Tempo em Algueirão Mem Martins

Mostrar mensagens com a etiqueta OpiniãoAMM. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta OpiniãoAMM. Mostrar todas as mensagens

domingo, 10 de maio de 2015

* OpiniãoAMM: A maior freguesia do concelho de Sintra mas...

(comerciante)


Como maior freguesia, que infra-estruturas e serviços, temos ou não temos, de forma muito precária:

1- Centro de Saúde» Temos um Centro de Saúde, num prédio para  habitação, completamente ultrapassado para as necessidades da população.

2- Estação da CP» Temos a Estação da CP mais antiga da Linha de Sintra , a mais obsoleta e mais suja. O túnel da estação está completamente ao abandono, uma verdadeira vergonha a nível ambiental.


3- Parques de Estacionamentos no centro da freguesia» Não existe um único parque de estacionamento de apoio à estação e ao Comercio Local. É um caos estacionar no Centro da nossa Vila. Existem carros que estão semanas e semanas estacionados no mesmo local, ocupando os poucos lugares disponíveis para estacionar.

4- Loja do Cidadão» Para quando uma Loja do Cidadão para o centro da nossa Vila? Uma Vila com 66.250 Habitantes já deveria ter uma Loja do Cidadão há mais de uma década.

5- Delegações da Segurança Social e dos SMAS» Inexistentes. Para tratar de qualquer assunto relacionado com estes organismos temos que ir à sede do concelho.

6- Repartição de Finanças» Temos uma repartição das Finanças na Tapada das Mercês, na fronteira com a freguesia de Rio de Mouro. Já é tempo de abrir pelo menos uma Delegação das Finanças no centro de Mem Martins.

O que nos interessa ser a maior freguesia do concelho e uma das maiores de Portugal e da Europa, se a nível de equipamentos e infra-estruturas  sociais e serviços, temos muitas necessidades e  lacunas…

Precisamos de quase tudo mas pelos vistos só temos direito a Grandes Superfícies...

domingo, 19 de abril de 2015

* OpiniãoAMM: Moving to the country

Texto Nelson Lucas
(Terapeuta. Coreografo. Bailarino)


"
Em dezembro de 2014, e após 11 anos a viver em Lx, decidi voltar à base: AMM"

Porquê? Na altura não fazia ideia porque....o que senti era que o barulho das ambulâncias e carros e autocarros, o cheiro das ruas, as energias de Lx estavam a "sugar-me". 
Mem Martins foi o local escolhido pois era onde estava a família...e a minha história.

entre São José e Ouressa
Hoje apercebo-me que também está a paz, os pássaros a chilrear all day, os amigos de sempre, o cheiro de Sintra....as caminhadas, os treinos de StreetWorkout em Ouressa, as aulas de Kung fu na Secundária Ferreira de Castro, os vários espaços verdes, os legumes Bio que mercados, vizinhos e amigos trazem até nós.
Encontrei também oportunidades de partilhar o meu trabalho: As consultas/aulas de DançaTerapia (Consciência Corporal através da Dança). A partilha de uma oficina onde faço Restauro e personalização de móveis.

Apresentar projectos culturais e desportivos que potenciem uma freguesia a mostrar o que de melhor tem: as pessoas e o ambiente.


Grato por me receberem de volta :)
Saudações Dançantes

domingo, 5 de abril de 2015

OpiniãoAMM: Viver e Sorrir na Tapada das Mercês

Texto Nuno Azevedo
(activista e criador do projeto Amizade Animal)




Sou um habitante na Tapada das Mercês à 14 anos, mas apenas à 5 destapou-se-me a realidade que estava escondida por detrás do nevoeiro da rotina casa-trabalho, trabalho-casa da linha de Sintra. Vivo hoje orgulhoso de viver na Tapada, não pelas razões materiais é certo, no entanto, nunca tive tantas dúvidas e ao mesmo tempo esperança no futuro. É necessário perceber quem somos e onde vivemos e realizar-mos algum tipo de reflexão, porque sem diagnóstico, não há remédio que valha.

