Uma nova resina de poliéster
insaturado com matéria-prima de origem natural foi desenvolvida por
investigadores da Universidade de Coimbra e pelo produtor nacional de resinas
Resiquímica.
Uma nova resina de poliéster
insaturado com matéria-prima de origem natural foi desenvolvida por
investigadores da Universidade de Coimbra (UC) e pelo produtor nacional de
resinas Resiquímica. A criação foi anunciada esta esta quarta-feira.
O novo produto, que já está no
mercado, resulta do projeto de investigação GreenUP, cujo objetivo era o
desenvolvimento de “novos poliésteres insaturados de mais alto valor
acrescentado à base de matérias-primas derivadas de fontes renováveis
(biológicas)”, afirma a UC, numa nota divulgada esta quarta-feira.
O poliéster 'verde' representa "um grande avanço no sentido da utilização de matéria-prima de origem biológica em produtos de uso corrente" |
Os poliésteres insatura dos
convencionais são produzidos a partir de derivados do petróleo.
O poliéster ‘verde’ representa “um
grande avanço no sentido da utilização de matéria-prima de origem biológica em
produtos de uso corrente”, afirmam Jorge Coelho e Arménio Serra, coordenadores
do projeto e docentes do Departamento de Engenharia Química da Faculdade de
Ciências e Tecnologia da UC.
Os poliésteres insaturados são
utilizados no fabrico de diversos materiais, como, por exemplo, botões de
vestuário, bancadas de cozinha e tanques para armazenagem de produtos
alimentares, entre outros.
Além de competitivo em relação aos
atuais poliésteres de origem fóssil, o novo produto permite “reduzir
substancialmente a pegada de CO2 do produto final”, sublinham os
investigadores, citados pela UC.
“O poliéster insaturado desenvolvido
permitiu obter um material mais amigo do ambiente que reúne todas as
características necessárias para o seu desempenho adequado”, destacam.
“A crescente consciência ambiental das
sociedades para produtos com o menor impacto ambiental possível torna premente
o desenvolvimento deste tipo de tecnologias”, sustenta Jorge Moniz, da
Resiquímica.
Para desenvolver esta resina amiga do
ambiente, os investigadores recorreram a monómeros — “pequenas moléculas que se
vão ligando por repetição, gerando polímeros (moléculas maiores)” — de origem
vegetal.
O maior desafio deste projeto
“prendeu-se com a escolha criteriosa das matérias-primas (monómeros) e com o
desenvolvimento dos melhores processos de síntese para que, dominando as
variáveis do processo de fabrico, fosse possível obter as formulações corretas
que garantissem todas as propriedades térmicas e mecânicas, por forma a
atingirem-se as características adequadas para cada tipo de aplicação”, explica
Jorge Coelho.
“Foi um desafio altamente complexo”,
conclui o investigador da UC.
Com sede em Mem Martins (Sintra), a
Resiquímica é uma empresa “inteiramente portuguesa”, que se dedica à produção e
comercialização de “polímeros destinados às indústrias de tintas, vernizes,
adesivos e materiais compósitos”, refere a página eletrónica da empresa.
O projeto de investigação GreenUP foi
financiado por fundos comunitários, no âmbito do QREN (Quadro de Referência
Estratégica Nacional).
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