objetivos a
internacionalização.
Em Mem Martins, na Av. Chaby Pinheiro nº26 |
Foi
para preencher a lacuna de revenda de artigos de criança que nasceu em 2009 no
Porto a retalhista de revenda de produtos para criança Topsndolls que conta com
cinco lojas, situadas no Porto, Vila Nova de Gaia, Oeiras, Odivelas e Mem
Martins.
Esta
é a “segunda cadeia organizada” em Portugal que vem dar rendimento aos pais
pelos artigos que os filhos já não podem usar. Ao contrário da cadeia Kid to
Kid, conceito que foi importado, a marca é totalmente portuguesa e com
objetivos de alargar a mais geografias. Daí a escolha do nome em inglês.
“Revenda
é consequência do consumo”
“Este
nome varia da conjugação das palavras “tops” (peões) e “dolls” (bonecas). Foi
inspirado num livro sobre uma história, que se passa entre a Idade Média e o
princípio do Renascimento, em que as meninas brincavam com bonecas de trapos e
os meninos com peões”, explica em entrevista ao HIPERSUPER Sérgio Carvalho,
‘master’ da insígnia. “Decidi investir neste negócio porque vi uma oportunidade
no mercado de reutilização, já que não faz concorrência ao mercado de produtos
novos. É uma consequência de haver consumo de artigos novos”.
Para
arrancar com o projeto, investiu há sete anos “cerca de 75 mil euros” na
abertura da primeira loja, a única própria que detém. As restantes são
franchisadas. “Como as rendas baixaram, neste momento investir num ponto de
venda da marca ronda os 50 mil euros. Os promotores do negócio começam por ser
clientes e depois decidem abrir uma loja. Mas, para isso, têm que respeitar
várias condições. Uma delas é serem eles próprios funcionários da loja. Este
negócio dá muito trabalho e precisamos de investidores dedicados”, sublinha.
As
cinco lojas têm em média 200 metros quadrados e expõem “mais de cinco mil
artigos” cada. As roupas e o calçado representam “75% do volume de negócio” da
cadeia, que abrange também a puericultura – pesada e leve – e brinquedos. O
‘stock’ é acumulado ao longo do ano em armazém, através das mães e pais que ali
deixam os artigos que já não servem aos filhos, com idades entre os 0 e os 12
anos. São avaliados através de um sistema informático comum a toda a rede, que
calcula o valor consoante a informação submetida sobre o estado do produto.
Depois seguem para os lineares com preços “entre 50% a 60% mais baixos do que
produtos novos”. Reparações não são feitas mas “por vezes, investimos no
acondicionamento para acrescentar mais valor a certos bens”, diz o ‘master’.
“Temos
clientes que só vendem, outros que só compram e cada vez mais temos pais que
reciclam”, conta Susana Pereira, responsável da loja instalada em Oeiras há
dois anos. “Quando vêm vender os artigos, oferecemos a possibilidade de cobrar
25% do valor em crédito na loja. Muitos pais vêm vender o que já não serve aos
seus filhos e acabam por preferir ficar com a bonificação para levarem artigos
da idade pretendida. Cada vez mais temos pessoas a aderir a este conceito de
reciclagem”. Quanto à puericultura pesada (carrinhos, mobiliário, berços,
cadeiras, entre outros), os artigos podem ser comprados à consignação, sendo
que o cliente fica com 50% do valor quando o produto é vendido.
“Regra
geral, cada loja tem os seus próprios clientes e vendedores, apesar de
trocarmos produtos entre lojas quando há excesso numa e escassez noutra. A
procura por certos produtos também obriga a que por vezes tenhamos que comprar
artigos novos. Por exemplo, na loja de Oeiras as camisolas de gola têm muita
saída, sendo que não temos resposta e acabamos por comprar”.
Expandir
para Espanha e Brasil
Atualmente,
o ‘master’ da insígnia está a analisar novas aberturas “na região da Grande Lisboa
e do Grande Porto” mas só anunciará “quando estiverem de contrato assinado”.
Além disso, a Topsndolls, que adotou esta designação com vista à
internacionalização, pode-se instalar “a qualquer momento” no país vizinho, por
via de ‘franchising’. “Neste momento, andamos com contatos em Espanha e
interessava-nos também o Brasil. Estamos a fazer alguma divulgação nesse
sentido”, revela Sérgio Carvalho.
Em
2015 a insígnia faturou “à volta de 800 mil euros em termos globais”, uma
“ligeira subida” face ao ano anterior, e prevê uma evolução de entre 10% a 15%
para este ano.
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