No caso da Tapada das Mercês, realidade que vivo mais por dentro do que por fora, à falta de concretização física e resolução moral sobre o que aqui aconteceu. No plano físico, as evidências contrastam brutalmente com as promessas "históricas" do urbanizador e que nunca se concretizaram. Em reuniões com a Câmara nos últimos 5 anos, nunca responderam às expectativas de quem viveu o sonho de comprar uma casa, o que normalmente é um investimento de uma vida. Por isso, o resultado é um diferencial, uma lacuna, um antes e um depois do que era e do que ficou. Por outro lado, temos vindo a assistir a uma mobilização enorme e com aspectos sociais de impacto positivo ao verificar que existem pessoas não contentes com o que aconteceu, mas que não lhes impediu de ter fé no que pode ser melhorado, e por isso arregaçam as mangas. 

Não obstante não terem obrigação de o fazerem, são dezenas de pessoas (chegaram a ser às centenas em iniciativas locais), que optam por realizar na Tapada e fora dela reuniões, iniciativas, discussões, convites ao público, etc no qual eu destaco a Associação de Moradores da Tapada por ter visto todo o seu trabalho desenrolar, mas do qual já não faço parte. E é aí que reside a minha esperança. Mesmo na dúvida do futuro, na dúvida do que não acontece e o tempo vai lembrando que parece não estar nada a acontecer, que assisto todos os dias na Tapada a pequenos milagres. As relações ficam mais fortes, e são testadas. As ideias refinam cada vez mais as acções. E o tempo que cada um viu ser investido em pequenos gestos para mudar e participar nas soluções na Tapada, abrem caminho a um sorriso, a uma esperança. E à luz no fundo do túnel. 

Viver na Tapada das Mercês passou a ser um investimento mais humano do que material, quer as pessoas que cá vivam o entendam assim ou não. E esse investimento pessoal e único, quando existe, não se mede em números ou em facções. Mede-se na capacidade de aprender em comunidade e viver com as ferramentas que temos. E não será que esse conhecimento é benéfico para toda as freguesias, para toda a comunidade de Sintra? Não será esta a melhor altura para apresentarmos ideias, construir pontes entre freguesias e conhecimentos e saberes, ampararmos, e sairmos deste poço sem fundo de estar a falar sobre o que consideramos errado, e antes sugerirmos o que queremos fazer de certo? 

A fazer-se algo em Sintra e nas freguesias, que se faça o melhor com quem sabe e com quem tem esse poder. Mas que inclua estar com as pessoas, com a dinâmica das organizações locais, com as necessidades do comércio, e que ao mesmo tempo se manifeste num real interesse público na forma e conteúdo.

domingo, 15 de março de 2015

* OpiniãoAMM: Engrenagens Culturais

Texto Tiago Pereira
(Encenador Lordes do Caos)



Pediram-me para escrever sobre Mem Martins. Sendo eu uma pessoa virada para a cultura, decidi que a melhor forma de tentar abordar este texto, seria sobre a cultura nesta nossa bela freguesia. 

Mem Martins é considerada a freguesia mais populosa de Portugal e tal facto faz-me pensar no potencial desta zona. Sendo que temos uma comunidade bastante alargada, porque razão não desenvolvemos mais as produções da região por meios próprios? A verdade pode estar refletida naquilo a que chamamos “dormitórios”.

Em tempos, Mem Martins, foi também para mim um simples dormitório. Acabei o ensino secundário, arranjei um trabalho em Lisboa e fui para a faculdade em Pós-Laboral. Vinha a casa dormir e tomar banho. A ambição de fazer vida na metrópole era sinónimo de procurar o sucesso. Pensava nisto constantemente sem sequer ponderar a hipótese de poder fazer algo no seio da comunidade, que fizesse com que Mem Martins fosse mais do que um simples dormitório.

