A Comissão de Utentes de Saúde do Concelho de Sintra (CUSCS)
manifestou-se hoje insatisfeita com anunciada construção de um polo hospitalar
em Sintra, considerando que a solução prevista é manifestamente insuficiente
para os utentes do concelho.
"Não
estamos satisfeitos. Consideramos lamentável que aquilo que estão a pensar para
o concelho de Sintra não seja um hospital de facto. Seja uma outra qualquer
solução que ainda não se percebe bem o que é de facto, que prevê entre 50 a 60
camas, quando falamos do segundo concelho do país", afirmou Paula Borges,
destacando que o concelho de Sintra tem mais de 356 mil utentes inscritos nos
centros de saúde.
A
porta-voz da comissão de utentes salientou que o concelho tem uma área
geográfica muito grande e que em junho deste ano foi calculado que existiam
quase 95 mil utentes sem médico de família.
"A
luta dos utentes do Serviço Nacional de Saúde (SNS) em Sintra continua a ser a
mesma e continua a ser a construção de um hospital público no concelho de
Sintra e não qualquer coisa intermédia que não se percebe muito bem o que
é", referiu, considerando que existe uma série de contradições em cima da
mesa, salientando que o presidente da Câmara anunciou na sexta-feira a
construção de um novo hospital e o ministro da Saúde veio "dizer
perentoriamente que não é um hospital".
A
comissão de utentes considerou, ainda, "absolutamente inaceitável,
absolutamente disparatado", o encerramento da unidade que está a funcionar
em Algueirão-Mem Martins, porque "não é solução para pessoas que vivem em
freguesias mais afastadas do corredor da linha de Sintra".
"Ainda
na semana passada o hospital Amadora-Sintra não estava a apresentar solução
para atendimento de pessoas a nível dos serviços de cardiologia e de
obstetrícia. A nota que temos é que as pessoas que precisaram de recorrer ao
serviço de obstetrícia terão sido deslocadas para Cascais. As pessoas que
tiveram problemas cardíacos durante a noite foram encaminhadas para o São
Francisco Xavier, demorando entre a chamada dos bombeiros, a posterior vinda do
INEM e a sua entrada em São Francisco Xavier quase três horas", afirmou.
A
solução, para a Comissão de Utentes, seria a construção de um "hospital
público no concelho de Sintra com capacidade para 200 camas, que contemple
também internamentos e que não seja esta solução, que não são os cuidados
integrados e continuados que dão resposta às necessidades do concelho de
Sintra".
O
presidente da Câmara de Sintra, Basília Horta (PS), anunciou na sexta-feira que
o Ministério da Saúde vai investir na construção de um novo hospital em Sintra,
com 50 a 60 camas, além das urgências e cirurgia ambulatória, e no alargamento
do de Cascais, para servir mais utentes das freguesias do município sintrense.
O
ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, esclareceu no domingo, na
Figueira da Foz, que não se trata de um novo hospital, mas de "um polo do
Hospital Amadora/Sintra [Hospital Fernando da Fonseca], sem internamentos e
muito parecido ao modelo do hospital do Seixal".
O
novo polo hospitalar terá "cuidados integrados e continuados",
acrescentou, adiantando que também está prevista a possibilidade de ampliar o
Hospital de Cascais".
Lusa/fim
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