Na Fábrica que produz 'airbags', cintos e outros acessórios para carros, parte dos trabalhadores da empresa Alva-Confecções, de Mem Martins, Sintra, estão desde ontem impedidos de trabalhar e circunscritos ao refeitório da empresa, na sequência de um processo de despedimento colectivo. "Pediram-nos para pintar um muro, mas como recusamos, fomos colocados de castigo no refeitório", conta Maria Costa, de 45 anos.
Na segunda-feira, a administração informou que vai despedir 61 dos mais de 200 funcionários, "porque não tem dinheiro nem trabalho", explica a Maria, já com seis anos de casa. "Agora estamos 21 pessoas [turno da manhã] sem fazer nada, algumas com mais de 20 anos de trabalho aqui", queixa-se. "Não nos podem meter de castigo como as criancinhas da escola", reclama também Sónia Pinto, de 27 anos. Os trabalhadores têm estado em negociações com o apoio da Federação do Sindicato dos Têxteis. "Foi- -nos explicado que a empresa pretende proceder a um despedimento colectivo de parte dos trabalhadores e deslocalizar parte da produção de airbags para a Tunísia, onde já tem uma unidade", explica o sindicalista António Marques. Além de airbags, a fábrica produz cintos e outros acessórios para automóveis. Segundo o sindicato, a empresa propõe indemnizações "com base no salário base, de 432 euros, e no subsídio de refeição, mais 15 dias de vencimento.
Além disso, daria mais 200 euros a quem sair até dia 15 de Outubro", diz. Mas alguns trabalhadores, sobretudo do turno da noite, "queixam-se que os salários têm uma componente de prémios de produção e de subsídio de turno que não está contemplada" na indemnização proposta. "Queremos mais 20%, mas eles não cedem", revela Sónia. Ontem, também, o deputado António Filipe, do PCP, questionou o ministro da Economia sobre o assunto. O PCP quer saber "que medidas tomou o Governo para impedir o despedimento destes trabalhadores". A CDU Sintra também questionou o presidente da Câmara durante a reunião privada do Executivo, mas ficou a aguardar resposta. Sindicato e administração irão reunir esta manhã para tentar ultrapassar o impasse. "Sabemos que já há alguns trabalhadores disponíveis para aceitar esta proposta e o sindicato acatará a sua decisão", admite António Marques. Quanto à postura da empresa, o sindicalista considera--a "menos correcta" e lamenta a "ordem ilegítima". A situação "aconselha serenidade e calma, e não situações provocatórias como colocar os trabalhadores de castigo", reforça.
Em 2006, a Alva-Confecções exportava sobretudo para Espanha, Suécia, Índia, Malásia, Tunísia e Turquia. Mas o DN sabe que a empresa apresentou resultados negativos de quase 600 mil euros em 2006 e de 640 mil no ano seguinte, uma situação que é do conhecimento dos trabalhadores.
esta ultima semana foi anunciado o despedimento de mais 57 trabalhadores... mais uma fabrica a fechar
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