Para os que nunca ouviram falar de mim, apresento-me: Chamo-me Tiago Pereira, tenho 24 anos e sou atualmente o encenador responsável do grupo de teatro da Escola Secundária de Mem Martins, Lordes do Caos. Como membro integrante da cultura de Mem Martins, sinto que há um espaço por preencher nas referências culturais da região. Sei que não sou o único, sei que não sou o único a tentar fazer aquilo que gostar onde gosta, Mem Martins. Nesse sentido, desenvolvo, em conjunto com outros jovens, artistas, habitantes de Mem Martins e com o apoio de uma associação juvenil, um projeto que pretende criar uma referência na cultura em Mem Martins.
Como poderá Mem Martins evoluir na sua cultura se não for com a força oleada das suas próprias engrenagens movidas pelo combustível da vontade e amor? Vamos deixar de andar apenas a dormir em Mem Martins, vamos usufruir de Mem Martins. 

domingo, 1 de março de 2015

* OpiniãoAMM: Porque não penso sair de Mem-Martins

Texto Fernando Lebre
(Jornalista e autor literário)



Nunca ponderei em sair de Algueirão-Mem-Martins. Em jeito de gracejo, os meus amigos que em Mem-Martins não habitam, troçam comigo pelo meu bairrismo exacerbado.
Provavelmente sê-lo-á, não sei, mas sinto que é esta a terra a que pertenço e que, de algum modo, também um pouco dela me pertence. Embora a vida profissional não me permita fazê-lo tão amiúde como gostaria, regularmente não digo não a um passeio pela terra onde habito desde que me conheço como gente. Gosto da sensação única de cumprimentar com um olhar cúmplice pessoas cujo rosto conheço de toda a vida, mas que nunca me foram formalmente apresentadas. Desfruto da sensação de passear pelas ruas onde dei os primeiros passos nos tempos de meninice e de me aperceber das coisas que mudaram ou simplesmente daquelas que, por uma razão ou outra, teimam em não mudar.

Aprecio o característico cheiro a “comboio” que provém da velhinha estação de caminho-de-ferro ou o inigualável aroma de pão acabado de fazer que emana da decana padaria Primavera. O jornal parece ter mais cor quando comprado na papelaria Afonso V, onde durante anos a fio aguardei ansioso pela chegada dos novos manuais escolares. Sempre que a carteira o permite, registo os meus boletins nos jogos da sorte e azar no café do Zé do Nicho, outro dos locais emblemáticos que fazem parte do meu imaginário e onde há décadas a minha há muito falecida avó me ensinou a registar a primeira aposta nos embrionários meses de vida do então imberbe totoloto. Uma época, agora longínqua, em que se aguardava colado ao ecrã e em tom esperançoso o veredicto soberano de uma tômbola que então me parecia ter tanto de injusta como de mágica.

Religiosamente, continuo a orgulhar-me de nunca faltar às festas da Nossa Sra da Natividade. Não o faço por especiais razões de fé, embora não seja desprovido da mesma. Faço-o pela oportunidade de celebrar a nossa vila, vivenciando de perto um dos expoentes máximos da vida em comunidade da mesma, e também, confesso, porque durante o ano nenhuma outra fartura ou algodão doce me adocica tanto o palato como as que ali compro. Sempre apreciei e continuo a apreciar os salutares momentos de introspecção que continuo a ter no parque infantil da minha rua, local responsável por tantos momentos de lazer e simultaneamente de justificados raspanetes da minha mãe.

Se os episódios memoráveis aí vividos ficaram algures perdidos no tempo, os amigos que aí fiz, esses, felizmente ficaram para a vida. Por vezes gente de fora, pertinentemente, questiona-me se em Algueirão-Mem-Martins não me incomodam questões como a insegurança crescente, o estacionamento cada vez mais escasso ou os centros comerciais que pululam como cogumelos e asfixiam o comércio local.

Todos eles são temas que gostaria de ver resolvidos a breve trecho. Mas essas imperfeições, comuns a tantos outros grandes centros urbanos, não me fazem perder o amor por Mem-Martins, essa bonita vila com quotidiano de cidade, mas que não perde o melhor espírito que pode existir nos velhos hábitos de aldeia.  

domingo, 15 de fevereiro de 2015

* OpiniãoAMM: Que futuro para AMM?

Texto Nuno Maior
(administrador do grupo facebook 'Por um Algueirão Mem Martins Melhor')


Muito se tem falado aqui no passado, nas recordações de infância que Algueirão Mem Martins (AMM) desperta em quem por cá passou ou, foi ficando… e que sorrisos isso me trouxe a recordar a minha própria infância. (Obrigado!)


No entanto, gostaria de partilhar um outro olhar, um olhar de presente para que possamos refletir no futuro, no nosso, e de AMM.

O que “é” AMM?
AMM é uma “cidade” dormitório. A maior parte dos seus moradores trabalham fora da zona, saem cedo de casa para defrontar o IC19, ou usarem os transportes públicos até ao seu destino.

Isto implica uma população que chega também tarde a casa, que não tem tempo para se dedicar a outras atividades, sejam tarefas domésticas, ou lazer, como ir ao ginásio, ou simplesmente disfrutar da família, descansar, ler, ou participar ativamente na sociedade, através de associações de moradores, fazendo voluntariado por exemplo…

Com este “corre-corre” de um lado para o outro quem tem tempo….para… ir passear? E… ir passear onde?

Quem tem tempo para ir à mercearia do bairro fazer as suas compras, ou beber aquela cerveja (prometida há quanto tempo?) com o seu vizinho (que até o desenrascou daquela vez…)
Quem tem tempo para ir a oficina do Sr. “Joaquim” para dar “um jeito” no carro?
Quem tem tempo para participar ativamente na “Sociedade”?

Isto remete-me inequivocamente para o nosso presente, para uma vida levada a correr, citadina e que quem mora nos “subúrbios” entende “bem”.
Uma vida “desligada” do resto da comunidade envolvente, uma vida sem convívio com o(s) seu(s) vizinho(s). Matou-se o conceito de Bairro!


Com o narrado acima pretendo fazer uma relação. E essa relação é a proliferação das ditas grandes superfícies, das grandes cadeias de oficinas, e de outro tipo de serviços que estando deslocalizada fora das localidades (Porquê?) e com outro tipo de horários mais abrangentes que (co)respondem a este estilo de vida do “corre-corre”… Mas.. A que preço?

domingo, 1 de fevereiro de 2015

OpiniãoAMM: O Chiado do concelho de Sintra

Texto Paulo Marques
(comerciante)



A Estação de Algueirão ­Mem Martins, originalmente denominada de Algueirão, entrou ao serviço no dia 2 de Abril de 1887, o edifício de passageiros que ainda hoje funciona, procurou-­se usar um design que aliasse os estilos clássicos e modernos da época.

Em 1934, o apeadeiro de Algueirão ficou em 4º lugar num concurso de jardins da Linha de Sintra. 


Após uma pequena introdução sobre a estação de comboios da nossa freguesia, irei abordar neste pequeno texto, a centralidade da estação para o lado do Algueirão e Mem Martins. Irei escrever sobre um lugar que no passado fora o centro da localidade cheio de vida, alegria e juventude, hoje é um sitio feio, despido de alma, descaracterizado e velho.


Nos anos 80 com o fecho da passagem de nível, começou o declínio do Centro de Algueirão, o seu 
fim. Hoje não há vida, não há juventude, é um centro a quem foi roubado a vida, todos os edifícios contíguos à estação estão muito mal tratados, em ruínas, à venda, com a maior parte das lojas encerradas à vários anos. Mem Martins, por seu lado, o seu centro só entra em declínio mais tarde, nos finais dos anos 90 e princípios da 1ª década do sec XXI, para isso contribuiu a deslocalização do Mercado de Fanares, de todos os Serviços Públicos e fecho de algumas lojas ancoras.


Nos anos 80 e 90, o centro e sua zona comercial de Mem Martins era considerada o Chiado do 
concelho de Sintra, era onde estavam as melhores lojas da Periferia de Lisboa, as melhores Lojas de Roupa, Calçado, Decoração, as melhores Pastelarias, os melhores Restaurantes, vinham pessoas de Mafra, Cascais, Amadora, Loures e mesmo de Lisboa às compras.


Aos fins de semana era um mar de gente a passear pelas ruas da nossa Vila, no Natal as ruas 
estavam todas iluminadas e cheias de de famílias. Hoje o centro da nossa freguesia e o Largo da Estação são edifícios velhos a precisar de serem restaurados, um centro feio, onde as pessoas não circulam, mal iluminado, um centro sem atracções para as pessoas desfrutem os seus tempos livres.


O centro da nossa vila está doente, está a morrer lentamente, sem que ninguém se importe e o 
trate. 


Eu quero ser do tempo, num futuro próximo, muito próximo, que o Largo da Estação (centro da nossa freguesia), tenha Cor, Magia, Alegria, Vida, Pessoas, Edifícios Restaurados, que os seus Habitantes tenham orgulho em viver em Algueirão – Mem Martins....

domingo, 18 de janeiro de 2015

* OpiniãoAMM: Se a minha rua falasse...

Texto Célio Ramos
[Vice-presidente do Movimento de Cidadania MUDA]



D
esde sempre que vivo na freguesia de Algueirão-Mem Martins.

Mas a história da minha geração centra-se na minha rua … 

A rua que tinha a quinta “Casal dos Pintos” como ponto de encontro de todas as brincadeiras. Nessa mesma quinta por altura dos Santos Populares todos os vizinhos vinham para a rua festejar e saltar as fogueiras. A “Quinta do Butler” que servia de cenário às aventuras mais radicais.

A rua que se enchia de cor e alegria na época de natal com os balões do Srº Raul. A mercearia da Dª Florinda que tantos copos de água serviam e sempre com um sorriso na cara. A Elisa com os seus penteados arrojados e ao lado a loja de móveis que ajudava a malta a ganhar trocos para o verão.

A loja do Rato que tantos projetos de construção elaboravam. O Srº Fragoso de barba longa dominava todas as televisões a preto e branco. A mulher do Srº Silvestre com a sua retrosaria. O Srº João já nessa altura tinha o melhor bolo-rei, não só da freguesia mas sim de todo o país. No meio desta rua a escola primária que na hora do recreio tanta alegria ecoava.


Os móveis Mourão com aquela rampa incrível fazia as delícias nas corridas. A Mariazinha com os seus bouquets coloridos. A Drogaria onde aos mais novos mandávamos comprar 2,50 centavos de eletricidade em pó. 

A 1ª sede do progresso clube mesmo junto à estação com tantas atividades desportivas. E que me perdoe a Srª da Padaria Primavera por não me recordar do seu nome, aquela loja do vidro grande no final da rua que tinha sempre os cartazes de Cineteatro Chaby, que com as suas palavras carinhosas iniciava o meu dia de forma deliciosa. Dez (10) papo-seco e cinquenta (50) escudos. 


Várias gerações têm passado por esta vila e novas gerações têm-se vindo a integrar, com outras culturas e diferentes vivências. Sempre foi assim, aqui e em qualquer outro sítio, mas a freguesia de Algueirão-M. Martins, continuará a acompanhar gerações presentes e vindouras a chegar e a partir, com a esperança que um dia toda a população em conjunto, construam um local mais acolhedor e aprazível, pois todos querem sentir orgulho da terra onde moram.

domingo, 4 de janeiro de 2015

OpiniãoAMM: Sou do tempo

Texto José Silveira
(Presidente da Associação de Moradores da Tapada das Mercês)



Sou do tempo, esse chavão que nos permite demonstrar alguma vivência.

Sou do tempo, em que Algueirão – Mem Martins era constituída por quintas e casas de férias. 


Sou do tempo, em que não existia construção na Tapada das Mercês, somente a Escola Visconde Juromenha onde, com os meus colegas fui muitas vezes a pé.


Sou do tempo, em que nós construíamos os nossos próprios divertimentos (carros de rolamentos, balizas, cabanas) e inventava-mos brincadeiras.


Sou do tempo, em que se podia jogar à bola em qualquer rua, jogar à carica, berlinde, prego, apanhada, escondidas, etc, em suma, conviver. 


Sou do tempo, em que só existia dois canais de televisão, e os desenhos animados da altura eram apresentados pelo Vasco Granja, em que a Heidi, o Marco e a Abelha Maia eram as referências.


Sou do tempo, em que ia comer as famosas tardes da Leitaria Central com os meus amigos e depois ficava-mos sentados na Gare a ver os comboios chegar e a identificar as pessoas que moravam na freguesia e aquelas que eram de fora.

Sou do tempo, de ir às matinés no Cine-Teatro Chaby.

Sou do tempo, em que as festas em Mem-Martins tinham Carrinhos de Choque, Carroceis, barracas de comida, quermesse e, de ver as tão célebres Cavalhadas.


Sou do tempo, em que não existia telemóveis nem internet. 


Sou do tempo, em que havia quase tudo na freguesia de Algueirão – Mem Martins, e agora?


Esse tempo era melhor? Não sei!


Mas, sou do tempo …

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

* OpiniãoAMM: As Festas de Mem Martins

Texto Hugo Nicolau
(Responsável/criador deste blog 'Algueirão Mem Martins')





As pessoas de Mem Martins, baseadas na dedicação e orgulho da construção da Capela de Nossa Senhora da Natividade, organizaram pela primeira vez as festas em honra da padroeira de Mem Martins, em 1933. Assim, desde esse ano, o primeiro fim-de-semana de setembro tornou-se numa referência para a população local, para os forasteiros de aldeias vizinhas e para os habituais veraneantes que escolhiam Mem Martins como seu local de férias, pois estes ares eram reconhecidos como benéficos para a saúde.

Estas festas tornaram-se numa vaidade para as gentes desta terra, com os seus animados bailes, a habitual iluminação festiva e a procissão bem ornamentada com os andores, os cargos e as fogaças. No último dia, realizavam-se as tradicionais cavalhadas à antiga portuguesa.

Durante a sua história, foram ocorrendo diversas atividades dignas de destaque, como por exemplo em 1939, uma gloriosa Parada Agrícola e Pecuária, com a participação de um grande número de lavradores locais, com carros alegóricos e os seus animais, e com atribuição de prémios aos melhores. Em 1983, na comemoração dos 50 anos, decorreu uma mostra de atividades industriais de Mem Martins e uma noite dedicada a uma das mais antigas tradições da terra, o fabrico de queijadas. Era possível assistir à elaboração da casca, do recheio e posterior ida ao forno, num cenário representativo de uma fábrica do final do Século XIX. No final, ainda quentinhas, eram distribuídas pela população presente na festa.

Misturando o culto religioso com uma festividade pagã, o povo entregava-se ao evento, onde as jovens raparigas locais dedicavam o seu tempo na preparação da habitual quermesse, angariando os prémios porta-a-porta e elaborando as rifas que seriam colocadas nos cestinhos para venda…

Nos dias de hoje, é imperioso imortalizar as tradições, trazendo as pessoas às suas origens, e explicando a todos um pouco da sua história. Por todo o país, adaptam-se festividades e nascem novos eventos de sucesso: “Feira da Cereja”, “Festa do Chocolate”, “Festival da Vindima”, etc…

Aqui deixo a minha sugestão: criação de uma feira temática local, por exemplo “Festa da Queijada”, acompanhado com algum teatro de rua, representativo da vida rural nesta antiga aldeia saloia. Seria interessante criar um símbolo positivo para Mem Martins… 

domingo, 9 de novembro de 2014

Novo espaço em 2015 » ‘Opinião AMM’

Este blog vai criar um novo espaço em 2015 » ‘Opinião AMM’

Será um espaço de opinião, com publicação de um texto no 1ª e 3ª domingo de cada mês, onde os autores tem total  liberdade para reflectir sobre temas de Algueirão Mem Martins

Histórias, memórias, reflexões... há muitas coisas para escrever sobre Algueirão Mem Martins...